Abdalcáder
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Abdalcáder[1] (em árabe: عبد القادر الجزائري; romaniz.:Abd El-Kader, Abd al-Kader ou Abdul-Qadir[2] ; Mascara, 6 de Setembro de 1808 - Damasco, 26 de Maio de 1883) foi um Emir dos árabes argelinos (1832), dirigiu a luta contra os franceses na Argélia, onde é lembrado como um herói nacional. Foi vencido em Orã, mas um tratado assinado com o general Desmichels lhe assegurou um reino em torno de Mascara (1834). A posse da província de Orã e de parte da de Argel, reconhecida por Bugeaud pelo Tratado de Tafna (1837), não impediu que voltasse à luta, em 1839. Os franceses venceram e ocuparam toda a Argélia. A tomada de sua smala pelo Henrique d'Orléans, Duque de Aumale (1822-1897) e a derrota do seu aliado, o sultão de Marrocos, em Isly (1844), o fizeram render-se ao general Lamoricière. Refugiou-se então em França até 1852, período durante o qual se tornou amigo dos franceses por ter ajudado os cristãos que estavam a ser perseguidos durante o Conflito do Líbano de 1860[3], salvando muitos cristãos da morte. Retirou-se de seguida para Bursa (1853) e depois para Damasco (1855), onde ficou até à data da sua morte, em 1883. Em 1864 tornou-se maçon,[4][5] Passados poucos anos, contudo, o emir desiludiu-se com o crescente sentimento anti-religioso por parte da maçonaria francesa e dela se desligou.[6] "Indivíduos sem lei, sem crenças e dispostos a perturbar a ordem da sociedade", ele teria dito sobre alguns maçons.[7] Em 1877, o Grande Oriente da França eliminou a necessidade da crença em Deus e na imortalidade da alma, decisão que levou a Grande Loja da Inglaterra a romper com o ramo francês da Maçonaria. Ao concretamente abandonar a invocação ao "Grande Arquiteto do Universo" (Deus), o emir não considerou mais apropriado seguir filiado à maçonaria. Os seus restos mortais foram transferidos para a Argélia em 1966.