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filósofo, poeta e escritor árabe Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Al-Ma‘arri (em árabe: أبو العلاء أحمد بن عبد الله بن سليمان التنوخي المعري; romaniz.: Abu al-'Alā Ahmad ibn 'Abd Allāh ibn Sulaimān al-Tanūkhī al-Ma'arri, Maarate Anumane, perto de Alepo, Síria, 26 de dezembro de 973 – Maarate Anumane, 10 de maio ou 21 de maio de 1057) foi um filósofo, poeta e escritor árabe, cego.[1][2] Foi um controverso racionalista do seu tempo, atacando os dogmas da religião e rejeitando a alegação de que o Islã possuía qualquer monopólio sobre a verdade.
al-Ma'arri | |
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Esboço imaginário representando o poeta árabe Al-Ma'arri | |
Nascimento | أحمد بن عبد الله بن سُليمان القضاعي التنُّوخي المعرِّي 973 Maarate Anumane |
Morte | 1057 (83–84 anos) Maarate Anumane |
Ocupação | poeta, escritor, filósofo |
Obras destacadas | Resalat Al-Ghufran, Saqt az-Zand, Diwan al-Lazumiyat |
Religião | deísmo |
Abu 'Ali al-Muhassin al-Tanukhi (Tanukhi) nasceu na Síria e perdeu a visão aos quatro anos devido à varíola.[3] Era originário da cidade de Maarate Anumane (المعرة) na Síria, da qual seu nome deriva. Estudou em Alepo, na Antioquia, e em outras cidades sírias, onde seguiu uma carreira como pensador, filósofo e poeta antes de retornar à sua cidade-natal de Maarate Anumane, onde viveu o resto da vida, praticando ascetismo e o veganismo.[4][5]
Viajou rapidamente para o centro de Bagdá, onde atraiu um grande número de discípulos de ambos os sexos para ouvir as suas palestras sobre poesia, gramática e racionalismo.[6] Um dos temas mais recorrentes da sua filosofia era a dos direitos da razão contra as pretensões do costume, da tradição e da autoridade.
Embora fosse um defensor da justiça social e da ação, al-Ma'arri sugeriu que as mulheres não deveriam ter filhos, a fim de salvar as gerações futuras das dores da vida.
Al-Ma'arri mostrava-se ousadamente cético no que tocava às crenças religiosas, tendo denunciado a superstição e o dogmatismo na religião.[6] Por este motivo, tem sido descrito como um pensador pessimista.[7][6]
Al-Ma'arri ensinou que a religião era uma inútil “fábula inventada pelos antigos”,[8] exceto para aqueles que exploram as massas de crédulos.[8] Durante a vida de al-Ma'arri, muitos califados surgiram no Egito, Bagdá e Alepo, onde se serviram da religião como um instrumento para justificar o seu poder.[9]
Rejeitou os postulados do Islã, bem como de outras religiões, afirmando:
Al-Ma'arri criticou muitos dos dogmas do Islã, tal como a Hajj (a peregrinação santa até Meca), a que chamou uma “romaria de pagãos”.[11]
Um dos seus poemas exprime exatamente os seus pontos de vista:
Rejeitou a alegação de qualquer revelação divina.[14] As suas convicções religiosas eram as de um filósofo e asceta, para quem a razão fornece um guia moral, e a virtude é a sua própria recompensa.[15]
As suas coleções de poesia são intituladas The Tinder Spark (Saqt az-zand; سقط الزند) e Necessidade Desnecessária (Luzum ma la yalzam; لزوم ما لا يلزم أو اللزوميات), também chamadas Luzumiyat. Ficou notável pela sua aparente descrença nas religiões reveladas, o que era raro no século XI.
Abū al-'Ala al-Ma'arrī na elegia composta por si sobre a perda de um familiar, combina a sua tristeza com observações sobre a efemeridade da vida:
Suaviza os teus passos. Parece-me que a superfície da Terra é feita apenas de corpos dos mortos; Caminha pausadamente no ar, assim não pisarás os restos dos servos de Deus.[17]
Abul-ʿAla também é conhecido pelo seu famoso livro Resalat Al-Ghufran (رسالة الغفران), um dos livros mais eficazes do patrimônio árabe, e que deixou uma influência notável sobre as próximas gerações de escritores. É um livro da divina comédia, que se concentra na civilização poética árabe, mas de uma forma que toca todos os aspectos da vida. As características mais interessantes do Resalat Al-Ghufran são os seus geniais devaneios, os aforismos filosóficos e a linguagem de traço burilado. Há algumas “semelhanças superficiais” do Resalat Al-Ghufran com a Divina Comédia, salientadas por alguns estudiosos.[18]
Abul-ʿAla também escreveu o Fusul wal ghayat (“Parágrafos e Períodos”), uma coleção de poesias em estilo semelhante ao Alcorão. Há alguns estudiosos que supõem que Abul-ʿAla a escreveu a fim de ilustrar que a linguagem do Alcorão não é milagrosa, mas que só é assim considerada porque já tinha sido reverenciada como tal há centenas de anos. Contudo, nem todos os estudiosos concordam com esta interpretação.
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