Aspásia
mulher meteca de Atenas Antiga / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Aspásia[2] (em grego clássico: Ἀσπασία /as.pa.sí.aː/; c. 470 – depois de 428 a.C.)[nota 1] foi uma mulher meteca de Atenas Antiga. Nascida em Mileto, mudou-se para Atenas e começou um relacionamento com o estadista Péricles, com quem teve um filho chamado Péricles, o Jovem. De acordo com uma narrativa histórica tradicional, ela teria trabalhado como cortesã (hetera) e foi julgada por asebeia (impiedade), mas acadêmicos modernos questionam a base factual de qualquer uma dessas alegações, ambas derivadas da comédia antiga. Historiadores recentes tentam desconstruir mal entendidos ou mitos de que ela fora uma prostituta.[7] Ela é a única mulher na Atenas Clássica cujo renome intelectual é conhecido, e mesmo assim era estrangeira.[8]
Aspásia Ἀσπασία | |
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Herma de mármore nos Museus Vaticanos, inscrita com o nome de Aspásia na base. Descoberta em 1777, esta herma é uma cópia romana de uma original do século V a.C. Possivelmente copiada de seu túmulo, pode representar a estela funerária de Aspásia.[1] | |
Nascimento | c. 470 a.C. Mileto |
Morte | antes de 399 a.C. |
Embora Aspásia seja uma das mulheres mais atestadas do mundo greco-romano e a mulher mais importante da história da Atenas do século V, quase nada é certo sobre sua vida. Seu papel na história fornece insights cruciais para a compreensão das mulheres da Grécia antiga, das quais muito pouco se sabe em seu período. Madeleine M. Henry afirmou que "fazer perguntas sobre a vida de Aspásia é fazer perguntas sobre metade da humanidade".[9]
Aspásia é mencionada nos escritos de Platão, Aristófanes, Xenofonte, Antístenes, Ésquines Socrático e outros. Foi retratada na Comédia Antiga como prostituta e madame, e na filosofia antiga como professora e retórica. A partir de sua representação em obras por discípulos socráticos, e por ser referida no diálogo platônico Menêxeno como tendo sido orientadora de Sócrates, de Péricles e outros na arte da oratória, ela foi considerada na tradição clássica posterior como uma contraparte feminina de Sócrates.
Aspásia continuou a ser assunto de artistas visuais e literários até o presente. Ela aparece em várias obras importantes da literatura moderna. Sua ligação romântica com Péricles inspirou alguns dos romancistas e poetas mais famosos dos últimos séculos. Em particular, diversos escritores românticos do século XIX e romancistas históricos do século XX encontraram em sua história uma fonte inesgotável de inspiração. A partir do século XX, entre mulheres, teóricos de estudos de gênero e na literatura e artes, ela foi retratada como uma mulher sexualizada e sexualmente liberada, e como um modelo feminista lutando pelos direitos das mulheres na Atenas Antiga.