Assíria pós-imperial
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O período pós-imperial[1] foi o estágio final da história da antiga Assíria, cobrindo a história do coração assírio desde a queda do Império Neoassírio em 609 a.C. até o saque final e destruição de Assur, antiga capital religiosa da Assíria, pelo Império Sassânida em c. 240 a.C.[1][2] Não havia nenhum estado assírio independente durante esse período, com Assur e outras cidades assírias caindo sob o controle dos sucessivos impérios neobabilônico (612–539 a.C.), aquemênida (539–330 a.C.), selêucida (312–c. 141 a.C.) e parta (c. 141 a.C.–224 d.C.). O período foi marcado pela continuidade da antiga cultura, tradições e religião assírias, apesar da falta de um reino assírio. O antigo dialeto assírio da língua acádia foi extinto, no entanto, completamente substituído pelo aramaico no século V a.C.
Assíria pós-imperial Assíria | |||||||||||||||||||||||||
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Atualmente parte de | Iraque | ||||||||||||||||||||||||
Línguas oficiais | aramaico, acádio, grego | ||||||||||||||||||||||||
Religião | Antiga religião mesopotâmica religião helenística Judaísmo Cristianismo siríaco | ||||||||||||||||||||||||
Período histórico | Antiguidade Clássica | ||||||||||||||||||||||||
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Durante a queda da Assíria na conquista medo-babilônica do Império Assírio 626–609 a.C., o norte da Mesopotâmia foi amplamente saqueado e destruído pelas forças medas e babilônicas. Os reis babilônicos, que anexaram a maior parte, senão toda a Assíria, pouco se importaram com o desenvolvimento econômico ou social da região e, como tal, houve um declínio dramático na densidade populacional. Muitas das maiores cidades do período neoassírio, como Nínive, estavam desertas e outras, como Assur, diminuíram drasticamente em tamanho e população. A região só iniciou o processo de recuperação sob o domínio do Império Aquemênida. Após a conquista da Babilônia em 539 a.C., o rei aquemênida Ciro, o Grande devolveu a estátua de culto da divindade nacional assíria Assur para a cidade de Assur. A prática aquemênida de não interferir nas culturas locais e a organização das terras assírias em uma única província, Atura, permitiram que a cultura assíria perdurasse.
A Assíria foi amplamente reassentada durante os períodos selêucida e parta. Nos últimos dois séculos do domínio parta, a Assíria floresceu; as grandes cidades antigas, como Assur, Nínive e Ninrude foram reassentadas e ampliadas, antigas aldeias reconstruídas e novos assentamentos construídos. A densidade populacional da Assíria parta atingiu níveis nunca vistos desde o Império Neoassírio. Grande parte da Assíria não era governada diretamente pelos partas, mas por vários reinos vassalos, como o reino de Hatra e Adiabena, que tinham alguma influência cultural assíria. Assur, nesta época com pelo menos dois terços do tamanho da cidade durante os tempos neoassírios, parece ter sido uma cidade-estado semi-autônoma governada por uma sequência de senhores da cidade assírios que poderiam ter se visto como os sucessores dos antigos reis assírios. Esta era de ouro cultural assíria dos últimos dias chegou ao fim quando Artaxes I do Império Sassânida derrubou os partas e, durante suas campanhas contra eles, saqueou extensivamente a Assíria e suas cidades.