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massacre ocorrido em maio de 2021 na cidade de Saudades, Santa Catarina, Brasil Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O ataque à creche de Saudades foi um massacre escolar ocorrido em 4 de maio de 2021 na escola municipal de educação infantil Aquarela, localizada na cidade de Saudades, próxima a Chapecó, em Santa Catarina. A escola atende crianças de 6 meses a 2 anos de idade.[4][5]
Ataque à creche de Saudades | |
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Local | Escola Infantil Pró-Infância Aquarela, Industrial, Saudades, Santa Catarina, Brasil |
Coordenadas | 26° 55′ 34″ S, 52° 59′ 54″ O |
Data | 4 de maio de 2021 (3 anos) 9h50[1] (UTC−3) |
Tipo de ataque | Massacre escolar Assassinato em massa Infanticídio |
Arma(s) | catana,[2] adaga[3] |
Mortes | 5 |
Feridos | 2 (incluindo o assassino) |
Responsável(is) | Fabiano Kipper Mai |
Motivo | Desconhecido |
Três crianças, uma professora e uma funcionária morreram no ataque, perpetrado por um jovem de 18 anos, natural da cidade.[4][5][6][7]
Segundo informação da Polícia Civil, por volta das 10 da manhã de 4 de maio de 2021, o autor do ataque, Fabiano Kipper Mai um jovem de 18 anos sem histórico criminal, dirigiu-se de bicicleta à creche Pró-Infância Aquarela, no centro da cidade. Ao entrar na creche, começou por atacar uma professora de 30 anos que, embora ferida, correu para uma sala onde estavam quatro crianças e uma funcionária da escola, na tentativa de alertar sobre o perigo. O perpetrador atacou então as crianças que estavam na sala e a funcionária. Duas meninas de menos de dois anos de idade e a professora que sofreu o ataque inicial morreram no local. Uma outra criança e a funcionária morreram posteriormente no hospital.[12]
Quando a secretária de educação da cidade, Gisela Hermann, recebeu uma ligação relatando sobre o caso, ela foi até o local e descreveu o que viu: "Chegamos lá, uma cena de terror. Consegui entrar na escola. Tinha um cara deitado no chão, mas ainda vivo, uma professora morta, uma criança morta também. A sala estava fechada, não deixaram a gente entrar".[4][5] Segundo o G1, funcionárias esconderam as crianças quando o assassino começou o ataque.[4]
O delegado regional de Chapecó, Ricardo Newton Casagrande, afirmou que o jovem entrou no local e atingiu as vítimas com uma catana.[4]
O delegado Jerônimo Marçal Ferreira, da Polícia Civil de Santa Catarina e responsável pelo caso, informou que o autor confessou o crime e disse que a professora e a agente de educação foram heroínas ao impedir que o jovem fosse para outras salas, conseguindo com êxito, mesmo que feridas, evitar o pior: "Ele tentou entrar em todas as salas e não conseguiu. Aquelas mulheres conseguiram evitar que um mal maior acontecesse, foram muito valentes", disse o delegado.[13]
Logo após o crime, a governadora em exercício do estado, Daniela Reinehr, anunciou luto oficial em seu Twitter. "Decreto luto oficial de três dias no Estado após a tragédia em Saudades, onde morreram crianças e professoras de um centro de educação infantil. Manifesto profunda tristeza e presto minha solidariedade. Determinei que o governo dê todo o amparo necessário às famílias", escreveu.[4]
A agente educativa Aline Biazebetti, de 27 anos, vizinha da escola, resgatou uma das crianças, Henrique. Ao ouvir a confusão, ela entrou na escola enquanto o agressor ainda estava no local, retirou a criança, entrou em um carro e a levou para o hospital. "Nunca vou esquecer o olhar dessa criança para mim, como uma forma de pedir socorro”, disse Aline.[14]
Henryque, que tinha 1 ano e oito meses, precisou passar por uma cirurgia, mas teve alta no dia 09 posterior.[15][16][17]
Durante a investigação, que contou até com o apoio da Embaixada dos Estados Unidos, mais de 20 pessoas foram ouvidas, tendo o próprio criminoso prestado depoimento no dia 10 de maio, enquanto ainda estava internado, sob custódia policial, no Hospital Regional do Oeste, em Chapecó. A polícia também aprendeu aparelhos eletrônicos e dispositivos pertencentes ao jovem.[18][19]
Fabiano recebeu alta no dia 12 de maio e foi levado direto para a prisão, já com o "uniforme penitenciário de cor laranja e algemas", relata o Correio do Povo.[16]
No dia 14 de maio, os delegados realizaram uma coletiva de imprensa após o fim do inquérito, detalhando, entre outras coisas, que Mai teria escolhido a creche pela fragilidade das vítimas (crianças e mulheres); o autor do ataque tinha plena consciência do que fez e de que isto era errado; que foi um crime premeditado durante 10 meses. O delegado Ferreira também disse que Mai tinha dificuldades de relacionamento em “um nível muito acima do normal”. "Nos últimos tempos, ele cada vez mais foi se isolando no mundo" e que o jovem "tinha acesso a muito conteúdo inapropriado e contato com pessoas que pensavam como ele. Começou a alimentar este ódio a ponto de querer descarregar em alguém. Não era alguém específico… era um ódio generalizado".[20]
No dia 21 de maio, o Ministério Público de Santa Catarina denunciou Mai por 5 homicídios e uma tentativa com o agravante de crime triplamente qualificado - motivo torpe, utilização de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas e utilização de meio cruel.[20]
Até novembro de 2021, ele cumpria prisão no Presídio Regional de Chapecó, mas a Justiça havia determinado sua transferência para o Hospital de Custódia. "A decisão foi tomada com base no laudo do perito oficial, que constatou que Fabiano sofre de esquizofrenia indiferenciada e "que precisa de tratamento imediato", reportou o SCC 10. No entanto, um laudo anterior constatou que o assassino tinha plena capacidade de entender o caráter criminoso de seu ato.[21]
Em 10 de agosto de 2023, Fabiano foi condenado a 329 anos e quatro meses de prisão em regime inicialmente fechado. O júri popular durou dois dias, começando no dia 9 do mesmo mês.[22]
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