Augusto Rodrigues Totta
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Augusto Rodrigues Totta (Porto Alegre, 2 de julho de 1845 — 22 de maio de 1907) foi um intelectual, maçom, educador, escritor, jornalista e funcionário público brasileiro.
Foi contador e administrador geral dos Correios do estado.[1][2] Recebeu do imperador a Ordem da Rosa pela publicação do seu tratado Geographia Postal da Província do Rio Grande do Sul (1881).[3]
Também atuou como jornalista, correspondente do jornal carioca O Paiz,[4] poeta, com uma obra voltada para a regionalismo gauchesco,[5] um dos diretores do periódico literário Álbum do Domingo,[6] um dos fundadores em 1868 do Parthenon Litterario,[7] a mais importante instituição cultural do estado em seu tempo, e ali deixou uma contribuição relevante como um dos seus membros mais ativos.[8] Apoiava o movimento de emancipação feminina promovido pelo grupo,[9] foi adjunto da secretaria,[10] membro da Comissão Editorial da Revista do Parthenon Litterario,[11] para a qual contribuiu com cerca de 15 trabalhos,[12] membro da comissão organizadora do museu do Parthenon, um dos primeiros museus do estado,[13] e um dos fundadores, professor e diretor da escola noturna vinculada ao grupo,[14][15] que segundo Naira de Araujo teve tanto sucesso que foi encampada pelo governo do estado,[16] inaugurando uma prática que teria muitos seguidores.[17] No testemunho de Aquiles Porto Alegre,
- "Durante muitos anos, o Parthenon Litterario manteve um aula notura, dirigida pelo nosso distinto patrício sr. Augusto Totta, que se votara de corpo e alma a esta modesta instituição. [...] A maioria dos seus alunos era de operários, gente pobre, obscura, que deixava ao cair da tarde a plaina e o esquadro para ir em busca do pão do espírito. Durante o dia trabalhavam para poderem manter os encargos da família, e, à noite, iam pressurosos à escola com a mão ainda pesada da canseira diurna, receber a luz da instrução, que lhes era dada com o mais vivo interesse".[18]
Foi maçom, um dos dirigentes da loja Luz e Ordem,[6] um dos principais dirigentes da Grande Loja Estadual, e segundo Eliana Colussi foi um dos principais nomes da maçonaria gaúcha no fim do século XIX.[19] Foi um dos fundadores em 1895 e primeiro diretor da Escola Noturna Instrução e Trabalho, vinculada à maçonaria e voltada para o operariado.[20] A escola atendia cerca de 170 alunos, e Totta também ministrava aulas de geografia e história.[21] Em seu falecimento o jornal A Federação publicou obituário enaltecendo suas qualidades como administrador dos Correios: "Naquele cargo aposentou-se, rodeado sempre da estima dos seus companheiros e de quantos o conheciam, como um homem probo e severo cumpridor dos seus deveres". Segundo a notícia, seu sepultamento foi muito concorrido.[22]
Casou com Emília, filha de José Ribeiro de Andrade e Silva,[23] sendo pai dos poetas Mário e Raul Totta.[7] Outros filhos foram Décio, Dario e Olinda.[24] Em 1968 a Câmara Municipal de Porto Alegre, comemorando o centenário de fundação do Parthenon, aprovou a criação de um monumento público com a inscrição dos nomes dos fundadores.[25]