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Barão de Itararé
jornalista e humorista brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, também conhecido por Apporelly e pelo falso título de nobreza de Barão de Itararé (Rio Grande, 29 de janeiro de 1895 — Rio de Janeiro, 27 de novembro de 1971), foi um jornalista, escritor e pioneiro no humorismo político brasileiro.[1]
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Biografia
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Perspectiva
O nascimento de Apporelly é marcado por mistérios e disputas. Conta-se que teria nascido a bordo de uma diligência, no Uruguai, enquanto seus pais rumavam para uma fazenda da família materna. Admiradores do município de Rio Grande (Rio Grande do Sul), onde seus pais moravam, contestam esta versão. Entretanto, na matrícula de ensino escolar, Apporelly foi registrado como nascido no Uruguai, enquanto seu título de eleitor sustentava uma naturalidade gaúcha, mas sem discriminação de cidade.[2]
Sua mãe, Maria Amélia, filha de um americano descendente de russos,[3] teve morte trágica, suicidou-se quando tinha 18 anos e ele 18 meses; seu pai, filho de um italiano com uma gaúcha,[3] enviou-o a um internato jesuíta em São Leopoldo (RS).[4] Apparício Torelly iniciou-se no humorismo em 1908 no jornalzinho "Capim Seco", do colégio onde estudava, satirizando a disciplina dos padres jesuítas de São Leopoldo.[1]
Em 1918, durante suas férias, sofre um AVC quando andava na fazenda de um tio. Abandona o curso de Medicina no quarto ano e começa a escrever. Publica sonetos e artigos em jornais e revistas, como a Revista Kodak, "A Máscara" e "Maneca".[5]
A Manha
Em 1925 entra para O Globo de Irineu Marinho. Com a morte de Irineu, Apporelly foi convidado por Mário Rodrigues (pai de Nelson Rodrigues) a ser colaborador do jornal A Manhã.[4] Ainda em 1925, no mês de dezembro, Apparício Torelly estreava na primeira página com seus sonetos de humor que, geralmente, tinham como tema um político da época. Sua coluna humorística fez sucesso e também na primeira página, em 1926, começou a escrever a coluna "A Manhã tem mais…". Neste mesmo ano criou o semanário que viria a se tornar o maior e mais popular jornal de humor da história do Brasil. Bem ao seu estilo de paródias, o novo jornal da capital federal tinha o nome de A Manha, e usava a mesma tipologia do jornal em que Apparício trabalhava, sem o til, fazendo toda diferença, que era reforçada com a frase ladeando o título: "Quem não chora, não mama". Para estreia tão libertadora, Apporelly não perdeu a data de 13 de maio de 1926. A Manha logo virou independente.[4][6]
A batalha de Itararé
Durante a Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas partiu de trem rumo à capital federal, então o Rio de Janeiro, propagou-se pela imprensa que haveria uma batalha sangrenta em Itararé. Isto foi vastamente divulgado na imprensa. Apporelly não ficou de fora desta tendência. Esta batalha ocorreria entre as tropas fiéis a Washington Luís e as da Aliança Liberal que, sob o comando de Getúlio Vargas, vinham do Rio Grande do Sul em direção ao Rio de Janeiro para tomar o poder. A cidade de Itararé fica na divisa de São Paulo com o Paraná, mas antes que houvesse a batalha "mais sangrenta da América do Sul", fizeram acordos. Uma junta governativa assumia o poder no Rio de Janeiro e não aconteceu nenhum conflito. O Barão de Itararé comentaria este fato mais tarde da seguinte maneira:
“ | Fizeram acordos. O Bergamini pulou em cima da prefeitura do Rio, outro companheiro que nem revolucionário era ficou com os Correios e Telégrafos, outros patriotas menores foram exercer o seu patriotismo a tantos por mês em cargos de mando e desmando… e eu fiquei chupando o dedo. Foi então que resolvi conceder a mim mesmo uma carta de nobreza. Se eu fosse esperar que alguém me reconhecesse o mérito, não arranjava nada. Então passei a Barão de Itararé, em homenagem à batalha que não houve. | ” |
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Referências
- «Apparício Fernando de Brinkerhoff Torellyss, o Barão de Itararé». UFCG. Consultado em 29 de maio de 2025. Arquivado do original em 13 de agosto de 2017
- CLÁUDIO, Figueiredo. Entre Sem Bater: A vida de Apparício Torelly, o Barão de Itararé.
- «O Barão de Itararé». A Verdade. 1 de agosto de 2022. Consultado em 15 de novembro de 2022
- Machado, Cassiano Ellek (4 de novembro de 2012). «A manhosa vida do patrono do humor brasileiro». Folha de S.Paulo. Consultado em 5 de novembro de 2012
- Torrelly, Aparício; Capela, Carlos Eduardo Schmidt; Engerroff, Ana Carina Baron (2006). Zubblemend to Alle... manha. Col: Série Letras do Brasil. Curitiba, Paraná, Brasil: Editora UFPR
- Aparício Torelly, barão de Itararé... - Veja mais em https://educacao.uol.com.br/biografias/aparicio-torelly-barao-de-itarare.htm
- Há 73 anos, dia 7 de outubro de 1934, ocorria em São Paulo o episódio conhecido como Batalha da Praça da Sé, quando o povo pôs os fascistas para correr. Por Augusto César Buonicore. Artigo baseado no livro A Batalha da Praça da Sé, do militante comunista Eduardo Maffei (Rio de Janeiro: Philobiblion, 1984).
- TV Brasil. Novidades. Barão de Itararé - O pai do humor político brasileiro
- Resistir É Preciso: episódio mostra a trajetória de Barão de Itararé, acesso em 14 de julho de 2016
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