Borana
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Borana (em latim: Borana; em grego medieval: Βοράνης; romaniz.:Boránes;[1] em persa médio: ) ou Puranducte (em persa: پوراندخت; romaniz.:Pūrāndokht) foi a rainha sassânida (ou bambišn) do Irã de 630 a 632, com uma interrupção de alguns meses. Era filha do rei (ou xá) Cosroes II (r. 590–628) e da princesa bizantina Maria. É a segunda de apenas três mulheres a governar na história iraniana, sendo as outras Musa da Pártia e a irmã de Borana, Azarmiducte.
Borana | |
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Efígie de Borana num dracma de seu reinado | |
Bambišn do Império Sassânida | |
Reinado | 630 |
Antecessor(a) | Sarbaro |
Sucessor(a) | Sapor V |
Bambišn do Império Sassânida | |
Reinado | Junho de 631 – julho de 632 |
Predecessor(a) | Azarmiducte |
Sucessor(a) | Isdigerdes III |
Nascimento | Desconhecido |
Ctesifonte | |
Morte | julho de 632 |
Ctesifonte | |
Cônjuge | Cavades II |
Dinastia | sassânida |
Pai | Cosroes II |
Mãe | Maria |
Religião | Zoroastrismo |
Em 628, seu pai foi deposto e executado por seu irmão-marido Cavades II, que também executou todos os irmãos e meio-irmãos de Borana, iniciando um período de ruptura no império. Cavades morreu alguns meses depois e foi sucedido por seu filho Artaxes III, de oito anos, que após um governo de quase dois anos, foi morto e usurpado pelo oficial militar Sarbaro. Borana logo subiu ao trono com a ajuda do comandante militar Farruque Hormisda, que derrubou Sarbaro. Ela e Azarmiducte eram as únicas herdeiras legítimas que podiam governar na época. Borana herdou um império em declínio que estava envolvido numa guerra civil entre duas facções, os clãs persas (parsigues) e partas (pálaves), e se empenhou em reviver a memória e o prestígio de seu pai.
Ela foi, porém, substituída pouco depois pelo sobrinho de Cosroes, Sapor V, cujo reinado foi ainda mais breve, sendo substituído por Azarmiducte, com apoio parsigue. Ela, por sua vez, foi deposta logo depois e morta pelos pálaves sob o filho de Farruque Hormisda, Rustã Farruquezade, que restaurou sua irmã. Em seu segundo reinado, o poder estava sobretudo nas mãos de Rustã, o que causou insatisfação entre os parsigues e levou a uma revolta, durante a qual foi estrangulada até a morte. Foi sucedida por seu sobrinho Isdigerdes III, o último xá sassânida.
Embora seus reinados tenham durado pouco, tentou trazer estabilidade ao Irã por meio de leis justas, reconstrução da infraestrutura e redução de impostos e cunhagem de moedas. Diplomaticamente, desejava boas relações com os vizinhos ocidentais – os bizantinos – para quem mandou enviar uma embaixada, que foi bem recebida pelo imperador Heráclio (r. 610–641).