Carol Smart
fala da importânca da pauta normalizada / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Carol Christine Smart[1] CBE (20 de dezembro de 1948[2])é uma socióloga britânica considerada uma das pensadoras fundamentais do feminismo contemporâneo.[3] Ao longo de seus estudos, dedicou-se a desmistificar os preconceitos que rondam o comportamento feminino. Para a autora é importante clarificar a dimensão histórica e artificial dos preconceitos existentes contra as mulheres. Assim, aquilo que é tido como natural é na verdade uma representação falseada, mascarando os dados objetivos que produziram o contexto em que as mulheres são oprimidas. Debruçou-se, também, no estudo das leis, revelando como o sistema jurídico pode ratificar o status inferior atribuído às mulheres.[4] Vale dizer, desde a elaboração até a aplicação, as leis são majoritariamente prerrogativas dos homens, que refletem no Direito esses mesmos preconceitos e lugares comuns. Nessa perspectiva, a grande contribuição de Carol Smart no campo criminológico é abrir terreno para a construção de uma teoria que dê conta de explicar o processo de criminalização da mulher, sem se enredar numa série de valorações rasas.
Carol Smart | |
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Nascimento | 20 de Dezembro de 1948 |
Nacionalidade | Britânica |
Ocupação | socióloga, ativista feminista |
Principais trabalhos | "Women,Crime and Criminology: A feminist critique", "The Ties that Bind", "Feminism and the Power of Law", "Personal Life" |
Em sua maturidade intelectual, Smart investigou a fundo a intimidade das relações familiares. Sua sociologia da vida pessoal (Sociology of Personal Life)[5] enfatiza a importância das memórias, emoções e até fotografias para a manutenção dos laços afetivos dentro da família. Não por acaso, o introito dessas reflexões se dá com a foto de seus avós.
Em relação à criminalidade feminina, a autora dissecou os delitos nos quais as mulheres são vítimas e nos quais elas são as infratoras. Faz-se, assim, um aprofundado estudo comparado com as escolas clássicas e contemporâneas sobre crimes como estupro, aborto e prostituição, levantando o véu da ideologia presente nelas. Foi ainda ela quem criou o termo “estratégias de generificação” (gendering strategies),[6] que inclui práticas sociais, individuais e institucionais em posições subjetivas de gênero, assim como subjetividades e identidades as quais o indivíduo se torna preso (tied) ou associado.[7] Isso significa, grosso modo, que há uma diferença entre gênero (aspecto subjetivo) e sexo (aspecto biológico), frequentemente confundidos nos estudos clássicos de Lombroso e Ferrero.[4]
Outra questão relevante é que, apesar de seus estudos criminológicos terem se focado nos EUA e no Reino Unido, Carol Smart demonstra que o tratamento dado às mulheres pelo sistema legal é permeado pelos mesmos estereótipos, com mais ou menos variações dependendo do país. Isso se deve a um desenvolvimento relativamente semelhante das sociedades industriais do Ocidente.