Loading AI tools
patrimônio localizado no Brasil Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O Centro Histórico de São Paulo (ou simplesmente Centro) é um bairro da Zona Central do município de São Paulo, no Brasil. Corresponde à região onde a cidade foi fundada, em 25 de janeiro de 1554, pelos padres jesuítas José de Anchieta e Manuel da Nobrega. É formada pelos distritos da Sé e República. Neles, se encontra a maior parte dos edifícios que retratam a história da cidade, como o Pátio do Colégio, local de sua fundação.
Centro Histórico de São Paulo | |
---|---|
Bairro de São Paulo | |
Pátio do Colégio, com o Museu Anchieta (à esquerda) e os prédios da Secretaria da Justiça e do Tribunal de Justiça (à direita) | |
Área | 4,4 km² |
Fundação | 25 de janeiro de 1554 |
Habitantes | 64 366 |
Distrito | *Sé *República |
Subprefeitura | Sé |
Região Administrativa | Central |
ver |
Localizam-se na região vários centros culturais, bares, restaurantes, museus, grande parte dos pontos de interesse turístico da cidade[1] e escritórios governamentais do município e do estado.[2]
Mesmo após 40 anos, o Centro ainda guarda muitos encantos que podem ser observados em passeios gratuitos a pé, organizados pela Secretaria Estadual do Esporte e Turismo, como: o Banco São Paulo, edifício hoje utilizado pela Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo; a sede da B3, onde, por meio de um telão, é possível observar a movimentação das operações; o Mosteiro de São Bento, local onde, aos domingos, são realizadas missas às 10 horas da manhã; o Edifício Martinelli, primeiro arranha-céu da América do Sul; o Centro Cultural Banco do Brasil, que possui salas de exposições, cinema, teatro, restaurante, auditório, livrarias etc.; o Theatro Municipal de São Paulo, com concertos gratuitos às quartas-feiras; a Catedral da Sé e muito mais.[1]
Embora seja comum considerar os distritos Sé e República, de forma única, como sendo o "Centro Histórico de São Paulo", esse título cabe verdadeiramente ao distrito da Sé, mais propriamente à região compreendida entre o Largo São Francisco, o Largo São Bento e a Praça da Sé, que formam o "triângulo histórico" onde surgiu o Colégio Jesuíta a partir do qual originou-se o povoado e, posteriormente, a "Vila de São Paulo de Piratininga".
A parte da região central da cidade incluída no uso da expressão "Centro Histórico" foi ocupada posteriormente e corresponde, hoje, ao distrito da República, localizado na extremidade do Viaduto Santa Ifigênia ao Viaduto do Chá. Muito embora essa região concentre uma quantidade bastante considerável dos marcos históricos da cidade de São Paulo, como o Teatro Municipal, a Ladeira da Memória, a Biblioteca Municipal Mário de Andrade e a Praça da República, ela recebe, oficialmente, a designação de "Centro Novo".
Durante a Revolta Paulista de 1924 o bairro foi bombardeado por aviões do Governo Federal. O exército legalista ao governo de Artur Bernardes se utilizou do chamado "bombardeio terrificante", atingindo vários pontos da cidade, em especial bairros operários como Mooca, Ipiranga, Brás, Belenzinho e Centro, que foram seriamente afetados pelos bombardeios.
Ao longo do século XX, o Centro Histórico da cidade de São Paulo atingiu o seu apogeu econômico e social, bem como sua máxima degradação, além de um processo de esquecimento por boa parte dos habitantes da cidade. Ao mesmo tempo, a centralidade econômica de São Paulo migrava na direção sudoeste do município com o surgimento do polo de negócios da Avenida Paulista e, posteriormente, o da Avenida Brigadeiro Faria Lima. Mais recentemente, a criação de um grande polo de negócios que se estende pela região da Vila Olímpia e das Avenidas Engenheiro Luis Carlos Berrini e Chucri Zaidan, nas imediações da Avenida Nações Unidas (Marginal Pinheiros), intensificou esse processo.
Até a década de 1970, o Centro Histórico de São Paulo, já com infraestrutura consolidada e ainda repleto de grandes corporações e grandes arranha-céus, ainda concentrava parte significativa das grandes empresas nacionais e estrangeiras com sede na cidade. Em suas ruas estreitas, onde automóveis e pedestres dividiam com dificuldade o pouco espaço disponível, em um tempo em que grandes lojas de departamentos, eletrodomésticos, livrarias, restaurantes e das mais variadas finalidades caracterizavam fortemente o perfil urbano das ruas, tinham suas fachadas repletas de anúncios e neons, um forte apelo ao consumo.
Todavia, nesse mesmo período de sua história, já começavam a evidenciar-se os sinais e sintomas de uma decadência urbana severa, tais como a transferência da sede de muitas empresas para outros locais da cidade, a forte deterioração do espaço público, o aumento nos índices de criminalidade, o processo de especulação imobiliária em imóveis abandonados e sem manutenção, o aumento do número de pessoas vivendo nas ruas e o surgimento de muitos cortiços, além da deterioração da qualidade de vida, que desincentivou boa parte da população já estabelecida na região a ali permanecer. Isto ocasionou um esvaziamento populacional da região, que viria a agravar-se de forma contínua e aguda até o início dos anos 1990, quando, diante de um quadro de degradação profundo e absolutamente evidente, o poder público inicia um tímido processo de requalificação urbana da área central da cidade.
Entre as medidas iniciais da política de requalificação urbana na área central da cidade, estiveram a transferência da sede da prefeitura do município, até então instalada dentro do Parque Ibirapuera, para o Palácio das Indústrias Parque Dom Pedro II, sendo dez anos mais tarde transferida novamente para a esquina da rua Líbero Badaró com o Viaduto do Chá, onde encontra-se atualmente. Foi também promovida a reforma e remodelação do Largo São Bento e do Teatro Municipal, além do aterramento das pistas de tráfego do Vale do Anhangabaú, onde foi instalada uma área exclusiva para uso de pedestres nos moldes de uma praça.
O centro Histórico de São Paulo foi durante boa parte de sua história o coração financeiro e o maior polo de atividade comercial, bancária e de serviços da cidade. A região ainda conserva um vigoroso comércio de rua e significativa oferta de serviços e atividade bancária, mas a transferência massiva das sedes de instituições financeiras do comércio de luxo e dos restaurantes é visível. Entretanto, a Bolsa de Valores segue ainda hoje sediada na região.[4]
A existência de grandes arranha-céus, que foram sedes administrativas nacionais ou regionais de grandes bancos e instituições financeiras brasileiras e estrangeiras, mostra claramente a força econômica que um dia esteve ali e que deixou suas marcas. Dentre os principais bancos um dia sediados no Centro Histórico de São Paulo podem ser destacados: o Banespa com sua sede no famoso Edifício Altino Arantes, o Banco Mercantil de São Paulo, que possuía sua sede no Edifício Mercantil Finasa no Vale do Anhangabaú e o Unibanco, que teve sua sede no Edifício Barão de Iguape na Praça do Patriarca. O Banco do Brasil, que iniciou suas atividades em São Paulo em uma agência no encontro da Rua da Quitanda com a Rua Álvares Penteado, onde hoje funciona a unidade paulista do Centro Cultural do Banco do Brasil, construiu na década de 1950 um edifício de 142 metros de altura no Centro Histórico de São Paulo para ser sua sede regional no estado.
No dia 3 de setembro de 1976, seguindo um modelo surgido na Alemanha dos anos 30, vinte tradicionais ruas da região central foram fechadas ao trafego de veículos automotores, ficando assim destinadas exclusivamente aos pedestres. O então prefeito do município, Olavo Egídio Setúbal, tentou estimular que a população passasse a acessar esses locais prioritariamente usando transporte público.
Nesta época, o centro histórico ainda era o coração financeiro da cidade e a medida foi recebida com muitas criticas e receios. Após o fechamento de tais vias a veículos, os comerciantes locais passaram a reclamar de uma queda considerável no movimento de clientes.[5] Contudo, ainda hoje os chamados calçadões permanecem como uma das características urbanas mais marcantes do centro histórico de São Paulo.
A concentração de grande quantidade de marcos históricos, arquitetônicos e culturais faz a região se destacar pelo interesse por parte de turistas e visitantes. Inserida nesse contexto, ocorre todas as quintas-feiras a chamada Caminhada Noturna, um passeio gratuito pelo centro da cidade realizado há cerca de uma década. Inicia-se todas as quintas-feiras nas escadarias do Teatro Municipal, sempre às 20 horas.[6] Entre os pontos de interesse turístico mais divulgados e conhecidos estão:
O centro histórico de São Paulo, hoje, também se caracteriza pelos antigos prédios abandonados. O que antes eram luxuosos projetos arquitetônicos, agora abriga populações em situação de vulnerabilidade. Dentre esses edifícios, alguns eram grandes espaços dedicados ao cinema, com diversas salas de exibição.
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.