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pedagoga, ativista e política brasileira Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Chirley Maria de Souza Almeida Santos (Floresta, 08 de maio de 1974), também conhecida como Chirley Pankará, é uma pedagoga, mestra em Educação pela PUC-SP, doutoranda em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (USP) e ativista indígena do povo Pankará de Pernambuco. Foi a primeira co-deputada indígena a integrar um mandato na Assembleia Legislativa de São Paulo pela Bancada Ativista (PSOL), eleita em 2018 como deputada estadual.[1]
Chirley Pankará | |
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Chirley em 2022. | |
Dados pessoais | |
Nome completo | Chirley Maria de Souza Almeia Santos |
Nascimento | 8 de maio de 1974 (50 anos) Floresta, Pernambuco |
Nacionalidade | brasileira |
Alma mater | Pontifícia Universidade Católica de São Paulo |
Partido | PSOL (2018-presente) |
Profissão | Pedagoga, Ativista |
Chirley mudou-se da cidade pernambucana de Floresta para a cidade de Mauá (SP) em 1998 em busca de novas oportunidades de trabalho, com o intuito de ajudar sua família que permaneceu em Pernambuco. Cursou magistério na sua cidade natal e quando chegou no Estado de São Paulo teve seu primeiro emprego como empregada doméstica. Por influência da avó, que manipulava ervas medicinais em sua aldeia, Chirley tinha a intenção de formar-se em enfermagem, porém, conseguiu uma bolsa de estudos e formou-se em pedagogia na cidade de Mauá, após os 30 anos de idade.[2][3] Posteriormente, foi coordenadora de educação infantil do povo Guarani nas aldeias Krukutu, Tenondé Porã (em Parelheiros) e Tekoa pyau (Jaraguá), além de ter sido secretária do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher do município de Mauá.[4]
Também, fez parte do Observatório de Educação Escolar Indígena, onde pôde realizar pesquisas sobre como os estudantes indígenas se sentiam ao fazer parte de escolas não-indígenas. Assim, por cerca de oito anos, atuou como coordenadora do Centro de Educação e Cultura Indígena (CECI) junto ao povo Guarani existente na cidade de São Paulo.[5][6]
Posteriormente, realizou mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e iniciou seu doutorado em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (USP).
Em 2009, começou a participar da Rede GRUMIN de mulheres indígenas, grupo focado na integração das mulheres indígenas no contexto sociopolítico do Brasil. Assim, ela passou a se envolver nas lutas relacionadas a território, igualdade e educação.[5]
Quando pedagoga na cidade paulista, Chirley percebeu que os indígenas sofriam preconceito pelos próprios professores, por meio de estereótipos e generalizações que afastavam o pensamento dos alunos sobre os povos originários.[7] Assim, defende a ideia de que estes devem ocupar os espaços de conhecimento, como as universidades por exemplo, para combater o cenário de preconceito presente na sociedade e acabar com insultos racistas ainda existentes os quais, segundo a ativista, são difíceis de esquecer.[1][8] A manifestação de seu pensamento político em defesa dos povos indígenas é realizada nos diferentes protestos que já participou, como o Grito dos Excluídos[9], em atos contrários ao PL 490/2007 da Câmara Federal (também conhecido como Projeto de Lei do Marco Temporal)[10] e também nos eventos que é convidada a apresentar a realidade do seu povo. Na cidade suíça de Genebra, onde ocorreu um desses eventos realizado na Maison de la Paix, Chirley teve seu cocar, elemento importante da identidade e cultura indígena, confiscado logo após desembarcar no país.[11]
No mandato de co-deputada estadual pela Bancada Ativista na Assembleia Legislativa de São Paulo, teve atuação voltada à elaboração de projetos. Assim, atuou por meio de 7 emendas parlamentares destinadas a comunidades indígenas[2] e ajudou a elaborar a Lei 17.311/2021 que institui o mês do Agosto indígena no Estado de São Paulo, cujo intuito é reforçar a data de 09 de agosto reconhecida pela ONU como Dia Internacional dos Povos Indígenas e apresentar a diversidade dos povos originários brasileiros, suas culturas e lutas da atualidade.[12][13] A parlamentar defende que uma maneira de preservar a cultura desses povos é por meio da demarcação das suas terras, as quais ajudam a preservar seus costumes e evitar a violência contra as aldeias.[14]
Em setembro de 2018, participou da organização do I Encontro Estadual de Mulheres Indígenas na aldeia guarani localizada no bairro do Jaraguá. O evento contou com a participação de cerca de 200 pessoas de mais de 15 povos indígenas e comunidades refugiadas de outros países. Durante o encontro, as mulheres debateram suas experiências relacionadas a saúde, educação, demarcação de terras e lançaram um manifesto em defesa da sustentabilidade dos povos originários e o direito à terra.[15]
Nas eleições gerais de 2022, Chirley concorreu ao cargo de deputada estadual (desta vez individualmente) pelo PSOL e obteve 27.802 votos, porém não obteve a quantidade necessária para assumir a Assembleia Legislativa de São Paulo.[16] Segundo ela, a ideia de se candidatar foi sugerida pelo próprio movimento indígena, que apoio a sua entrada em uma nova candidatura à ALESP.[17] Durante a campanha, recebeu apoio e divulgação pelas três deputadas federais eleitas com maior número de votos pelo seu partido para a Câmara Federal por São Paulo no ano de 2022: Erika Hilton, Sâmia Bomfim e Sônia Guajajara.[2]
Ano | Eleição | Cargo | Votos | % | Partido | Resultado | Notas | Ref. |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
2022 | Estadual de São Paulo | Deputada Estadual | 27.802 | 0,12% | PSOL | Suplente | [18] |
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