Comuna de Manaus
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A Comuna de Manaus foi um movimento tenentista ocorrido no Amazonas no ano de 1924.
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Comuna de Manaus | |||
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Tenentismo | |||
Data | 23 de Julho de 1924 - 28 de Agosto de 1924 | ||
Local | Estado do Amazonas | ||
Desfecho | Vitória militar do exército legalista | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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O Tenentismo surgiu no Rio de Janeiro com a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana e ocorreu em São Paulo com a Revolta Paulista de 1924, no Pará, entre outros locais.
Deflagrada a 23 de julho de 1924, a rebelião dos militares de Manaus situa-se dentro de um quadro geral dos movimentos liderados por militares tenentes que naquele momento formularam críticas ao poder estabelecido, atingindo-o na esfera jurídico-política. Militares que procuraram demonstrar o abuso do poder, por parte dos oligarcas que estavam controlando o governo cujo domínio se contestava.
A Rebelião iniciada na capital do Amazonas, logo se estendeu à região de Óbidos, no Pará, local em que se concentraram as operações militares, dada a posição estratégica da cidade e do seu forte. O alvo dessa expansão militar era Belém do Pará, onde as guarnições buscavam unir-se, mas, devido aos imprevistos, os rebeldes ficaram restritos à região de Óbidos, controlando a passagem pelo Rio Amazonas e o governo da capital Manaus até o dia 28 de agosto de 1924, quando ocorre a repressão do movimento, através das forças federais.
Na década de 1920, há uma crise no preço da borracha devido a uma queda no mercado internacional. Isso gera problemas sócio-econômicos em todo o Estado, o que provocou divergências entre grupos e facções. Os jornais "O Tempo", "Gazeta da Tarde", "O Amazonas", "A Imprensa", "Jornal do Povo", dentre outros, noticiaram tais conflitos.
A situação era caótica no Amazonas, resultado da prolongada crise dos preços da borracha e dos efeitos da Primeira Guerra Mundial, entretanto, para as facções em disputa, havia críticas, acusações de corrupção administrativa. O governo estadual, para sanar a crise, busca auxílio ao federal, porém só conseguia empréstimos nos momentos de maior estado crítico, mas que resultavam em grandes endividamentos. Ao assumir o mandato de 1921-1924, César do Rego Monteiro, que fora empossado pelo presidente Epitácio Pessoa após o boicote nas eleições (Rego Monteiro havia perdido nas urnas). Ao assumir, o PRA (Partido Republicano Amazonense) e a Assembleia Legislativa entram em conflito. Além de o Amazonas ser pouco considerado pelo poder central, gerando grandes críticas do novo governador. A eleição e a posse de Rego Monteiro ocorreram com agitação popular. Sua posse assim é descrita pelo jornal "A Liberdade", no dia 5 de outubro de 1921.
“ | … Manaus era uma praça de Guerra desde o Palácio da Justiça, onde estava reunido superior tribunal de Justiça, até o Palácio Rio Negro, estendiam-se em alas as forças federais para garantir a investidura de César do Rego Monteiro no governo do Estado. | ” |
Devido a essas crises, há fome e tentativas de levantes em busca de alimentos, nas propriedades. A família de Rego Monteiro consolidava-se no poder e o povo ficava sempre a mercê dos chefes políticos. Aproximavam-se novas eleições e haviam divergências bem concretas em relação ao possível sucessor, senador Aristides Rocha.[1]
Acrescentando-se à gravidade da situação política no Estado Amazonense, existia o fato da baixa cotação da borracha, que coincidem, neste período. Isso induz a uma nova tomada de posição, ou seja, essa ambiência determinou, a nível estadual, a própria rebelião e o governo revolucionário dos militares que, transferidos, se encontravam em Manaus naquele momento (foram transferidos de outros Estados por estarem implicados em movimentos de rebeldia contra o poder). Eles eram vistos como "indesejáveis" pelos militares. Nessa conjuntura, surge a notícia da Revolta Paulista de 1924. A simpatia era notória pela população de Manaus e de Belém.