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A eleição presidencial na Argentina em 2011 foi decidida em primeiro turno no dia 23 de outubro.[1]
2007 ← → 2015 | ||||
23 de outubro Decidida no primeiro turno | ||||
---|---|---|---|---|
Candidato | Cristina Kirchner | Hermes Binner | ||
Partido | PJ (FpV) | PS (FAP) | ||
Natural de | Buenos Aires | Santa Fé | ||
Companheiro de chapa | Amado Boudou | Norma Morandini | ||
Vencedor em | 22 + CABA | 0 | ||
Votos | 11.865.055 | 3.684.970 | ||
Porcentagem | 54,11% | 16,31% | ||
Mapa dos resultados por províncias. | ||||
Titular Eleito |
A então presidente Cristina Fernández de Kirchner foi reeleita com mais de 54% dos votos, e por uma diferença de mais de 37 pontos (37,30%) contra o candidato da Frente Ampla Progressista, Hermes Binner. Desta forma, Cristina se tornou a primeira mulher reeleita na América, tendo obtido o maior número e porcentagem de votos em uma eleição desde o retorno da democracia argentina em 1983, e a segunda maior vantagem histórica, apenas 0,13% abaixo da vitória de Juan Domingo Perón em 1973.
A crise econômica que a Argentina enfrentou em 2001 culminou em massacres com dezenas de mortos, e no default da dívida externa. Essa crise produziu um revés generalizado, que colocou a Argentina em risco de dissolução e guerra civil. Em 2002, a pobreza subiu para 56% e o desemprego se elevou para 30%, níveis sem precedentes na Argentina moderna. A classe média foi reduzida pela metade e marginalidade social, propagada. A política entrou em uma profunda crise, resumida pela frase de ordem "¡Que se vayan todos!".[2]
Sob estas condições se realizaram as eleições presidenciais de 2003. Néstor Kirchner, o governador da província de Santa Cruz, no extremo-sul, e o ex-presidente Carlos Menem venceram o primeiro turno. Com a renúncia de Menem durante o segundo turno, Kirchner foi eleito presidente com 22% dos votos, o menor obtido por um presidente na história argentina. É assim que se inicia o que mais tarde seria conhecido como Kirchnerismo, também identificado como a letra "K".
Em 2007, Cristina Fernández de Kirchner é eleita presidente e sucede o marido na presidência do país. O plano seria lançar Néstor Kirchner novamente em 2011, o que foi impossibilitado com sua morte em 2010.[3]
Pela legislação eleitoral vigente no país, para ser eleito presidente no primeiro turno o candidato deve obter pelo menos 45% dos votos válidos ou 40% e uma liderança de 10% em relação ao segundo colocado.[4] A posse do presidente eleito foi programada para o dia 10 de dezembro.[5][6] Simultaneamente com a eleição presidencial, os eleitores elegeram pouco mais da metade dos assentos da Câmara dos Deputados, um terço do Senado, dezenove vagas no Parlamento do Mercosul e onze governos provinciais. Além disso, ao longo do ano, também ocorreram as eleições para o governo de outras doze províncias e o da capital federal Buenos Aires.[7][8]
A Argentina não possui uma Justiça Eleitoral, e as eleições são conduzidas pela Direção Nacional Eleitoral (DNE), um órgão pertencente ao Ministério do Interior. Os candidatos ocupantes de cargos públicos não precisam se desvincular para concorrer nas eleições, e é comum propagandas eleitorais em prédios oficiais e repartições públicas.[9] Para as eleições deste ano, a DNE determinou, pela primeira vez, que os candidatos expliquem seus gastos de campanha através de uma lista detalhada de seus gastos e da origem do dinheiro. O financiamento público de campanhas é escasso, e a maior parte dos recursos das campanhas são provenientes de empresários simpatizantes dos candidatos. O limite de gastos para uma campanha presidencial é de 254 milhões de pesos argentinos.[10]
O sistema eleitoral argentino permite que os partidos formem coligações. Cada coligação poderia apresentar mais do que uma chapa presidencial, mas apenas a que obtivesse mais votos na primária prosseguiria para o primeiro turno. As Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (PASO) foram criadas em 2009 e entraram em vigor pela primeira vez nas eleições gerais de 2011. Para ser candidato no primeiro turno, um candidato, ou sua coligação, deve obter pelo menos 1,50% dos votos válidos.[11] As primárias servem para reduzir o número de candidatos ao primeiro turno, que, historicamente, era alto, sendo este um reflexo de um sistema partidário fragmentado.[12]
Segundo a Câmara Nacional Eleitoral, estão habilitados para votar 32.064.323 eleitores. Com 11,8 milhões de eleitores (ou 37% do total), a província de Buenos Aires é o colégio eleitoral mais importante.[13] Os cidadãos residentes no exterior inscritos, estimados em cerca de quarenta mil, também estão habilitados para votar em seções eleitorais distribuídas em setenta países.[14] No país, o voto é obrigatório dos dezoito aos setenta anos, e facultativo a partir dos setenta e dos dezesseis aos dezoito anos de idade.[15]
Cor | Foto | Nome | Idade | Coligação | Espectro político | Último cargo público | Vice | Refs |
Cristina Kirchner | 58 | Frente para a Vitória | Centro-esquerda | Presidente da Argentina (2007–2015) |
Amado Boudou | [16] | ||
Hermes Binner | 68 | Frente Ampla Progressista | Centro-esquerda | Governador da Província de Santa Fe (2007–2011) |
Norma Morandini | [17] | ||
Ricardo Alfonsín | 59 | União Cívica Radical | Centro-direita | Deputado Nacional pela Província de Buenos Aires (2009–atualmente) |
Javier González Fraga | [18][19] | ||
Alberto Rodríguez Saá | 64 | Compromiso Federal | Centro-direita | Senador por San Luis (2005–atualmente) |
José María Vernet | [20] | ||
Eduardo Duhalde | 70 | União Popular | Centro | Presidente da Argentina (2002–2003) |
Mário Neves | [21] | ||
Elisa Carrió | 54 | Coalização Cívica | Direita | Deputada Nacional pela Cidade de Buenos Aires (2005–atualmente) |
Adrián Perez | [22][23] |
Data | Instituto responsável | Cristina Fernández de Kirchner |
Ricardo Alfonsín | Eduardo Duhalde | Alberto Rodríguez Saá |
Elisa Carrió | Hermes Binner | Jorge Altamira |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
10/2010 | OPSM/Zuleta Puceiro[24] | 35.7% | 16.0% | - | - | - | - | - |
10/2010 | Ibarómetro[25] | 44.5% | - | 8.1% | - | - | - | - |
11/2010 | Poliarquía Consultores[26] | 48.0% | 19.0% | - | - | - | - | - |
12/2010 | Consultora eQuis[27] | 44.0% | 6.1% | 5.3% | - | - | - | - |
12/2010 | Consultora Analogías[28] | 42.3% | 17.0% | - | - | - | - | - |
01/2011 | OPSM/Zuleta Puceiro[29] | 34.0% | 14.0% | 5.0% | - | - | - | - |
01/2011 | Ibarómetro[30] | 40.0% | 12.1% | 10.4% | - | - | - | - |
02/2011 | Management & Fit[31] | 27.1% | 6.6% | 4.3% | - | - | - | - |
04/2011 | CEOP[32] | 45.9% | 10.6% | 6.8% | - | 3.3% | - | - |
04/2011 | OPSM/Zuleta Puceiro[32] | 37.2% | 14.3% | 6.6% | - | 7.2% | - | - |
05/2011 | Ricardo Rouvier y Asociados | 49.8% | 22.3% | 6.6% | 6.0% | 4.8% | - | - |
05/2011 | Ibarómetro | 44.6% | 12.0% | - | 9.0% | - | - | - |
06/2011 | CEOP[33] | 48.2% | 12.8% | 7.5% | 5.5% | 5.9% | 4.3% | - |
06/2011 | Management & Fit[34] | 33.4% | 15.3% | 5.8% | 7.0% | 4.0% | 5.1% | - |
06/2011 | CEOP[35] | 49.8% | 10.5% | 9.2% | 5.2% | 4.8% | 6.5% | - |
06/2011 | Opinión Autenticada | 38.7% | 18.9% | 15.1% | 3.9% | 5.2% | 4.7% | - |
08/2011 | Opinión Autenticada[36] | 38.1% | 19.7% | 13.1% | - | - | - | - |
08/2011 | Graciela Römer & Asociados[36] | 40.4% | 15.9% | 9.9% | 4.1% | 5.5% | 6.3% | - |
08/2011 | OPSM/Zuleta Puceiro[37] | 41.6% | 20.4% | 8.2% | 4.8% | 3.0% | 5.2% | - |
08/2011 | Management & Fit[38] | 41.0% | 19.6% | 14.3% | 7.2% | 5.1% | 7.1% | - |
08/2011 | Consultora eQuis[39] | 46.6% | 15.2% | 6.6% | 5.8% | 3,2% | 7.1% | 0.9% |
08/2011 | Consultora eQuis[40] | 52.1% | 8.2% | 7.6% | 9.9% | 1.4% | 13.4% | 1.7% |
09/2011 | Consultora eQuis[41] | 53.1% | 9.2% | 8.3% | 10.8% | 1.0% | 16.4% | 1.2% |
09/2011 | Nueva Comunicación[42] | 51.7% | 7.6% | 9.1% | 8.8% | 1.5% | 15.8% | 1.7% |
09/2011 | Hugo Haime y Asociados[43] | 53.1% | 12.6% | 10.5% | 5.6% | 1.6% | 15.2% | 1.5% |
10/2011 | OPSM[44] | 51.0% | 10.9% | 6.4% | 9.5% | 3.9% | 15.5% | 2.8% |
10/2011 | Consultora eQuis[45] | 55.4% | 8.2% | 6.8% | 11.2% | 1.5% | 15.6% | 1.4% |
10/2011 | Aresco[46] | 52.8% | 9.9% | 8.1% | 9.8% | 3.2% | 12.2% | 4.0% |
10/2011 | Giacobbe & Asociados[47] | 53.1% | 9.1% | 7.9% | 10.2% | 3.1% | 16.6% | 3.1% |
10/2011 | CEOP[48] | 49.1% | 10.8% | 8.2% | 6.9% | 2.0% | 12.0% | 0.8% |
Candidatos | Partido | Resultados | ||||
---|---|---|---|---|---|---|
Votos | % | |||||
Cristina Kirchner | Amado Boudou | Frente para a Vitória | FpV | 11.863.054 | 54,11 / 100,00 | |
Hermes Binner | Norma Morandini | Frente Ampla Progressista | FAP | 3.683.660 | 16,81 / 100,00 | |
Ricardo Alfonsín | Javier González Fraga | União Cívica Radical | UCR | 2.395.056 | 11,14 / 100,00 | |
Alberto Rodríguez Saá | José María Vernet | Compromisso Federal | CF | 1.714.385 | 7,96 / 100,00 | |
Eduardo Duhalde | Mário Neves | União Popular | UP | 1.264.609 | 5,86 / 100,00 | |
Jorge Altamira | Christian Castillo | Frente de Esquerda | FIT | 497.082 | 2,30 / 100,00 | |
Elisa Carrió | Adrián Pérez | Coalizão Cívica | CC-ARI | 396.171 | 1,82 / 100,00 | |
Votos válidos | 21.484.844 | 95,94 / 100,00 | ||||
Votos brancos | 678.724 | 3,03 / 100,00 | ||||
Votos nulos | 206.030 | 0,92 / 100,00 | ||||
Votos impugnados | 23.921 | 0,11 / 100,00 | ||||
Total | 22.392.519 | 100,00 / 100,00 | ||||
Participação | 22.392.519 | 77,58 / 100,00 | ||||
Abstenção | 6.474.605 | 22,42 / 100,00 | ||||
Eleitorado | 28.867.124 | 100,00 / 100,00 | ||||
Fonte:[49] |
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