Eleições autárquicas portuguesas de 2021
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As eleições autárquicas portuguesas de 2021 foram realizadas em 26 de setembro de 2021. Estiveram em disputa nestas eleições autárquicas a eleição de 308 presidentes de câmaras municipais, os seus vereadores e assembleias municipais, bem como as 3 091 assembleias de freguesia, das quais saíram os executivos das juntas de freguesia.
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Eleições autárquicas de 2021 | |||||||||||
26 de setembro de 2021 | |||||||||||
Tipo de eleição: | Autarquias | ||||||||||
Cargos a eleger: | 308 municípios e 3 091 freguesias | ||||||||||
Período: | 2021 a 2025 | ||||||||||
Demografia eleitoral | |||||||||||
Hab. inscritos: | 9 323 688 | ||||||||||
Votantes : | Municípios: 5 002 047 Freguesias: 4 999 364 | ||||||||||
Votos válidos: | Municípios: 4 797 633 Freguesias: 4 757 183 | ||||||||||
Votos nulos: | Municípios: 204 414 Freguesias: 242 181 | ||||||||||
Partido Socialista | |||||||||||
municípios: | 148 | ||||||||||
freguesias: | 1 248 | ||||||||||
Partido Social Democrata | |||||||||||
municípios: | 114 | ||||||||||
freguesias: | 757 | ||||||||||
CDU – Coligação Democrática Unitária | |||||||||||
municípios: | 19 | ||||||||||
freguesias: | 112 | ||||||||||
Grupo de cidadãos | |||||||||||
municípios: | 19 | ||||||||||
freguesias: | 414 | ||||||||||
CDS – Partido Popular | |||||||||||
municípios: | 6 | ||||||||||
freguesias: | 41 |
O Partido Socialista voltou, pela terceira eleição consecutiva, a ser o partido vencedor e com o maior número conquistadas (147 sozinho e uma coligação).[1] Apesar dos socialistas se manterem como o maior partido autárquico, o partido perdeu diversas câmaras de relevo, com o grande destaque a ser a derrota em Lisboa. Após 14 anos de governação socialista, a capital foi perdida para a coligação de centro-direita.[2] A juntar à derrota na capital, o PS perdeu câmaras como Coimbra, Funchal e Barcelos, além de perder bastiões históricos socialistas como a Mealhada, Cartaxo ou Reguengos de Monsaraz.[3][4][5][6][7][8] Os pontos positivos para os socialistas foram a recuperação de Loures (perdida em 2013 para a CDU) e a recuperação do bastião de Vila do Conde.[9][10]
O Partido Social Democrata, após três eleições autárquicas consecutivas a perder terreno, conseguiu ganhar fôlego e conquistou mais de 30 câmaras municipais.[11] A grande vitória social-democrata foi a conquista da capital Lisboa, onde Carlos Moedas foi eleito presidente da câmara.[12] O PSD também conseguia conquistar de grande importância como foram o caso de Coimbra, Funchal, Barcelos e Portalegre.[13][14][5][15] Além destas câmaras, os social-democratas foram capazes de ganhar câmaras que sempre foram socialistas como o Cartaxo e Reguengos de Monsaraz.[7][8] O grande revés para o PSD nestas eleições foi a perda da câmara da Guarda para um movimento independente formado por antigos membros do partido.[16]
A Coligação Democrática Unitária voltou novamente a ter maus resultados pela segunda eleição consecutiva, obtendo o seu pior resultado autárquico de sempre. A coligação liderada pelo Partido Comunista Português falhou o objetivo de recuperar câmaras como Almada e Barreiro, como ainda perdeu Loures para o PS.[17][18][19] A juntar-se a isto, os comunistas perderam bastiões que sempre tiveram nas suas mãos: Moita, Montemor-o-Novo e Mora.[20] Os poucos pontos positivos da noite eleitoral para a CDU foram os bons resultados conseguidos em Lisboa e no Porto, bem como a recuperação de dois antigos bastiões comunistas: Barrancos e Viana do Alentejo.[21][22][23]
O CDS – Partido Popular teve resultados mistos. Se, por um lado os centristas conseguiram manter as seis câmaras que tinham e participaram nas coligações vencedoras com o PSD em Coimbra, Funchal, Barcelos e Portalegre, o CDS perdeu muita força nos locais onde concorreu sozinho.[24] Em locais onde o partido era historicamente forte como Viseu ou Leiria, o CDS viu-se reduzido aos seus piores resultados de sempre. A interpretação dos resultados abriu uma guerra interna, com o líder do CDS Francisco Rodrigues dos Santos a considerar que os resultados foram um sucesso, enquanto o crítico Nuno Melo considerou os resultados como fracos, apresentando uma candidatura contra o líder.[25][26]
O Bloco de Esquerda voltou, mais uma vez, a demonstrar incapacidade de se implementar a nível autárquico. Os bloquistas ficaram reduzidos a apenas 4 vereadores, menos 8 que os conseguidos nas eleições de 2017.[27] O único ponto positivo para o BE foi a eleição de um vereador no Porto pela primeira vez na história do partido.[27]
Quantos os novos partidos, o Chega foi o mais bem-sucedido ao conseguir eleger 19 vereadores nas primeiras eleições autárquicas do partido.[28] A Iniciativa Liberal e o Pessoas–Animais–Natureza não conseguiram eleger qualquer vereador.[29]
Os movimentos independentes conseguiram o maior número de sempre de câmaras sob o seu controlo, conquistando 19 câmaras, tantas como a CDU. Estes movimentos conseguiram conquistaram câmaras como a Figueira da Foz, a Guarda, Marinha Grande, Caldas da Rainha ou Mealhada.[16][30][31][6]
Por fim, referir a participação eleitoral de 53,6% foi a segunda mais baixa da história das eleições autárquicas, registo negativo apenas pela superado nas eleições de 2013.[32]