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escritora, poetisa, ativista e professora indígena brasileira Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Eliane Lima dos Santos (Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1950), conhecida por Eliane Potiguara, é uma professora, escritora, ativista e empreendedora indígena brasileira. Fundadora da Rede Grumin de Mulheres Indígenas.[1] Foi uma das 52 brasileiras indicadas para o projeto internacional "Mil Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz".
Eliane Potiguara | |
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Eliane Potiguara, Rio de Janeiro, 2022 | |
Nome completo | Eliane Lima dos Santos |
Pseudônimo(s) | Eliane Potiguara |
Nascimento | 29 de setembro de 1950 (73 anos) Rio de Janeiro, RJ |
Nacionalidade | brasileira |
Etnia | potiguara |
Cônjuge | Taiguara (c. 1978; div. 1985) |
Filho(a)(s) | 3 |
Alma mater | Universidade Federal do Rio de Janeiro |
Ocupação | |
Prêmios |
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Página oficial | |
www.elianepotiguara.org.br |
Formada em Letras e Educação[2], licenciou-se em Letras (Português e Literatura) e Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e tem Especialização em Educação Ambiental pela UFOP.[3] Eliane Potiguara recebeu em dezembro de 2021 o título de doutora “honoris causa”, do Conselho Universitário (Consuni), órgão máximo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).[4]
Participou de vários seminários sobre direitos indígenas na Organização das Nações Unidas, em organizações governamentais e não governamentais.[5]
Foi esposa do cantor e compositor Taiguara de 1978 a 1985, pai dos seus filhos.[6]
Primeira escritora indígena no Brasil.[7]
Foi nomeada uma das "Dez Mulheres do Ano de 1988" pelo Conselho das Mulheres do Brasil, por ter criado a primeira organização de mulheres indígenas no Brasil: o GRUMIN (Grupo Mulher-Educação Indígena), e por ter trabalhado pela educação e integração da mulher indígena no processo social, político e econômico no país e por ter trabalhado na elaboração da Constituição brasileira de 1988. O GRUMIN foi o grupo pioneiro do movimento de mulheres indígenas no Brasil.[8]
Com uma bolsa que conquistou da ASHOKA em 1989 (Empreendedores Sociais)[9] e mais o seu salário de professora e o apoio de Betinho/IBASE e os recursos do Programa de Combate ao Racismo, (o mesmo que apoiava Nelson Mandela), pode prosseguir a sua luta, além de sustentar e cuidar de seus três filhos (Moína Lima, Tajira Kilima e Samora Potiguara), hoje adultos.[10]
Em 1990, foi a primeira mulher indígena a conseguir uma petição no 47º Congresso dos Índios Norte-Americanos, no Novo México, para ser apresentada às Nações Unidas. Neste Congresso reuniram-se mais de 1500 indígenas americanos. Desse modo, participou durante anos da elaboração da "Comitê Inter-Tribal 500 Anos Declaração Universal dos Direitos Indígenas", na ONU, em Genebra. Por esse trabalho recebeu em 1996, o título de "Cidadania Internacional", concedido pela organização filosófica Iraniana Baha'i, que milita pela implantação da Paz Mundial.[11]
É defensora dos Direitos Humanos, tendo sido criadora do primeiro jornal indígena, de boletins conscientizadores e de uma cartilha de alfabetização indígena dentro do método Paulo Freire com o apoio da Unesco. Organizou em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, em 1991 um encontro com a participação de mais de 200 mulheres indígenas de várias regiões, tendo como convidados especiais a cantora Baby Consuelo e vários líderes indígenas internacionais. Organizou vários cursos referentes à Saúde e Diretos Reprodutivos das Mulheres Indígenas e foi consultora de outros encontros sobre o tema.[12]
Em 1992 foi cofundadora/pensadora do Comitê Inter-Tribal 500 Anos ("kari-oka"), por ocasião da Conferência Mundial da ONU sobre Meio-Ambiente, junto com Marcos Terena, Idjarruri Karajá, Megaron e Raoni e muitos outros líderes indígenas do país, além de ter participado de dezenas de assembleias indígenas em todo o Brasil.[13]
Discutiu a questão dos direitos indígenas em vários fóruns nacionais e internacionais, governamentais e não governamentais, propondo diversas diretrizes e estratégias de ordem político-econômica, inclusive no fórum sobre o Plano Piloto para a Amazônia, em Luxemburgo, em 1999.
No final de 1992, por seu espírito de luta, traduzido na sua obra "A Terra é a Mãe do Índio", foi premiada pelo Pen Club da Inglaterra[14], no mesmo momento em que Caco Barcelos ("Rota 66") e ela estavam sendo citados na lista dos "Marcados para Morrer", anunciados no Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão, em rede nacional, por terem denunciado esquemas duvidosos e violação dos direitos humanos e indígenas.[15]
Em 1995, na China, no Tribunal das Histórias Não Contadas e Direitos Humanos das Mulheres/Conferência da ONU, narrou a história de sua família que emigrou das terras paraibanas na década de 1920 por ação violenta dos neo-colonizadores e as consequências físicas e morais desta violência à dignidade histórica de seu bisavô, avós e descendentes. Contou também o terror físico, moral e psicológico pelo qual passou ao buscar a verdade, além de sofrer violência psicológica e humilhação por ser detida pela Polícia Federal por estar defendendo os povos indígenas, seus parentes, do racismo e exploração. O seu nome foi caluniado na imprensa do estado da Paraíba.[16]
Foi Conselheira da Fundação Palmares/Minc, e "fellow" da organização internacional ASHOKA, dirigente do GRUMIN e membro do Women's Writes World. Participou de 56 fóruns internacionais e para mais de 100 nacionais culminando na Conferência Mundial contra o Racismo na África do Sul, em 2001 e outro fórum sobre os Povos Indígenas em Paris, em 2004.
Integra o Comitê Consultivo do Projeto Mulher: 500 anos atrás dos panos, que culminou no Dicionário mulheres do Brasil.[17]
O seu carro chefe é a obra intitulada "Metade Cara, Metade Máscara" que está na sua terceira edição pela GRUMIN Edições e aborda a questão indígena no Brasil. Metade Cara, Metade Máscara está nos Anais da Mostra Científica. Mestrandos e doutorandos estudam suas obras literárias, foi adotado pelo TCU (Tribunal de Contas da União) do Mato Grosso do Sul e a Secretaria de Educação do DF está aplicando o livro Metade Cara, Metade Máscara nas escolas.[18]
Em 2023 lançou pela GRUMIM Edições o livro "O Vento Espalha Minha Voz Originária".[19]
Foi homenageada em 10/01/2024 pela Maurício de Sousa Produções (Turma da Mônica) no Projeto Donas da Rua.[20]
Editorais:
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