Ernest Henry Shackleton
explorador britânico (1874-1922) / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Ernest Henry Shackleton CVO OBE FRSG (Kilkea, condado de Kildare, 15 de fevereiro de 1874 — Geórgia do Sul, 5 de janeiro de 1922) foi um explorador polar que liderou três expedições britânicas à Antárctida, e uma das principais figuras do período conhecido como Idade Heroica da Exploração da Antártida.
Ernest Shackleton | |
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Shackleton em 1917 | |
Nome completo | Ernest Henry Shackleton |
Nascimento | 15 de fevereiro de 1874 Kilkea, condado de Kildare Irlanda |
Morte | 5 de janeiro de 1922 (47 anos) Geórgia do Sul |
Nacionalidade | Britânico |
Cônjuge | Emily Dorman |
Filho(a)(s) | Raymond, Cecily e Edward |
Ocupação | Explorador |
Prêmios | Medalha Vega (1910) |
Escola/tradição | Dulwich College |
Serviço militar | |
País | Reino Unido |
Serviço | Marinha Real Britânica Exército Britânico |
Anos de serviço | 1901-1907, 1917-1919 |
Patente | Tenente (reserva da marinha) Major (exército) |
Conflitos | Primeira Guerra Mundial Guerra Civil Russa |
Assinatura | |
Nascido no Condado de Kildare, na Irlanda, Shackleton e a sua família anglo-irlandesa[1] mudaram-se para Sydenham, uma zona dos subúrbios de Londres, quando ele tinha dez anos de idade. Sua primeira experiência nas regiões polares foi como terceiro-oficial na Expedição Discovery liderada pelo capitão Robert Falcon Scott, em 1901–04, durante a qual foi enviado para casa mais cedo devido a problemas com escorbuto. Determinado a dar a volta a este insucesso pessoal, regressou à Antárctida em 1907 à frente da Expedição Nimrod. Em Janeiro de 1909, ele e mais três companheiros efectuaram uma marcha para sul que estabeleceria uma nova marca Farthest South - latitude 88° 23′ S, a 180 km do Polo Sul. Por esta conquista, Shackleton recebeu o título de cavaleiro pelo rei Eduardo VII quando regressou a casa.
Depois da corrida ao Polo Sul ter terminado em Dezembro de 1911, com a conquista de Roald Amundsen, Shackleton virou a sua atenção para aquele que ele considerava ser o último grande objectivo da exploração antárctica: atravessar o continente de mar a mar, passando pelo polo. Para prosseguir com este projecto, Shackleton preparou a Expedição Transantártica Imperial (1914–17). A expedição não correu bem, com o navio, Endurance, a ficar preso no gelo e, posteriormente, a ser lentamente esmagado mesmo antes da tripulação conseguir desembarcar. Seguiu-se uma série de explorações, e um salvamento in-extremis sem, no entanto, perdas humanas, que daria o estatuto de herói a Shackleton, embora não tivesse sido imediatamente claro.[2] Em 1921, regressou à Antárctida, na Expedição Shackleton–Rowett, com a intenção de levar a cabo um programa científico. Antes mesmo de a expedição ter começado os seus trabalhos de pesquisa, Shackleton morreria de ataque cardíaco enquanto o seu navio, Quest, estava ancorado na Geórgia do Sul. A pedido da sua esposa, foi enterrado ali.
Fora das expedições, a vida de Shackleton era, geralmente, agitada e insatisfeita. Na sua busca por soluções para o seu bem-estar e segurança, criou vários negócios, mas nenhum teve sucesso. Seus assuntos financeiros eram habitualmente confusos; quando morreu, estava significativamente endividado. Após sua morte, foi elogiado pela imprensa, mas acabou por ser, em larga medida, esquecido, enquanto a reputação do seu rival Scott foi mantida por muitas décadas. No século XX, Shackleton foi "redescoberto",[3] tonando-se uma figura cultuada, um modelo de liderança que, em circunstâncias extremas, mantinha a coesão na sua equipa numa história de sobrevivência, descrita pela historiadora polar Stephanie Barczewski como "incrível".[4]
Suas qualidades de liderança chamaram a atenção no início do século XXI, principalmente devido ao sucesso obtido nas operações de salvamento da Expedição Transantáctica Imperial. Seu carácter é resumido na última frase do livro Shackleton's Boat Journey, de F. A. Worsley, capitão do Endurance como "As suas características mais marcantes são o seu cuidado e atenção para com o bem-estar de todos os seus homens".