Evangelhos sinópticos
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Evangelhos sinópticos ou evangelhos sinóticos são os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, assim referidos por conterem uma grande quantidade de histórias em comum, narradas na mesma sequência, às vezes com as mesmas frases. Considera-se que tal grau de paralelismo, em termos de conteúdo - narrativa, linguagem e estrutura de frases - somente pode ocorrer em uma literatura interdependente. Muitos estudiosos acreditam que esses evangelhos compartilham o mesmo ponto de vista e são claramente ligados entre si.[1]
Desde que a exegese começou a ser aplicada à Bíblia, ainda no século XVIII, os exegetas os chamaram de "evangelhos sinópticos" pois se aperceberam que, dos quatro evangelhos, os três primeiros apresentavam grandes semelhanças entre si, de tal forma que, se colocados em três grelhas paralelas – donde vem o nome sinóptico, do grego συν, "syn" («junto») + oοψις, "opsis" («ver») –, os assuntos neles abordados correspondiam quase inteiramente. Ou seja, são classificados assim, por fazerem parte de uma mesma visão ou um mesmo ponto de vista.
Por parecer que teriam bebido na mesma fonte, os primeiros grandes exegetas alemães designaram essa fonte como Q, abreviatura de Quelle, que significa precisamente 'fonte', em alemão. Adicionalmente, Mateus e Lucas também incluíram um material de duas outras fontes exclusivas, designadas como Fonte M e Fonte L respectivamente.
Quanto ao quarto Evangelho canônico, o Evangelho segundo João, este relata a história de Jesus de um modo substancialmente diferente, razão por que não se enquadra nos sinópticos. Desta maneira, há quatro evangelhos canônicos, dos quais três são sinópticos.
Enquanto que os evangelhos sinópticos apresentam Jesus como humano (que se destaca dos comuns por suas ações milagrosas) e são fontes de informações históricas sobre Jesus Cristo, o Evangelho de João descreve Jesus como o Messias, isto é, com o caráter divino de quem traz a redenção absoluta ao mundo. O evangelho de João sugere que ele próprio tivesse conhecimento dos Evangelhos Sinópticos, nos quais já existia informação suficiente sobre a vida de Jesus como homem, incumbindo-se João de mostrar, em seu Evangelho, os atributos de Jesus como Deus.