visão religiosa do fim do mundo Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Juízo Final, Julgamento Final, o Dia do Juízo Final, ou Dia do Senhor é um conceito existente no Zoroastrismo e nas religiões abraâmicas. Esta crença inspirou numerosas obras artísticas, como pinturas, esculturas e sermões.
Escatologia cristã | |||||||||||||||||||||
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Diferenças escatológicas | |||||||||||||||||||||
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A parte majoritária do cristianismo considera que será o momento na Segunda Vinda de Jesus Cristo, onde Deus julgará todas as pessoas que já viveram, resultando na condenação ou salvação de todas as pessoas da Humanidade, tal conceito é encontrado em todos os evangelhos, mas particularmente no capítulo 24 do Evangelho de Mateus, visão chamada de futurismo. O Islamismo também acredita na Segunda Vinda de Jesus de forma semelhante. Alguns cristãos e a maioria dos eruditos críticos acreditam que essa profecia já se cumpriu com a queda do templo de Jerusalém no ano 70 d.C., essa visão teológica é chamada de preterismo.
Diferentes eruditos do judaísmo possuem variadas opiniões sobre o tema, mas seus profetas próximos ao Exílio da Babilônia, Isaías e Daniel mencionam tal acontecimento, mas a interpretação destas profecias variam muito dentro do povo judeu. O zoroastrismo, uma das mais antigas religiões, também acredita no salvador, na ressurreição dos mortos e em um juízo final.
O Zoroastrismo, religião popular persa que influenciou o desenvolvimento do judaísmo e o nascimento do cristianismo[1], acredita que haverá o Frashokereti, um evento ímpar na história onde todo o universo será renovado após a chegada do salvador, o bem vencerá o mal de forma definitiva e será totalmente destruído, e tudo estará em perfeita unidade com Deus como no tempo da criação[2].
No judaísmo, as crenças variam. O Ano Novo Judaico é chamado de 'Dia do julgamento', pois é quando Deus estabelece seus decretos para o próximo ano, mas não é visto como um dia do julgamento final. Alguns rabinos creem que haverá uma ressurreição dos mortos futura, enquanto outros acreditam que o julgamento final ocorre imediatamente após a morte. Outros creem que apenas os não-judeus serão julgados.[3] O Talmud Babilônico possui longas passagens que descrevem o Juízo Final.[4]
No Cristianismo o Juízo Final será o julgamento por Deus de todos os seres humanos que passaram pela terra e não aceitaram a Jesus Cristo "O Filho de Deus", como o seu Salvador. Esse evento seria precedido pela ressurreição dos mortos e pela segunda vinda de Cristo.
Segundo a Bíblia, aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disso o Juízo final, que confirma a sentença recebida por cada pessoa no seu juízo particular.
"E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo," (Hebreus 9:27).
Depois que os céus passarem, os elementos se desfizerem, e a Terra e as obras que nela há se queimarem, Deus ressuscitará a humanidade e a reunirá, diante do Seu trono, para julgar os mortos segundo as suas obras no mundo (II Pedro 3:10-13).
"E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida: e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras" (Apocalipse 20:12).
E de acordo com (Mateus 10:26):
"Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se." Segundo o evangelista, tudo o que se fizer às escondidas em vida será revelado. Nesta fase, ocorrerá também a segunda vinda de Jesus à Terra já "destruída", para também julgar a humanidade ao lado de Deus Pai.
E aqueles cujos nomes não estiverem no Livro da Vida receberão o castigo eterno, sendo lançados em um "lago de fogo e enxofre":
"E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna." (Mateus 25:46)
"E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo." (Apocalipse 20:15), como se fosse uma espécie de segunda morte:
"Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicários, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte." (Apocalipse 21:8).
Os justos, porém, depois do Juízo Final, viverão eternamente em uma nova terra, em novos céus:
"Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça." (II Pedro 3:13), que, segundo as escrituras, se constitui no Reino de Deus realizado na sua plenitude e perfeição. Neste reino eterno, Deus será tudo em todos, durante a vida eterna:
"E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos." (I Coríntios 15:28).
A Escola Amilenista sugere que a Bíblia não faz distinção cronológica entre a Segunda Vinda de Cristo, o Arrebatamento da Igreja e a participação do crente no Novo Céu e na Nova Terra; que haverá apenas uma ressurreição geral dos crentes e dos incrédulos, a qual ocorrerá durante a Segunda Vinda; que o Juízo Final será para todos os povos; que a Tribulação é algo que experimentamos na presente era; que o milênio referido em Apocalipse 20 não se trata de um milênio literal, pois o Reino de Deus, inaugurado visivelmente com a Primeira Vinda de Cristo à Terra, continua espiritualmente presente, embora invisível, e será consumado com a Segunda Vinda visível de Cristo, o Rei da Glória; que entramos neste Reino pela fé, conforme João 3; e que a Bíblia não faz distinção entre a Igreja no Antigo Testamento (Israel) e a Igreja do Novo Testamento ("o novo Israel", constituída de circuncisos e incircuncisos). Compartilham desta visão as Igrejas Católica Romana, Ortodoxas Orientais e Protestantes históricos.
A Escola Pós-Milenista ensina que a Segunda Vinda ocorrerá após o Milênio, o qual não será literal, e a era presente se misturará com o Milênio de acordo com o progresso do Evangelho no mundo. Esta escola acompanha a mesma linha de interpretação da amilenista, no que concerne à Ressurreição, ao Juízo Final, à Grande Tribulação e à posição sobre Israel e a Igreja.
A Escola Pré-Milenista divide-se em dois grupos distintos: os pré-milenistas históricos e os pré-milenistas dispensacionalistas. Os históricos creem que a Segunda Vinda de Cristo para reinar nesta Terra e o Arrebatamento da Igreja acontecerão simultaneamente; que haverá a ressurreição dos salvos no início do Milênio, chamada a Primeira Ressurreição, e a ressurreição dos incrédulos ocorrerá no final do Milênio; que o Milênio é tanto presente como futuro - no presente, Cristo reina nos Céus e, no futuro, reinará na Terra, muito embora não considerem o período da Grande Tribulação e façam certa distinção entre Israel e a Igreja, enquanto "Israel espiritual".
Os pré-milenistas dispensacionalistas ensinam que a Segunda Vinda acontecerá em duas fases distintas: na primeira, Cristo se encontrará com a Igreja nos ares e levará os salvos para participar das Bodas do Cordeiro nas regiões celestiais; na segunda, após sete anos de Tribulação na Terra sem a presença da Igreja, Cristo regressará com ela para reinar neste mundo por mil anos. Eles fazem distinção entre a ressurreição para a Igreja, na ocasião do Arrebatamento; a ressurreição para aqueles que virão a crer durante a Grande Tribulação de sete anos (ressurreição esta que ocorrerá na segunda fase da Segunda Vinda de Jesus, no final da Grande Tribulação); e a ressurreição dos incrédulos no final do Milênio. Distinguem também o julgamento dos crentes após o Arrebatamento (Tribunal de Cristo), o julgamento dos judeus e gentios convertidos no final da Grande Tribulação (Julgamento das Nações) e o julgamento dos incrédulos no final do Milênio (Juízo Final ou Juízo do Grande Trono Branco).
Para os dispensacionalistas, o período de sete anos da Grande Tribulação será literal, mas a Igreja será arrebatada antes dessa tribulação. O Milênio será inaugurado e estabelecido com a Segunda Vinda de Jesus (na segunda fase), após a Grande Tribulação, e durará literalmente mil anos. Para estes, há distinção entre Israel e a Igreja.
Para os preteristas, que defendem visão popular entre os eruditos histórico-críticos da Bíblia, a volta de Jesus e o juízo final são simbólicas, e se referem apenas ao cumprimento de uma profecia de Jesus onde haveria a destruição do Templo de Jerusalém no ano 70 d.C. e o julgamento contra aqueles de seu povo que o rejeitaram (Daniel 12:1), pois Jesus afirmou no Evangelho de Mateus em diversos trechos que aqueles eventos ocorreriam naquela mesma geração de pessoas (Mateus 10:23; 16:57-28; 24:34) que ele se comunicava ainda nos anos 30 d.C., e não em épocas futuras. Esta visão entende que a expressão "voltar sobre as nuvens" não é um evento histórico literal, mas uma expressão idiomática, uma vez que Deus também disse que viria nas nuvens contra os egípcios em Isaías 19:1, mas esta profecia não ocorreu de modo literal[5].
Embora o Juízo Final seja pregado por grande parte das igrejas cristãs, essa ideia do Juízo Final é rejeitada por outras correntes cristãs de pensamento, como o Cristianismo esotérico, que assegura que todos os seres da onda de evolução humana serão "salvos", num futuro distante, até que tenham adquirido um grau superior de consciência e altruísmo por meio dos sucessivos renascimentos.
A fé no Juízo Final (em árabe: یوم القيامة; romaniz.: Yawm al-qiyāmah) é considerado um dos seis pontos centrais da fé de todos os muçulmanos, podendo ser encontrada no Alcorão, hadith (ditos de Muhammad), comentários (tafsịrs), escrituas teológicas,[6] manuais de escatologia, de autores como al-Ghazali, Ibn Kathir, Ibn Majah, Muhammad al-Bukhari, e Ibn Khuzaymah.
Assim como os cristãos, eles creem que haverão terrível eventos estranhos da natureza, a Segunda Vinda de Cristo, a batalha contra o anti-cristo (Al-Masīḥ ad-Dajjāl, literalmente "Messias Enganador"[7]) e problemas com a batalha de Gogue e Magogue, o desaparecimento de todos os devotos sinceros, ressurreição dos mortos[8], e por último, o dia do Juízo Final, onde todos os seres humanos serão julgados. Dependendo do veredito deste julgamento, alguns ganharão o paraíso (Jannah) ou a punição do inferno (Jahannam).[9]
Neste processo, as almas vão passar pelo fogo do inferno[10] através da ponte de sirat. Para os pecadores, essa ponte será fina e afiada como espada mais afiada até que caiam no lago de fogo,[11] enquanto os justos passarão pela ponte até o paraíso (Jannah). Os muçulmanos que não passaram pelo juízo ficará no inferno até que seus pecados tenham sido expiados e depois irão ao paraíso, já os que rejeitaram a Deus ficarão lá pela eternidade.[12]
Para o Espiritismo, o "Juízo Final" é uma alegoria das religiões tradicionais que é equiparado ao que se chama, em Espiritismo, de Processo de Regeneração da Humanidade.[13]
Ou seja, a rigor, não há nenhum juízo final (derradeiro e definitivo). Há, outrossim, períodos de turbações necessárias no mundo que visam o aperfeiçoamento das condições naturais do próprio mundo e, por outro lado, ao aprimoramento intelectual e moral das pessoas que nele habitam.
Todas estas turbações, segundo o Espiritismo, não são acontecimentos que poderiam derrogar, em nenhum momento, as leis naturais que emanam de Deus: pelo contrário, viriam exatamente lhes dar cumprimento. As comoções periódicas, nos dizeres de Allan Kardec, estão presentes em quase todas as épocas da humanidade e podem ser relatadas pela história.
Mas, para o Espiritismo, os últimos séculos trazem consigo mudanças rápidas e de grande dimensão, como podemos facilmente notar no atual mundo à nossa volta, comparado historicamente a outras épocas. Dessa forma, as comoções e acontecimentos que afligem a humanidade nos tempos atuais tendem a ser de grande dimensão e intensidade, especialmente por conta do egoísmo e materialismo que os indivíduos fazem imperar no mundo, e que, estes mesmos egoísmo e materialismo, fazem os próprios meios de autodestruição (que também é constante renovação) da humanidade presente.[14]
Assim, para o Espiritismo, "Juízo Final" pode ser entendido como Renovação, Regeneração e Mudança – nunca como aniquilamento da espécie humana ou condenação eterna – mas, sempre, como grande oportunidade de Deus aos seus seres de reavaliação de valores, condutas e sentimentos, com o intuito de lhes fazer progredir.
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(ajuda)Saiba mais sobre Juízo final
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