Guerra Civil Iraquiana (2011–2017)
guerra assimétrica iniciada por diversos grupos iraquianos e jihadistas contra o governo / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A Guerra Civil Iraquiana[50] foi uma guerra assimétrica iniciada por diversos grupos iraquianos e jihadistas contra o governo central iraquiano. Os eventos que levaram a este conflito começaram logo após a invasão do país por forças anglo-americanas em 2003. A estimativa do total de pessoas mortas durante o período da ocupação estrangeira (2003-2011) diverge de fonte para fonte, com os números variando de 150 000 a até 500 000 fatalidades.[51] Entre 2007 e 2009, a violência caiu drasticamente de intensidade. A insurgência voltou com toda a intensidade após a retirada das tropas americanas em 2011, com o conflito sectário e religioso também voltando à tona, levando a mais uma brutal onda de violência. Atentados com carros bombas, emboscadas e ações armadas em larga escala acabaram se tornando muito mais frequentes, ameaçando desestabilizar o governo iraquiano.[52] Grupos sunitas, contrários a administração do país (controlada por xiitas, que são a maioria da população), lançaram-se em diversas ofensivas pontuais para tentar lentamente minar as autoridades de Bagdá que, apesar de receber apoio logístico e militar dos americanos, não tinha mais a alternativa de pedir auxílio direto dos exércitos dos Estados Unidos.[53]
Guerra Civil do Iraque (2011-2017) | |||||||
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Parte de Guerra ao Terror | |||||||
Forças pró-governo iraquiano avançando por Faluja, em junho de 2016 | |||||||
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Participantes do conflito | |||||||
Governo Iraquiano
Facções xiitas:
Diversos outros grupos xiitas de insurgentes
Rojava Grupos Assírios |
Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL)
Ansar al-Islam
(em guerra com todos os lados do conflito) Diversos outros grupos sunitas de insurgentes
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Líderes | |||||||
Fuad Masum Jalal Talabani Haider Al-Abadi Nouri al-Maliki Babaker Shawkat B. Zebari Ahmad Abu Risha Massoud Barzani Muqtada al-Sadr Qais al-Khazali Akram al-Kabi Abu Mustafa al-Sheibani Abu Mahdi al-Muhandis Wathiq al-Battat (prisioneiro)[26] |
Abu Bakr al-Baghdadi † Abu Fatima al-Jaheishi Abu Muslim al-Turkmani † Abu Ala al-Afri † Abu Suleiman al-Naser † Abu Abdulrahman al-Bilawi † Abu Ahmad al-Alwani † Abu Hashim al Ibrahim Ismail Jubouri Abu Waheeb † Izzat Ibrahim ad-Douri[27] | ||||||
Forças | |||||||
Forças de segurança iraquianas: 600 000[28] Milícias aliadas: ~ 30 000[29] Empresas privadas: ~7 000[30][31] Forças estrangeiras: 5 000 militares americanos[32] 600 militares canadenses[33] (além de centenas de tropas de outros países da OTAN) Milícias curdas: Grupos especiais: |
EIIL: 50 000[38] - 100 000 combatentes[39] (estimativas, no auge em 2015; real número desconhecido) Exército Islâmico no Iraque: 10 400 (2007)[40] Al-Qaeda: 1 000 - 2 000[41] Guerrilheiros do Ansar al-Islam e do Bandeiras Brancas: + 1 000 homens[42] Baathistas e sunitas: 75 000[43] | ||||||
Baixas | |||||||
Forças de segurança iraquianas e milícias: 26 000 mortos e 42 000 feridos [44][45][46] Guerrilheiros curdos: + 1 837 mortos, 10 546 feridos[47] Coalizão internacional: 61 mortos (57 americanos, sendo 44 em situações fora de combate) |
Guerrilheiros do EIIL: + 70 000 mortos e 5 841 capturados[44][48][49] | ||||||
~ 67 376 mortos 5 625 024 despojados (segundo o governo iraquiano, entre 2014 - 2017)[44] Perdas totais: 90 583 – 128 489 fatalidades (segundo o governo iraquiano, entre 2011 e 2017)[44] |
Milícias armadas dentro do Iraque se fortaleceram e ganharam novos recrutas durante seu envolvimento na Guerra Civil Síria. O grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (também conhecido pelas siglas EIIL ou ISIS, do inglês Islamic State in Iraq and Syria ou, ainda, ISIL, de Islamic State in Iraq and the Levant) se tornou a maior força de combate dos extremistas e uma das facções mais influentes e violentas da região. A luta para derrubar o regime do presidente da Síria, Bashar al-Assad (apoiado pelos xiitas), aumentou a rixa entre as duas vertentes do islamismo e intensificou o conflito sectário em toda a região.[54]
Em junho de 2014, grupos fundamentalistas, encabeçados pelo EIIL, iniciaram uma nova e grande ofensiva no Iraque, focando na parte norte, centro e oeste do país. Eles rapidamente tomaram diversas cidades, como Mossul e Ticrite, e tinham planos de marchar até a capital, Bagdá.[55] Centenas de pessoas teriam morrido nos combates. O grupo soltou diversos presos de cadeias locais e capturaram dezenas de armas. O objetivo dos insurgentes era construir um grande califado islâmico englobando uma enorme área da região e por isso impuseram uma visão estrita da lei islâmica nos territórios que ocupavam.[56] As autoridades iraquianas foram acusadas de incompetência para lidar com o ressurgente problema. Muitos soldados teriam se recusado a lutar e recuaram, frente aos avanços dos rebeldes islamitas. O governo posteriormente tentou reagir, se reagrupando e convocando tropas para futuras operações militares contra os jihadistas.[57] Diante da escalada da violência e ameaça de desestabilização do Iraque e da região do Curdistão, os Estados Unidos e vários países da OTAN lançaram, no começo de agosto, uma campanha de bombardeio aéreo contra alvos dos militantes do EIIL.[58] Com apoio ocidental, o governo iraquiano foi, lentamente, reconquistando terreno. Então, a 9 de dezembro de 2017, o primeiro-ministro Haider al-Abadi declarou vitória sobre o Estado Islâmico,[59] embora ações de guerrilha e insurgência prossigam, ainda que em pequena escala.[1]