Guerra de Sucessão de Castela
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A Guerra de Sucessão de Castela, também conhecida por Guerra da Beltraneja, foi um conflito bélico para determinar a sucessão da Coroa de Castela. O conflito ocorreu entre 1475 a 1479 entre os partidários de Joana, a Beltraneja, alegadamente filha do falecido monarca Henrique IV de Castela, cognominado "o Impotente", e os apoiantes de Isabel, meia-irmã do falecido rei. Segundo estes, Joana seria, na verdade, filha de Beltrán de La Cueva, pajem na corte castelhana — daí ter sido cognominada "a Beltraneja" — e portanto, não poderia ser a herdeira do trono.
Guerra da Sucessão de Castela | |||
---|---|---|---|
Isabel I de Castela e Joana de Trastâmara | |||
Data | 1475 – 1479 | ||
Local | Península Ibérica e Oceano Atlântico | ||
Coordenadas | 41° 31' N 5° 24' E | ||
Desfecho | Isabel é reconhecida como rainha de Castela e Leão e Portugal conquista a hegemonia no Atlântico Tratado das Alcáçovas-Toledo | ||
Situação | Proclamação simultânea de Isabel e de Joana como rainha de Castela | ||
Beligerantes | |||
| |||
Comandantes | |||
A guerra teve um marcado caráter internacional porque Isabel estava casada com Fernando, herdeiro da Coroa de Aragão, enquanto Joana se casou com o rei Afonso V de Portugal. A França também interveio, apoiando Portugal para evitar o triunfo de Aragão, seu rival na Itália.
Apesar de alguns êxitos iniciais para os partidários de Joana, a pouca agressividade militar de Afonso V e as consequências políticas da indecisa batalha de Toro,[1][2] habilmente aproveitada pela propaganda dos Reis Católicos,[3][4] levaram à desintegração do grupo joanista entre 1476 e 1477. A partir de então o conflito consistiu essencialmente numa guerra entre Castela e Portugal, tendo grande importância a guerra naval no oceano Atlântico, onde as frotas portuguesas impuseram-se às castelhanas na luta pelo acesso às riquezas da Guiné.[5][6]
A guerra acabou em 1479 com a assinatura do Tratado das Alcáçovas-Toledo, que reconhecia a Isabel e Fernando como reis de Castela e outorgava a Portugal a hegemonia no Atlântico, com a exceção das ilhas Canárias. Joana perdeu seu direito ao trono e teve que permanecer em Portugal até sua morte.
Esse conflito foi também chamado de Guerra Civil Castelhana, mas esse nome induz a confusão com outras guerras civis que afetaram Castela nos séculos XIV e XV. Alguns autores falam de Guerra de Portugal mas esse nome é parcial (claramente denota um ponto de vista castelhano) e faz lembrar que o grupo joanista também podia considerar-se castelhano legitimamente. Outras vezes utiliza-se o termo Guerra Peninsular, a não confundir com a Guerra da Independência Espanhola de 1808-1814 (também chamada de "Invasões Francesas"). Por último, alguns autores preferem a expressão neutra de Guerra de 1475-1479.[7]