Guerra do Alto Carabaque (1988–1994)
conflito Armênia-Azerbaijão entre fevereiro de 1988 e maio de 1994 / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A Guerra do Alto Carabaque[3][4] (em armênio/arménio: Լեռնային Ղարաբաղ; romaniz.:Nagorno-Karabakh) ou Carabaque Montanhoso (em azeri: Dağlıq Qarabağ), referida como a Guerra de Libertação de Artsaque (em armênio/arménio: Արցախյան ազատամարտ, Artsakhyan azatamart) pelos armênios, designa o conflito armado ocorrido entre Fevereiro de 1988 e Maio de 1994, no pequeno enclave étnico do Alto Carabaque[5] no sudoeste do Azerbaijão, opondo a maioria étnica arménia residente no Alto Carabaque apoiada pela República da Arménia à República do Azerbaijão. Com o decurso da guerra, a Arménia e o Azerbaijão, duas antigas repúblicas soviéticas, envolveram-se numa longa e não declarada guerra nos picos montanhosos do Carabaque, face à tentativa do Azerbaijão de dominar o movimento secessionista no Alto Carabaque. O parlamento do enclave tinha votado favoravelmente à sua integração na Arménia e um referendo levado a cabo resultou numa larga maioria da população do Carabaque a manifestar-se a favor da independência do Azerbaijão. A ideia da unificação com a Arménia, que proliferou no final da década de 1980, começou de uma forma relativamente pacífica, contudo, à medida que a desintegração da União Soviética se aproximava, o conflito tornou-se gradualmente mais violento, resultando em acusações de limpeza étnica de parte a parte.[6][7]
Guerra do Alto Carabaque | |||
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Conflito no Alto Carabaque | |||
Data | 1988–1994 | ||
Local | Alto Carabaque, Arménia e Azerbaijão | ||
Desfecho | Cessar Fogo entre as duas partes. Tratado de cessar-fogo assinado em 1994 por representantes da Arménia, Azerbaijão e Alto Carabaque (ainda em vigor). | ||
Mudanças territoriais | Alto Carabaque tornou-se uma república independente de facto, enquanto permanece de jure parte do Azerbaijão. Conversações de paz são mantidas entre as duas nações para decidir o futuro do território em disputa. | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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Baixas | |||
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Os confrontos entre etnias estalaram pouco após o parlamento do Alto Carabaque, na altura um oblast autónomo no Azerbaijão, votou favoravelmente à unificação da região com a Arménia a 20 de Fevereiro de 1988. A declaração de secessão do Azerbaijão foi o resultado final de um "longo ressentimento na comunidade arménia do Alto Carabaque contra as sérias limitações à sua liberdade cultural e religiosa pelas autoridades centrais soviéticas e azeris",[8] mas mais importante, de um conflito pela posse do território.[9]
Juntamente com os movimentos secessionistas nas repúblicas bálticas da Estónia, Letónia e Lituânia, os movimentos secessionistas no Cáucaso caracterizaram e desempenharam um papel importante na dissolução da União Soviética. O Azerbaijão declarou-se independente da União Soviética e removeu os poderes detidos pelo governo do enclave, a maioria arménia votou pela independência face ao Azerbaijão, tendo no processo proclamado o enclave como a República do Alto Carabaque (atual República de Artsaque).[10]
O conflito estalou definitivamente no final do Inverno de 1992. A mediação internacional tentada por diversos grupos como a OSCE não conseguiu terminar com o conflito gerando uma solução com que ambos os lados concordassem. Na Primavera de 1993, as forças arménias conquistaram regiões fora do enclave, ameaçando o envolvimento de outros países da região. No final da guerra, em 1994, os arménios controlavam totalmente o enclave, além de uma extensão que ainda controlam de cerca de 9% do território azeri fora do enclave.[11] Cerca de 400 000 arménios do Azerbaijão e 800 000 azeris da Arménia e do Carabaque foram deslocados devido ao conflito.[12] Um tratado de cessar-fogo foi assinado em Maio de 1994 e conversações de paz, mediadas pelo Grupo de Minsk da OSCE, têm sido mantidas desde então entre a Arménia e o Azerbaijão.