A classe Jungermanniopsida constituía o principal grupo da antiga divisão Hepaticophyta, agrupando entre 5000 e 7000 espécies, o que representa mais de três quartas partes de todas as hepáticas conhecidas. O epónimo do nome da classe é Ludwig Jungermann (1572-1653).[5]
Embora a classe integre hepáticas talosas, a maioria das espécies são formas foliosas. A maioria das espécies crescem prostradas e apresentam ramificação dicotómica.
As formas foliosas compreendem o gametófito com filídios dispostos em duas filas, sem nervura principal. O espermatófito em geral abre-se por quatro valvas.
Os membros do agrupamento não apresentam gametangióforos no gametófito. O gametófito apresenta à sua superfície corpos oleosos e é taloso não diferenciado ou folioso. Todas as células apresentam corpos oleíferos.
Como não apresentam gametangióforos, o esporófito desenvolve-se directamente a partir do talo. O esporófito apresenta a parede do esporângio multiestratificada. A seta é longa e transparente.
A reprodução é maioritariamente assexual, através de propágulos que se desenvolvem sobre os filídios, sem receptáculo. O arquegónio está protegido por uma envoltura ou perianto. Na reprodução sexual, o ciclo é similar ao das Marchantiopsidas.
O grupo é muito abundante nos bosques tropicais, ombrosos, onde haja abundante humidade. Vivem directamente sobre húmus, ritidoma (casca) de árvores, sendo alguns grupos epífitas que vivem sobre folhas perenes de diversas árvores e arbustos. Algumas espécies podem viver flutuando na água.
Durante muito tempo o agrupamento taxonómico correspondente à actual classe Jungermanniopsida foi classificados em duas ordens: Jungermanniales e Metzgeriales. Avanços recentes em matéria de filogenia molecular levaram à alteração da circunscrição taxonómica do grupo e ao surgimento de três subclasses[6] cujas relações filogenéticas, obtidas com base na análise dos dados de genética molecular disponíveis, permitem elaborar o seguinte cladograma da classe Jungermanniopsida:[7]
Stotler, Raymond E.; Barbara J. Candall-Stotler (1977). «A checklist of the liverworts and hornworts of North America». American Bryological and Lichenological Society. The Bryologist. 80 (3): 405–428. JSTOR3242017. doi:10.2307/3242017
Crandall-Stotler, Barbara; Stotler, Raymond E. (2000). «Morphology and classification of the Marchantiophyta». In: A. Jonathan Shaw & Bernard Goffinet (Eds.). Bryophyte Biology. Cambridge: Cambridge University Press. p.21. ISBN0-521-66097-1 !CS1 manut: Usa parâmetro editores (link)
Jan-Peter Frahm: Biologie der Moose. Spektrum Akademischer Verlag, Heidelberg/ Berlin 2001, ISBN 3-8274-0164-X.
Jan-Peter Frahm, Wolfgang Frey, J. Döring: Moosflora. 4., neu bearbeitete und erweiterte Auflage. Ulmer, Stuttgart 2004, ISBN 3-8001-2772-5. (UTB für Wissenschaft, Band 1250, ISBN 3-8252-1250-5)