Libellus Hormisdae
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Libellus Hormisdae ou Formula Hormisdae é uma fórmula doutrinária do papa romano Hormisda, assinada por ele em 515 e destinada a superar o cisma de Acácio, que separou as partes oriental e ocidental do mundo cristão em 484.[1] Após a adoção dessa fórmula em 519 pelo Imperador Justino I e pelo Patriarca João II de Constantinopla, a unidade dos partidários do Concílio de Calcedônia no Ocidente e no Oriente foi restaurada. Tentativas de forçar orientais não calcedonianos a aceitar Libellus levou a uma escalada de tensão nos patriarcados de Antioquia e Alexandria.
A assinatura do Libellus Hormisdae foi apenas o primeiro passo dado por Justino e seu sobrinho Justiniano para restaurar a paz religiosa. Já em 519, ficou claro, em conexão com a questão da "fórmula teopasquista" dos "monges citas", que as relações entre Roma e Constantinopla haviam se tornado difíceis. Segundo Vadim Lurie, a partir do séc. VI e desde o Papa Hormisda começa “uma linha reta até o Grande Cisma de 1054, quando a cristologia (em sua conexão com a triadologia) será a principal questão dogmática controversa), e quando a Igreja de Constantinopla acusa oficialmente Roma de nada mais do que adesão a esses erros cristológicos que foram revelados pelos papas romanos no séc. VI...”.[2]
O texto do libellus é preservado na coleção de documentos papais Collectio Avellana.[3] Sua tese de que a "verdadeira fé" existia continuamente em Roma foi usada na encíclica Satis Cognitum do Papa Leão XIII, publicada em 1896.[4]