Lince-ibérico
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O lince-ibérico[3] (nome científico: Lynx pardinus), também conhecido como liberne,[4] lobo-cerval, gato-fantasma,[4] gato-cerval[4] e gato-lince[4], é uma espécie de mamífero da família Felidae e género Lynx. Anteriormente considerado uma subespécie do lince-euroasiático (Lynx lynx), o lince-ibérico está agora classificado como espécie separada. Ambas as espécies percorriam juntas a Europa central durante o período Pleistoceno, separadas apenas por escolhas de habitat. Acredita-se que o lince-ibérico, assim como os outros linces, evoluiu a partir do Lynx issiodorensis.
Lince-ibérico[1] | |||||||||||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||||||||||
Em perigo (IUCN 3.1) [2] | |||||||||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||||||
Lynx pardinus (Temminck , 1827) | |||||||||||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||||||||||
Distribuição em 1980 | |||||||||||||||||||||||
Distribuição em 2003 | |||||||||||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||||||||||
pardella (Miller, 1907) |
Apresenta muitas das características típicas dos linces, como orelhas peludas, pernas longas, cauda curta e um colar de pelo que se assemelha a uma barba. Ao contrário dos seus parentes mais próximos, o lince-ibérico tem uma cor castanho-amarelada com manchas. O comprimento da cabeça e do corpo é de 85 a 110 centímetros, com a pequena cauda a acrescentar um comprimento adicional de 12 a 30 centímetros. O macho é maior que a fêmea e podem pesar até cerca de 27 kg. A longevidade máxima na natureza é de treze anos.
Endémico da Península Ibérica, o lince-ibérico é especialista na caça de coelhos, que representam a maioria da sua dieta, com grande dificuldade de se adaptar a outra alimentação. Um macho necessita de um coelho por dia; uma fêmea grávida come três coelhos por dia. A queda acentuada das populações da sua principal fonte de alimento, em resultado de duas doenças, contribuiu para o declínio do felino. O lince também foi afectado pela perda de matagal, o seu habitat principal, pelo desenvolvimento humano, incluindo mudanças no uso do solo (como o monocultivo de árvores) e pela construção de barragens e estradas. Os atropelamentos com veículos são a sua principal causa de morte não natural.
O lince-ibérico foi uma espécie em perigo crítico até 2015, para agora ser considerada uma espécie em perigo.[2] Ainda assim, é a espécie de felino mais ameaçada no mundo e o carnívoro em maior perigo na Europa. De acordo com o grupo de conservação SOS Lynx, se o lince-ibérico desaparecesse, seria a primeira espécie de felino a ficar extinta desde os tempos pré-históricos.[5] Está categorizado como espécie em perigo por várias organizações, incluindo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).[2] A reprodução em cativeiro e os programas de reintrodução têm aumentado o seu número. Em 2013, a Andaluzia tinha uma população de 309 indivíduos em estado selvagem e em Dezembro de 2014 foram reintroduzidos os primeiros exemplares em Portugal. Em 2017 a população total do lince era de 475 espécimes. Numa tentativa de salvar esta espécie da extinção, teve início o projecto Europeu de Vida Natural que inclui a preservação do habitat, monitorização da população do lince e gestão das populações de coelho. Em 2022, a população era já de 1668 exemplares, dos quais 261 em Portugal.[6]