Língua crioula indo-portuguesa de Damão e Diu
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A língua crioula indo-portuguesa de Damão e Diu, também conhecida como língua crioula de Damão e Diu e, pelos seus falantes, como Língua da Casa (em Damão) ou Língua dos Velhos (em Diu), refere-se a algumas variantes do crioulo indo-português falado no território indiano de Dadrá e Nagar Aveli e Damão e Diu, na União da Índia. Essas variantes se originaram do crioulo original falado pelos chamados 'norteiros', habitantes dos antigos enclaves portugueses da costa oeste da Índia. Dada a etnia dos norteiros, é provável que o substrato da língua crioula de Damão e Diu seja o gujarati, enquanto o estrato é o português.[1] Ela faz parte de um conjunto de línguas crioulas indo-portuguesas, como crioulo da região de Bombaim, que é fruto da interação entre o português e a língua marati.[1][2]
Língua crioula de Damão e Diu | ||
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Falado(a) em: | Índia | |
Total de falantes: | 4 250 | |
Família: | Línguas crioulas de base portuguesa Línguas crioulas indo-portuguesas Norte Língua crioula de Damão e Diu | |
Códigos de língua | ||
ISO 639-1: | -- | |
ISO 639-2: | --- | |
As variantes de Damão e Diu, faladas predominantemente em regiões que pertencem ao estado indiano de Gujarate, participavam das mesmas dinâmicas políticas e sociais, e sofreram as mesmas influências do português, inglês e gujarati, as três línguas faladas oficialmente nesses territórios. Por isso, podem ser descritas como uma única língua, compreendida mutuamente por diversas comunidades e tendo sistemas de escrita muito semelhantes.[3]
Antes da anexação do território pela Índia, o idioma passava por um processo de descrioulização, devido à padronização da Língua Portuguesa de Portugal no território de Goa.[2] Apesar do idioma estar se extinguindo gradualmente, ainda existem cerca de 4.000 falantes do crioulo de Damão e 250 falantes do crioulo de Diu.[3] Esse processo pode ser explicado pelo fato de que essas línguas eram amplamente faladas em pequenas comunidades durante o período colonial na Índia, porém recentemente, com a retirada da administração portuguesa na região, o uso institucional da língua foi substituído por outras línguas oficiais do Estado da índia.[1][2]
Apesar de ter inúmeras semelhanças com o português, um traço bem marcante desse crioulo é a contração de diversos fonemas que ainda são usados no português, obedecendo aos princípios de brevidade e menor esforço. Essas transformações fonéticas podem acontecer no início, no meio ou no fim de palavras.[1]