Manuel Galrinho Bento
futebolista português / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Manuel Galrinho Bento (Golegã, 25 de Junho de 1948 — Barreiro, 1 de Março de 2007[1]) foi um lendário guarda-redes de futebol português. É considerado o melhor guarda-redes português de sempre, numa escolha levada a cabo em 2015 pela equipa de correspondentes da UEFA - (União das Federações Europeias de Futebol). A UEFA decidiu olhar para a história do futebol do Velho Continente e destacar os melhores guarda-redes de cada uma das federações representadas pelo organismo e Bento foi o escolhido.
Manuel Galrinho Bento num jogo da Selecção Portuguesa | ||
Informações pessoais | ||
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Nome completo | Manuel Galrinho Bento | |
Data de nascimento | 25 de junho de 1948 | |
Local de nascimento | Golegã, Portugal | |
Data da morte | 1 de março de 2007 (58 anos) | |
Local da morte | Barreiro, Portugal | |
Altura | 1,73 m | |
Apelido | Homem de borracha, A muralha da Luz | |
Informações profissionais | ||
Posição | Guarda-redes | |
Clubes profissionais | ||
Anos | Clubes | Jogos e gol(o)s |
1966–1972 1972–1992 |
Barreirense Benfica |
0094 000(1) 0465 000(0) |
Seleção nacional | ||
1976–1986 | Portugal | 0063 000(0) |
De pedreiro a rei. Assim foi a vida do popular Manuel Galrinho Bento. Começou por aprendiz de uma arte que o poderia remir à pobreza. Desenvolveu outra arte que boleia lhe deu para o galarim dos famosos. Da primeira não consta que sublinhasse a diferença. Da segunda, a de guarda-redes, nela imperou, com o estatuto de intocável.
Foi o pai do famoso «Grupo do Barreiro».
Ainda hoje, de lés a lés, neste imenso Portugal, os benfiquistas falam do «grupo do Barreiro». E falam com saudade. É que o «grupo do Barreiro» foi, durante muito anos, a força da alma benfiquista, a força de uma equipa que ganhava títulos e fazia do futebol uma demonstração de arte de bem jogar. Manuel Galrinho Bento assumia-se, naturalmente, como o pai carismático do grupo. E era mesmo como um pai que Diamantino, Chalana, José Luís, Jorge Silva e companhia o viam. Por isso, Bento acordava às cinco da manhã, agarrava no volante da sua carrinha da venda do peixe - "com as caixas de peixe lá atrás" , e depois ia buscar um a um, calcorreando o Barreiro e arredores, para depois chegarem ao Estádio da Luz a horas do treino. No regresso era a mesma coisa. E foi assim, anos a fio, com o «grupo do Barreiro» a conhecer mudanças e a crescer. Que o digam, já na década de 80, Oliveira, Carlos Manuel, Araújo, Frederico, Nunes, Jorge Martins...
Quem o viu defender dizia que às vezes parecia ser um guarda-redes de elástico, esticava-se para bolas impossíveis no chão, como também saltava como um gato para tocar uma bola que os adeptos já cantavam golo. Manuel Bento marcou uma era no futebol, e criou uma escola de defender. Arrojado, dotado de excelentes reflexos e possuidor de um sentido posicional invulgar, Bento primava pela sua acção entre os postes e fora destes. Era rápido a pensar e a agir, em voo, em mergulho ou a sair a pontapé. Ficou também famoso pelo arremesso da bola à mão para o meio campo, proporcionando rápidos contra-ataques à equipa. Era, também, para além de bom defensor de grandes penalidades, um bom executante deste castigo, característica que lhe permitiu evidenciar-se ao marcá-las durante jogos e eliminatórias. Carismático, irascível, mas com bom coração, o guarda-redes benfiquista fez história nas redes portuguesas, europeias e mundiais.