Meio intergaláctico morno-quente
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O meio intergaláctico morno-quente (WHIM) é o plasma esparso, morno a quente (105 a 107 K) que os cosmólogos acreditam existir nos espaços entre as galáxias e conter 40-50%[1][2] da 'matéria normal' bariônica no universo na época atual.[3] O WHIM pode ser descrito como uma teia de gás quente e difuso que se estende entre galáxias e consiste em plasma, bem como átomos e moléculas, em contraste com a matéria escura. O WHIM é uma solução proposta para o problema de bárion ausente, onde a quantidade observada de matéria bariônica não corresponde às previsões teóricas da cosmologia.[4]
Muito do que se sabe sobre o meio intergaláctico morno-quente vem de simulações de computador do cosmos.[5] Espera-se que o WHIM forme uma estrutura filamentosa de bárions tênues e altamente ionizados com uma densidade de 1-10 partículas por metro cúbico.[6] Dentro do WHIM, choques de gás são criados como resultado de núcleos galácticos ativos (AGN), juntamente com os processos gravitacionais de fusão e acreção. Parte da energia gravitacional fornecida por esses efeitos é convertida em emissões térmicas da matéria por aquecimento por choque sem colisão.[1]
Por causa da alta temperatura do meio, a expectativa é que ele seja mais facilmente observado a partir da absorção ou emissão de radiação ultravioleta e de raios-X de baixa energia. Para localizar o WHIM, os pesquisadores examinaram observações de raios-X de um buraco negro supermassivo em rápido crescimento conhecido como núcleo galáctico ativo, ou AGN. Os átomos de oxigênio no WHIM foram vistos absorvendo os raios-X que passam pelo meio.[7] Em maio de 2010, um reservatório gigante de WHIM foi detectado pelo Observatório de Raios-X Chandra ao longo da estrutura em forma de parede de galáxias (Muralha do Escultor) a cerca de 400 milhões de anos-luz da Terra.[7][8] Em 2018, observações de átomos de oxigênio extragalácticos altamente ionizados pareciam confirmar simulações da distribuição de massa do WHIM.[4] Observações de dispersão de rajadas de rádios rápidas em 2020, pareceram confirmar ainda a falta de massa bariônica localizada no WHIM.[9]