Moa do Katendê
Compositor brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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Romualdo Rosário da Costa (Salvador, 29 de outubro de 1954 — Salvador, 8 de outubro de 2018),[1] conhecido como Mestre Môa do Katendê, foi um compositor, percussionista, artesão, educador e mestre de capoeira brasileiro.[2][3][4]
Moa do Katendê | |
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Nascimento | 29 de outubro de 1954 Salvador |
Morte | 8 de outubro de 2018 Salvador |
Cidadania | Brasil |
Etnia | afro-brasileiros |
Ocupação | compositor, capoeirista |
Considerado um dos maiores mestres de capoeira de Angola da Bahia, começou a praticar capoeira aos oito anos de idade, no terreiro de sua tia, o Ilê Axé Omin Bain.[5]
Foi campeão do Festival da Canção do bloco Ilê Aiyê em 1977. Promoveu o afoxé, fundando em 1978 o Badauê, e em 1995 o Amigos de Katendê. Defendia um processo de “reafricanização” da juventude baiana e do carnaval, seguindo as propostas de Antonio Risério.[6]
Foi assassinado com doze facadas pelas costas após o primeiro turno das eleições gerais de 2018. Segundo testemunhas e a investigação policial, o ataque foi motivado por discussões políticas, após Romualdo declarar ter votado em Fernando Haddad. O agressor, apoiador do candidato adversário Jair Bolsonaro, teria discutido com o capoeirista e deixado a cena, voltando logo em seguida com o facão com o qual teria desfilado ao menos 12 facadas[7][nota 1] na vítima. Romualdo não resistiu e morreu no local.[8][9] Seu primo, Germino Pereira, foi esfaqueado profundamente no braço ao tentar defender o capoeirista.[10]
A morte do compositor suscitou homenagens por artistas próximos como Caetano Veloso[11] e Gilberto Gil[12] e também de artistas internacionais, como Roger Waters.[13] Grupos de capoeira e movimentos ligados à cultura africana também fizeram homenagens em Salvador,[14] Recife[15] e São Paulo.[16] O grupo BaianaSystem prestou uma homenagem na faixa "Navio" do álbum "O Futuro Não Demora".[17]
Foi enterrado no Cemitério Quinta dos Lázaros, em Salvador, no dia 8 de outubro de 2022. No dia 13 de outubro, familiares e amigos celebraram a missa do sétimo dia na Igreja de Nossa Senhora do Rosários dos Pretos.[18]
O Mestre se preparava para construir um espaço próprio na comunidade Dique Pequeno, em Salvador. Segundo pessoas próximas, a construção seria um sonho do capoeirista.[19] A família está a construir o Instituto Mestre Môa do Katendê dentro da comunidade. A construção não conta com verba do governo, e é financiada principalmente pelos mestres de capoeira amigos de Môa.[10]
O colégio estadual Victor Civita foi renomeado para Môa do Katendê. A petição foi feita pela comunidade escolar, os moradores do Engenho Velho de Brotas e o movimento negro ao governo estadual da Bahia.[17] Seu rosto passou a estampar diversos grafites pelos muros de Salvador.[20]
Após seu falecimento, foi produzido o documentário "Quem vai quebrar a máquina do mal?", sob direção de Carlos Pronzato. A película conta a história de Romualdo e traz entrevistas de pessoas próximas e testemunhas do crime que o vitimou.[19] Outro documentário produzido é "Môa, Raiz Afro Mãe", da Kana Filmes, com direção de Gustavo McNair. O filme começou a ser produzido antes da morte do capoeirista, e tem previsão de lançamento em outubro de 2022. Além do filme, o projeto conta com o álbum "Raiz Afro Mãe", com músicas autorais de Môa, produzido pela Mandril Audio, com produção musical de Rodrigo Ramos, a ser lançado no mesmo ano.[10] Foi citado no Samba-enredo da Estação Primeira de Mangueira no carnaval de 2023, sobre os blocos afro, em um trecho que diz "Não foi em vão a luta de Katendê".[21]
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