Monarchia Lusytana
crônica histórica de teor religioso / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A Monarchia Lusytana (Monarchia Lusitana, ou Monarquia Lusitana) é um conjunto de oito obras,[1] iniciadas em 1597 pelo cronista Frei Bernardo de Brito, que escreveu as duas primeiras partes. Foi continuada depois por outros cronistas: António Brandão escreveu a terceira e quarta partes, e Francisco Brandão escreveu a quinta e a sexta, ambas sobre D. Dinis. Rafael de Jesus está associado a uma sétima parte sobre D. Afonso IV, e Frei Manuel dos Santos a uma oitava parte, do reinado de D. Fernando a D. João I. Todos esses autores foram cronistas-mor do Reino, e assim a Monarchia Lusitana reflectiu a história oficial portuguesa, durante mais de um século — desde Filipe II até ao reinado de D. João V.
Monarchia Lusytana | |
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Monarquia Lusitana | |
São Bernardo, no fronstispício da Primeira Parte da Monarchia Lusytana | |
Autor(es) | Bernardo de Brito |
Idioma | Português |
Gênero | épico e religioso |
É uma obra com teor religioso, invocando acontecimentos bíblicos como factos históricos. Apresenta uma linha de sucessão a partir de Noé, e considerando Tubal, seu neto, como o primeiro povoador da Espanha, apresenta então uma sequência de "Reis Lendários". Adequava-se ao contexto político português sob domínio filipino (a obra é dedicada a Filipe II), já que favorecia a união de Portugal e Espanha como monarquia natural conjunta, remontando a tempos ancestrais.[2]
Bernardo de Brito cita as publicações de Annio de Viterbo, e Florián de Ocampo, que foram alvo de grande contestação no período Iluminista. Alexandre Herculano iniciando a História de Portugal com D. Afonso Henriques, põe um fim ao uso do material mais antigo que tornava a Monarchia Lusytana controversa. No entanto, para entendermos referências a reis lendários antigos, como Tubal, Ibero, Brigo, etc. citados frequentemente na literatura portuguesa antes do séc. XIX, ou para descrição de outros eventos da Antiguidade, a Monarchia Lusytana é em si objetiva e útil, já que remete para obras de autores anteriores, uma boa parte dos quais ainda hoje usados como referências históricas, como por exemplo, Josefo, Plínio, Estrabão, Heródoto, etc.