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Oblívio eterno (também referido como não existência ou o nada)[1][2] é um conceito filosófico ou religioso em que a consciência deixa de existir para sempre após a morte. Este conceito é mais associado com o ceticismo a religião, humanismo secular e o ateísmo.[3] De acordo com com teorias mais modernas da neurociência sobre a consciência, o cérebro é a base da experiência subjetiva, agência, autoconsciência e consciência de todo o mundo natural envolta. Quando o cérebro morre, todas as funções cerebrais cessam.[4]
Muitos neurocientistas e neurofilósofos, como Daniel Dennett, acreditam que a consciência depende das atividades do cérebro e a morte cessa toda a consciência. Estudos científicos descobriram que algumas áreas do cérebro, como formação reticular ou o tálamo, parecem ser necessárias para a consciência, já que uma disfunção nessas áreas ou dano nessas estruturas causam a perda de consciência.[5]
Através de uma análise naturalista da mente (uma visão adotada por muitos filósofos da mente e neurocientistas), ela é considerada ser dependente do cérebro, como demonstrado em vários efeitos de um cérebro danificado.[6]
Na Apologia de Sócrates (escrita por Platão), após Sócrates ser sentenciado a morte, ele se apresentou a corte. Ele ponderou a natureza da morte, e definiu que existem duas visões básicas sobre essa questão. A primeira é que a alma ou a consciência migra sua existência para outra, e que todas as almas das pessoas já mortas também estão nesse lugar. Isso entusiasmou Sócrates, porque seria possível que ele guiasse seus inquéritos dialéticos para todos os heróis gregos e pensadores antigos. A outra opinião sobre a morte é que ela conduz ao oblívio, o fim completo da consciência, não somente impossibilitado de sentir algo como também se categorizando como uma falta de consciência, semelhante a um sono extremamente profundo e sem sonhos. Sócrates diz que esse oblívio não o aterrorizava muito, pois mesmo que não estivesse consciente, ele estaria livre de toda a dor e sofrimento. De fato, diz Sócrates, nem sequer o Grande Rei da Pérsia poderia descansar tão profundamente e em paz como ele em um sono sem sonhos.
Cícero, escrevendo três séculos depois em seu tratado Cato Maior de Senectute, reverberando a opinião de Catão, o Velho, discute de maneira similar as perspectivas da morte, frequentemente se referindo aos trabalhos dos escritores gregos antigos. Cícero também concluiu que a morte ou é a continuação da consciência ou seu término, e se a consciência continua de alguma forma, não há razão para temer a morte; enquanto que se o destino for de fato o oblívio eterno, o indivíduo se tornará livre de todos os mistérios mundanos, logo neste caso também não há motivo para ter medo da morte.
Um pensamento similar sobre a morte foi expressado pelo poeta e filósofo romano Lucrécio em seu poema no primeiro século a.C. De rerum natura e pelo filósofo da Grécia antiga Epicuro em uma carta, o qual ele escreveu:[7][8]
Parafraseando o filósofo Paul Edwards, Keith Augustine nota que quanto maior o dano no cérebro, maior o dano para a mente. A extrapolação natural desse fato é claro – destruir o cérebro por completo significa que todas as funções cerebrais irão cessar.[9]
Os cientistas contemporâneos Steven Pinker e Sean Carroll argumentam que a morte é igual ao oblívio eterno, já que a ciência não encontrou nenhum mecanismo para prolongar a consciência depois da morte.[10][11]
Thomas W. Clark, fundador do Centro para o Naturalismo, escreveu um paper intitulado "Morte, o Nada e a Subjetividade".[12][13] Ele criticou o que vê como uma definição errada do oblívio eterno como uma "imersão para o nada". Quando alguns imaginam a sua morte (incluindo pessoas não religiosas), eles projetam a si mesmos em um self eterno e silencioso. Isso seria errado pois sem a consciência não existiria algo consciente que conseguiria ter noção do espaço e não teria também noção do tempo. Para Clark, no oblívio existe uma falta de experiência, porque apenas podemos falar dela quando uma subjetividade do self existe.
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