Parmênides
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Parmênides (português brasileiro) ou Parménides (português europeu) de Eleia (em grego clássico: Παρμενίδης ὁ Ἐλεάτης) (530 a.C. — 460 a.C.[1]) foi um filósofo grego natural de Eleia, uma cidade grega na costa sul da Magna Grécia. Supostamente de família rica, seus primeiros contatos filosóficos foram com a escola pitagórica, especialmente com Ameinias.[2] O único trabalho conhecido de Parménides é um poema, Sobre a natureza, que sobreviveu apenas na forma de fragmentos.
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Parmênides | |
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Pré-socráticos | |
Parmênides de Eleia | |
Nome completo | Παρμενίδης |
Escola/Tradição: | Escola eleata |
Data de nascimento: | ca. 530 a.C.[1] |
Local: | Eleia Grécia |
Morte | c. 460 a.C. (70 anos)[1] |
Principais interesses: | Metafísica, Ontologia |
Ideias notáveis | Ser e não ser "Pensamento e ser são o mesmo" Distinção entre verdade e aparência |
Trabalhos notáveis | Determinismo, Monismo |
Influências: | Pitágoras, Xenófanes de Cólofon, Heráclito |
Influenciados: | Zenão de Eleia, Melisso de Samos, Sócrates, Platão, Aristóteles, Espinoza, Nietzsche, Heidegger |
Pelo que podemos deduzir a partir dos fragmentos conhecidos e de citações de outros autores, o poema de Parmênides representa uma revelação divina dividida em duas partes: No "caminho da verdade" (primeira parte do poema), ele trata da realidade ("o que é") e expõe vários argumentos que demonstram seus atributos. A existência é atemporal, uniforme, engendrada, necessária e indestrutível, enquanto a mudança é impossível. Desta forma, nega a existência do nada ou "não ser". Esta é considerada a primeira digressão filosófica sobre o fenômeno do "ser", que foi contraposta com a afirmação de Heráclito de que "nenhum homem pisa duas vezes no mesmo rio", a primeira digressão sobre o conceito do "devir". Desta forma, Parmênides e Heráclito, são considerados os fundadores da ontologia. No "caminho da opinião dos mortais" (segunda parte do poema) Parmênides elabora uma doutrina cosmológica completa, tratando de questões como a constituição e localização dos astros, diversos fenómenos meteorológicos e geográficos, e a origem do homem, além de explicar o mundo das aparências, em que as faculdades sensoriais levam a concepções falsas e enganosas.
Embora o conteúdo do "caminho da opinião" se assemelhe às especulações físicas de pensadores anteriores, como os jônios e os pitagóricos, o "caminho da verdade" contém uma reflexão completamente nova, que modifica radicalmente o curso da filosofia antiga. Considera-se que Zenão de Eléia e Melisso de Samos aceitaram suas premissas e continuaram seu pensamento. Os filósofos físicos subsequentes, como Empédocles, Anaxágoras e os atomistas, buscaram alternativas para superar a crise em que o conhecimento do sensível foi lançado. Até mesmo a sofística de Górgias revela uma enorme influência de Parmênides em sua forma argumentativa.
Tanto a doutrina platônica das formas como a metafísica aristotélica mantêm uma dívida incalculável com o "caminho da verdade" de Parmênides. É por isso que muitos filósofos e filólogos consideram que Parmênides é o fundador da metafísica.