Sociedade Partenon Literário
sociedade literária brasileira da cidade de Porto Alegre / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A Sociedade Parthenon Litterario, mais conhecida simplesmente como Parthenon Litterario, foi uma associação literária brasileira criada em Porto Alegre, a capital do Rio Grande do Sul, considerada a principal agremiação cultural do estado no século XIX.
Surgindo em um período em que as letras estavam em estado embrionário e a população era maciçamente analfabeta, foi a entidade que efetivamente formou e consolidou o sistema literário regional, fundando uma conceituada revista mensal, estimulando a prática da leitura e da criação literária, promovendo a educação do povo com aulas e outras atividades, e organizando saraus e conferências regulares sobre assuntos literários e filosóficos e uma variedade de outros temas relevantes para aquele momento histórico, como a moralização dos costumes, o modelo político nacional, o sistema educativo, a definição da identidade regional, a abolição da escravatura e a emancipação da mulher. Foi um agente principal para a libertação de todos os escravos de Porto Alegre e influiu de forma importante na política e na divulgação do ideal republicano.
Fundado em 1868 por um grupo de cerca de vinte interessados, o Parthenon Litterario chegou a ter mais de 140 membros efetivos e uma rede de colaboradores com mais de 300 pessoas, reunindo boa parte da elite intelectual do estado, tendo como líderes José Antônio do Vale Caldre e Fião e sobretudo Apolinário Porto-Alegre. Levantando a bandeira da regeneração da sociedade através da educação e da literatura, traçando planos ambiciosos, foi louvado em sua época como fonte de importantes avanços culturais e sociais, mas algumas das suas iniciativas fracassaram e a maior parte da sua produção especificamente literária só guarda um interesse histórico, sendo valorizado hoje principalmente pelo seu papel de dinamizador cultural e estruturador do sistema literário, e por ter lançado os fundamentos de uma literatura de caráter regionalista, enaltecendo a figura do gaúcho, o folclore, a história do estado e o cenário campeiro, dentro de uma moldura romântica. O projeto cultural do Parthenon agregou toda uma geração de novos talentos, formou um novo público leitor, suscitou o surgimento de bibliotecas, escolas, associações e publicações literárias em muitas cidades do estado, e as atividades da sociedade oferecem o mais completo retrato da intelectualidade rio-grandense do fim do século XIX.
Cessou suas atividades em torno de 1888 e foi reativado em 1892, funcionando precariamente por mais uns poucos anos. Foi extinto oficialmente em 1899, deixando uma permanente marca na cultura rio-grandense e sendo objeto de muitos estudos críticos, mas sua história e contribuição ainda têm aspectos mal conhecidos ou pouco aprofundados. Em 1997, admiradores do legado da entidade a refundaram com a grafia atualizada de Sociedade Partenon Literário, retomando a prática de sessões regulares, promovendo atividades diversificadas e lançando várias publicações.