Movimento rastafári
Movimento religioso originado na Jamaica / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Rastafári (também grafado Ras Tafari) ou Rastafarianismo (termo considerado ofensivo[1]) é uma religião judaico-cristã afrocêntrica surgida na Jamaica, na década de 1930, entre negros descendentes de africanos escravizados. Conceituado também como um movimento político-religioso, o Rastafári foi um dos movimentos negros de resistência ao racismo e ao colonialismo mais influentes do século XX.
A religião cultua Haile Selassie I (1892-1975), o último imperador da Etiópia, como a reencarnação de Jesus Cristo ou como a própria encarnação de Deus (Jeová, também chamado pela forma abreviada "Jah"). Imperador da única nação africana que nunca foi colonizada, Haile Selassie I foi herdeiro da Dinastia Salomônica Etíope, cujas origens remetiam à antiga Rainha de Sabá, da Etiópia, e ao Rei Salomão, de Israel, filho do Rei Davi, razão pela qual os rastafáris afirmam que Haile Selassie I cumpriria uma série de profecias bíblicas relacionadas à segunda vinda de Cristo. Os rastafáris crêem que Haile Selassie I seria o aguardado messias negro que libertaria e resgataria os afrodescendentes pelo mundo para repatriá-los à África.
Edificado sob a visão política do ativista jamaicano Marcus Garvey, o Rastafári combina o Cristianismo, o Judaísmo e uma consciência política pan-africana.[2] Entre suas principais leis e costumes, estão a desaprovação de modificações do corpo, o uso religioso da Cannabis e a abstenção do consumo de carne e de bebidas alcoólicas. A religião foi internacionalmente difundida através dos artistas e letras de Reggae, gênero musical surgido nas favelas jamaicanas, na década de 1970, profundamente inspirado pela fé Rastafári. Seus devotos são chamados rasta.[2]
Rastafári | |
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Bandeira imperial da Etiópia, símbolo sagrado para a fé Rastafári | |
Haile Selassie I | |
Divindade | Jeová (também chamado pela forma abreviada "Jah") |
Tipo | Monoteísta |
Número de seguidores (Estimado) |
De 600 mil a 1 milhão no mundo inteiro |
Alcunha(s) dos seguidores |
Rastafáris Rastas Rastaman |
Livro(s) Sagrado(s) | Bíblia, Kebra Negast |
Língua litúrgica | Vocabulário rastafári |
País de origem | Jamaica |
Lugares Sagrados | Etiópia |
País com maior número de seguidores |
Jamaica |
Símbolos | Leão de Judá, Estrela de Davi, Bandeira da Etiópia, Dreadlocks, Reggae |
Religiões e movimentos relacionados | Judaísmo Cristianismo Pan-africanismo Nacionalismo negro |
Inspirados pela história bíblica do Êxodo, pelo pan-africanismo e pelo nacionalismo negro de Marcus Garvey - que pregava que os africanos em diáspora deveriam retornar à África para consolidar uma identidade africana anticolonial -, os rastafáris crêem que Haile Selassie I seria o messias negro que resgataria os afrodescendentes mundo afora, em uma missão espiritualmente guiada de repatriação à África.
Os rastafáris possuem uma cosmovisão judaico-cristã profundamente afrocêntrica e anticolonial, defendem a união dos povos africanos, identificam-se como africanos e desejam retornar à África, mais precisamente à Etiópia, chamada por eles de Zion (Sião, em língua portuguesa), a Terra Prometida bíblica. Tais elementos são geralmente muito marcantes nas letras de Reggae.