Sermão da Montanha
Coleção de dizeres e ensinamentos de Jesus do sermão da montanha / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O Sermão da Montanha é um discurso de Jesus Cristo que pode ser lido no Evangelho de Mateus (Caps. 5-7) e no Evangelho de Lucas (Fragmentado ao longo do livro). Nestes discursos, Jesus Cristo profere lições de conduta e moral, ditando os princípios[1] que normatizam e orientam a vida cristã. Estes discursos podem ser considerados por isso como um resumo dos ensinamentos de Jesus a respeito do Reino de Deus, do acesso ao Reino e da transformação que esse Reino produz.
John Stott, teólogo e escritor, diz que a essência do Sermão da Montanha foi o apelo de Cristo aos seus seguidores para serem diferentes de todos os demais. "Não sejam iguais a eles", disse Jesus (Mt 6.8). O reino que Cristo proclamou deve ser uma contracultura, exibindo todo um conjunto de valores e padrões distintos. Desse modo, ele fala de justiça, influência, piedade, confiança e ambição, e conclui com um desafio radical para que se escolha o caminho Dele.[2]
Além de importantes princípios ético-morais, pode-se notar grandes revelações, pois aquilo que muitas vezes é tido por ruim, por desagradável, diante de Deus é o que realmente vai levar muitos à verdadeira felicidade. Esta passagem forma um paradoxo, contrariando a ideia de muitos e mais uma vez mostrando que "…Deus não vê como o homem vê, o homem vê a aparência, mas Deus sonda o coração" (I Samuel 16.7).
No Sermão da Montanha o evangelista Mateus está a apresentar Jesus Cristo como o novo Moisés, daí o discurso ser proferido numa montanha (talvez, apenas uma colina), pois Moisés tinha recebido os 10 Mandamentos no monte Sinai. Entretanto, Jesus afirmou que não veio para abolir a Lei ou os Profetas,[3] mas sim cumprir na sua íntegra (Mt 5.17), embora a interpretação descontextualizada da Bíblia, pode dar a uma literal interpretação sobre a abolição ou não da lei, destaca-se o texto da epístola aos Hebreus 8:6-13: "Mas a Cristo foi confiado um serviço muito mais importante, até porque a nova aliança, para o qual serviu de mediador, se fundamenta em promessas muito mais excelentes. Evidentemente que se a primeira aliança tivesse sido perfeita não teria havido razão para ser substituída por outra aliança.
Mas Deus chamou a atenção para a imperfeição da velha aliança quando disse: “Há de vir o tempo em que farei uma nova aliança, com o povo de Israel e de Judá, essa aliança não será como a que eu estabeleci com os seus pais, quando os tomei pela mão, a fim de os fazer sair da terra do Egito. Ora, como eles não cumpriram a sua obrigação nessa aliança, eu por minha parte virei-lhes as costas, diz o Senhor. Contudo, esta é a aliança que farei com o povo de Israel, diz o Senhor: "Porei as minhas leis nos seus entendimentos, vou escrevê-las nos seus corações. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E então ninguém terá de dizer ao seu vizinho, nem ao seu irmão: ‘Precisas de conhecer o Senhor!’ Porque todos, grandes e pequenos, já me conhecerão nesse tempo. Pois terei misericórdia deles e perdoarei as suas injustiças; não me lembrarei mais dos seus pecados.”
Portanto, se Deus fala de uma nova aliança é porque considera a anterior caducada. E, se prescreveu, por antiguidade, está posta de lado. Na Epístola aos Efésios, fica claro que a Velha Aliança (antigo testamento) foi abolida "Cristo, pela sua morte física, aboliu o sistema inteiro da Lei judaica que excluía os gentios. Ele recriou uma nova humanidade, trazendo a paz." (Ef 2:15)