Tuatara
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O tuatara (nome científico: Sphenodon spp.) é um réptil endémico da Nova Zelândia. Embora se assemelhem à maioria dos lagartos, os tuataras fazem parte de uma linhagem de répteis distinta, a ordem Rhynchocephalia (ou Sphenodontida), sendo seu único representante vivo, tendo compartilhado um ancestral comum com outros répteis por volta de há 250 milhões de anos. É um réptil endémico da Nova Zelândia que vive apenas em algumas ilhas ao largo deste país, estando extinto nas duas ilhas principais.
Tuatara | |
---|---|
Sphenodon punctatus punctatus | |
Classificação científica | |
Domínio: | Eukaryota |
Reino: | Animalia |
Filo: | Chordata |
Classe: | Reptilia |
Ordem: | Rhynchocephalia |
Família: | Sphenodontidae |
Gênero: | Sphenodon Gray, 1831 (nome conservado) |
Espécies: | S. punctatus |
Nome binomial | |
Sphenodon punctatus (Gray, 1842) (nome conservado) | |
Distribuição nativa (Nova Zelândia) | |
Distribuição atual de Tuatara (em preto):[4][5] Os círculos representam as Tuatara da Ilha Norte e os quadrados as tuatara da Ilha dos Irmãos. Os símbolos podem representar até sete ilhas. | |
Sinónimos | |
|
É considerada uma espécie ameaçada de extinção desde 1895. O nome tuatara deriva da língua maori e significa "dorso espinhoso".[6] Atualmente, duas subespécies de tuatara são reconhecidas: S. punctatus punctatus, (Tuatara do Norte) e S. guntheri (Tuatara da Ilha dos Irmãos).[7] No entanto, a existência de duas subespécies de tuatara ainda está em debate.
A origem do tuatara é colocada no período Triássico, há cerca de 240 milhões de anos, e a espécie floresceu durante a era Mesozoica.[8] Possui um ancestral comum com os escamados (lagartos e cobras). A tuatara representa um elo importante para os répteis agora extintos (dos quais os dinossauros, répteis modernos, aves e mamíferos evoluíram) e, portanto, é de interesse no estudo da evolução de lagartos e cobras e na reconstrução da aparência e hábitos dos primeiros diapsidas.[8] Os tuataras têm características mistas entre lagartos, tartarugas e aves.
Não têm órgãos de copulação nem auditivos externos. São animais de clima frio, que não suportam temperaturas acima dos 27°C. Os adultos medem cerca de 60 cm de comprimento, pesam entre 0,5 e 1 kg e são terrestres e principalmente noturnos. Os juvenis adaptaram-se a um modo de vida oposto, arbóreo e diurno, o que lhe conferiu certa vantagem adaptativa, visto que são uma das presas favoritas das tuataras adultas.
O ciclo de vida destes répteis é extremamente longo e os indivíduos podem chegar aos cem anos de vida. As fêmeas levam muitos anos a atingir a maturidade sexual e põem ovos apenas de quatro em quatro anos. O período entre a copulação e a eclosão é de 12 a 15 meses. As tuataras crescem continuamente até aos 35 anos de vida. Como os lagartos, as tuataras têm um olho pineal na testa, coberto por uma escama. A função deste terceiro olho, estando ele coberto, permanece desconhecida.
As tuataras alimentam-se de besouros e de grilos. Podem também quebrar conchas de caracóis e ovos e alimentar-se de seu conteúdo. Eventualmente, podem também comer lagartos e aves juvenis. Sua forte musculatura associada à mandíbula, em conjunto com uma eficiente biomecânica e com uma dentição firme e robusta, providenciam uma mordida poderosa.[9]
Habitam zonas de floresta e praias de cerca de trinta ilhas ao largo da Ilha Norte da Nova Zelândia. A espécie S. guntheri está confinada a uma única ilha no Estreito de Cook. O S. punctatus é esverdeado, enquanto que o S. guntheri é acastanhado com manchas amareladas.
A tuatara está ameaçad por perda de habitat e pela competição com espécies introduzidas de roedores e mustelídeos.