Violante do Céu Soares de Souza
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Violante do Céu Soares de Souza foi uma mulher indígena descendente de Arariboia e herdeira de grandes propriedades, parte da sesmaria recebida por seu antepassado. Suas terras se localizavam, principalmente, próximas às Barreiras Vermelhas, como então eram conhecidos os terrenos de argila vermelha que se estendiam da Boa Viagem até a ponta do Gragoatá (atual Praia Vermelha), em Niterói. Foi casada com Domingos de Araújo,[1] um fazendeiro da região, e juntos realizaram diversas doações de terras para a construção de Igrejas espalhadas pela cidade. Dentre as mais importantes está o terreno utilizado na construção de uma capela em 1652, que deu origem à atual Igreja de São Domingos de Gusmão, núcleo original do povoado de São Domingos, e posteriormente deu espaço para o Campus Gragoatá da Universidade Federal Fluminense.[2]
Em São Domingos a fazenda da família foi dividida em várias chácaras ou sítios. Com isso, o povoado mencionado cresceu exponencialmente para o lado do atual centro de Niterói seguindo a Rua Visconde do Rio Branco, passando pela enseada de São Domingos ou, simplesmente, enseada de Domingos de Araújo. Na outra direção, a lenta expansão do bairro alcançou outras localidades que, mais tarde, receberam os nomes de Ingá, Boa Viagem e Icaraí.[3]
Outra contribuição relevante foram as doações realizadas para a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, localizada no centro de Niterói. Segundo pesquisadores, o terreno para edificação do templo media, originalmente, cerca de 360 metros. Sua localização ficava, aproximadamente, 500 metros da Praia Grande em um pequeno morro, à direita do caminho arenoso da restinga. Foi doado pelos herdeiros do líder indígena Araribóia: Gaspar (ou Gastão) Soares de Souza e sua esposa Maria Soeiro Soares de Souza; Sebastiana Soares e seu esposo João da Rocha Paris; Margarida Soares, viúva de Vicente Miranda; e Violante do Céu Soares de Souza, então viúva de Domingos de Araújo.[4]
Após a morte do marido, Violante continuou a administrar a capela de São Domingos, passando esta administração para seu filho Francisco de Araújo Soares, quem em 1740 a vendeu a um Joaquim Álvares.[2]