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BeOS

sistema operativo Da Wikipédia, a enciclopédia livre

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BeOS foi um sistema operacional (ou sistema operativo S.O.) multitarefa preemptivo e monousuário desenvolvido pela Be Incorporated.

Factos rápidos Versão do sistema operativo BeOS, Estado de desenvolvimento ...

O foco do desenvolvimento do BeOS desde o início foi em aplicações multimídia sendo escrito com o desempenho em mente que possibilitasse alta performance como o SMP (uso de mais de um processador quando disponível), micronúcleo, multithreading, sistema de arquivos de 64 bits e jornalado, arquitetura cliente-servidor, interface gráfica modularizada e programação orientada a objetos.

O BeOS não é baseado em UNIX, nem Windows - é um sistema único e distinto que surgiu como alternativa para produção de trabalhos que envolvem criação.

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História

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Perspectiva

O BeOS foi um projeto de Jean-Louis Gassée, um ex-executivo da Apple, que decidiu investir num sistema operacional próprio. Em 1996, a Apple precisava de um novo sistema operacional para sua linha Macintosh e dois sistemas concorreram: o BeOS e o NEXTSTEP de Steve Jobs. A Apple ficou com o NeXT e Gassée decidiu seguir com o sistema fundando sua propria companhia, a Be Incorporated.

O BeOS foi concebido em meados de 1990 para rodar em computadores proprietários, os chamados BeBox. Posteriormente, foi portado para computadores PowerPC da Apple: o objetivo era oferecer uma alternativa ainda melhor que o próprio sistema proprietário da Apple e logo depois portado para PCs x86. Em 1998 a Apple fechou a plataforma Mac impossibilitando a instalação do BeOS em seus computadores, e no PC e em PowerPCs antigos que o BeOS tentou sobreviver.

Nos anos 90, o BeOS foi visto como uma alternativa às caras estações da Silicon Graphics, mas por volta de 1999 passou a ser utilizado mesmo por usuários que buscavam alternativas ao Windows e ao Linux, ou seja, que fosse completo e executasse as operações normais de um sistema. Em 2000 passou a ser oferecido numa versão compacta e livre para cópias na Internet. Em meados de 2001, a Be foi comprada pela Palm e o sistema descontinuado. A comunidade de usuários de BeOS não se intimidou e começou um novo projeto de sistema operacional livre chamado de OpenBeOS ou Haiku.

A versão gratuita do BeOS que foi lançada pela Be em 2000, chamada de BeOS 5 Personal Edition, ainda pode ser usada segundo seus termos de licença e continua sendo atualizada por fãs que adicionam drivers e uma variedade de programas também gratuitos. Essa versão possui uma característica muito importante: não necessita de particionamento do disco rígido para ser instalada. A instalação pode ser feita dentro da partição do Windows ou do Linux, sendo que o BeOS será iniciado a partir dela.

Em 2004 a yellowTAB conseguiu o código-fonte da versão 4.51 e continuou o desenvolvimento do BeOS renomeando o sistema para Zeta. Em Julho de 2005 a versão 1.0 do Zeta foi lançada ao preço de 99 euros. Em 2007 ele foi descontinuado.

O Haiku é atualmente o projeto de manter o BeOS vivo e totalmente em software livre.

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Legado

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Perspectiva

O gravador de áudio digital Tascam SX-1 roda uma versão altamente modificada do BeOS, projetada para iniciar exclusivamente o software de interface de gravação.[1] Os modelos RADAR 24, RADAR V e RADAR 6, gravadores profissionais de áudio com 24 faixas baseados em disco rígido da iZ Technology Corporation, foram baseados no BeOS 5.[2] A Magicbox, fabricante de máquinas de sinalização e exibição para transmissão, utiliza o BeOS para alimentar sua linha de produtos Aavelin.[3] O Final Scratch [en], um sistema de hardware e software para DJs controlado por discos de vinil com código de tempo de 12 polegadas, foi inicialmente desenvolvido sobre o BeOS. A versão "ProFS" foi vendida para algumas dezenas de DJs antes do lançamento da versão 1.0, que passou a rodar em uma partição virtual Linux.[4]

Sucessores espirituais

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Árvore genealógica do BeOS e sistemas operacionais relacionados

Após o fim do BeOS, a Palm criou a PalmSource, que utilizou partes da estrutura multimídia do BeOS em seu produto fracassado Palm OS Cobalt[5] (com a aquisição da PalmSource, os direitos do BeOS foram transferidos para a Access Co.[6]). No entanto, a Palm recusou o pedido dos usuários do BeOS para licenciar o sistema operacional.[7] Como resultado, alguns projetos surgiram com o objetivo de recriar o BeOS ou seus principais elementos, buscando eventualmente continuar o trabalho onde a Be Inc. havia parado.

A comunidade BeUnited, voltada ao BeOS, transformou-se em uma organização sem fins lucrativos em agosto de 2001[8] com o objetivo de "definir e promover especificações abertas para a entrega da plataforma de sistema operacional compatível com o BeOS baseada em padrões abertos (OSBOS)".[9]

ZETA

Imediatamente após a compra da Be pela Palm, uma empresa alemã chamada yellowTAB começou a desenvolver o Zeta, baseado na base de código do BeOS R5.1, e o lançou comercialmente. Posteriormente, o sistema passou a ser distribuído pela magnussoft.[10]

Durante o desenvolvimento do Zeta pela yellowTAB, a empresa foi alvo de críticas da comunidade BeOS por se recusar a discutir publicamente sua posição legal em relação à base de código utilizada. A Access Co. — que adquiriu a PalmSource, então detentora da propriedade intelectual do BeOS — declarou que a yellowTAB não possuía direitos para distribuir uma versão modificada do sistema. Como consequência, a magnussoft foi forçada a interromper a distribuição do Zeta em 2007.[11]

Haiku (OpenBeOS)

Haiku é uma reimplementação completa de código aberto do BeOS. Originalmente chamado de OpenBeOS, teve sua primeira versão lançada em 2002 como uma atualização comunitária.[10] Ao contrário de projetos como Cosmoe e BlueEyedOS, o Haiku é diretamente compatível com aplicativos desenvolvidos para o BeOS.[12]

Desde seu início, o Haiku é distribuído como software livre. Em 2024, era o único clone ativo do BeOS ainda em desenvolvimento. Em setembro daquele ano, foi lançada a quinta versão beta, que manteve a compatibilidade com o BeOS 5 nas imagens de 32 bits para arquitetura x86, além de trazer melhorias como suporte ampliado a drivers modernos e aplicativos baseados em GTK.[12][13]

Outros

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Captura de tela de uma versão inicial do Cosmoe

BlueEyedOS tentou criar um sistema sob a licença LGPL baseado no núcleo Linux e com um servidor X compatível com o BeOS. O desenvolvimento começou sob o nome BlueOS em 2001, e um CD de demonstração foi lançado em 2003.[14][15]

Cosmoe,[16] com uma interface semelhante à do BeOS, foi desenvolvido por Bill Hayden como um sistema operacional de código aberto baseado no código do AtheOS e posteriormente do OpenBeOS, mas utilizando Linux.[17][18][19] O projeto ZevenOS foi concebido para continuar de onde o Cosmoe parou.[20] Em meados de 2024, o Cosmoe foi ressuscitado por seu autor original após 17 anos, com uma base de código muito aprimorada e baseada no Haiku contemporâneo.[21]

BeFree começou em 2003, sendo inicialmente desenvolvido sobre o FreeBSD[22] e depois migrado para o Linux.[23][24]

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Referências

  1. «Professional Audio Coming to Haiku?». Haikuware. 6 de setembro de 2011. Consultado em 18 de janeiro de 2014. Arquivado do original em 1 de outubro de 2011
  2. «iZ RADAR 24». Consultado em 27 de dezembro de 2006. Arquivado do original em 27 de dezembro de 2006
  3. Jay Ankeney (1 de maio de 2006). «Technology Showcase: Digital Signage Hardware». Digital Content Producer. Consultado em 9 de dezembro de 2006. Cópia arquivada em 4 de fevereiro de 2012
  4. Peter Kirn (28 de abril de 2008). «Ni Ends Legal Dispute Over Traktor Scratch; Digital Vinyl's Twisty, Turny History». Create Digital Music. Consultado em 18 de janeiro de 2014. Cópia arquivada em 14 de março de 2014
  5. «PalmSource Introduces Palm OS Cobalt». ACCESS. 10 de fevereiro de 2004. Arquivado do original em 21 de julho de 2012
  6. «ACCESS Completes Acquisition of PalmSource». ACCESS. 14 de novembro de 2005. Arquivado do original em 5 de janeiro de 2007
  7. Orlowski, Andrew. «Palm scuppers BeOS co-op hopes». www.theregister.com (em inglês). Consultado em 24 de novembro de 2023
  8. White, Bradford Morgan. «'Be' is nice. End of story.». www.abortretry.fail (em inglês). Consultado em 24 de novembro de 2023
  9. «Zeta Operating System». Operating System.org. 14 de outubro de 2013. Consultado em 18 de janeiro de 2014. Cópia arquivada em 14 de março de 2014
  10. «Haiku Operating System». www.operating-system.org. Consultado em 2 de maio de 2025
  11. «Haiku R1/beta5 has been released!». Haiku Project (em inglês). 13 de setembro de 2024. Consultado em 16 de setembro de 2024
  12. «Blue News» (em inglês). BlueEyedOS. Consultado em 2 de maio de 2025
  13. «BlueEyedOS Demo/Test CD Now Available – OSnews». www.osnews.com. Consultado em 24 de novembro de 2023
  14. «Interview with Cosmoe's Bill Hayden – OSnews». www.osnews.com. Consultado em 24 de novembro de 2023
  15. «IsComputerOn - Contact with Bill. (updated)». 2 de fevereiro de 2009. Consultado em 24 de novembro de 2023. Cópia arquivada em 2 de fevereiro de 2009
  16. «Cosmoe Developer Seeks Successor – OSnews». www.osnews.com. Consultado em 24 de novembro de 2023
  17. «ZevenOS - Does it recapture the flavor of BeOS? | Linux Journal». www.linuxjournal.com. Consultado em 24 de novembro de 2023
  18. «History». Cosmoe. Consultado em 3 de janeiro de 2025
  19. «BeFree 0.1.0 Released – OSnews». www.osnews.com. Consultado em 26 de novembro de 2023
  20. «About BeFree». 3 de dezembro de 2003. Consultado em 26 de novembro de 2023. Cópia arquivada em 3 de dezembro de 2003
  21. «BeFree». 13 de agosto de 2004. Consultado em 26 de novembro de 2023. Cópia arquivada em 13 de agosto de 2004
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Ligações externas

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