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Burca

veste cobrindo todo o corpo e o rosto usado por algumas mulheres muçulmanas Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Burca
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Burca é uma vestimenta feminina islâmica que cobre o corpo inteiro, incluindo o rosto, geralmente com uma tela de malha que permite à mulher enxergar à frente sem ser vista. É usada por motivos de modéstia ou proteção social e cultural em algumas sociedades muçulmanas.[1]

Factos rápidos Tipo ...

Na Ásia Central, variantes como a paranja (ou chadri) eram comuns até meados do século XX. Composta por um manto amplo cobrindo o corpo, combinado com um véu facial rígido feito de crina de cavalo, era especialmente usada por mulheres urbanas usbeques e tajiques ao sair de casa.[2] Nessa região, atualmente o uso da vestimenta é raro. A grande maioria das mulheres opta por véus menos restritivos, como o hijabe, e esses trajes não fazem parte da cultura nacional contemporânea formalmente reconhecida.[3][4]

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Burcas afegãs
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Usos da burca

O seu uso baseia-se em textos do Alcorão, livro sagrado islâmico, bem como outras fontes de estudo, como os Hádices e Suna, acerca da exigência de que homens e mulheres se vistam e se comportem modestamente em público. No entanto, o trecho tem sido interpretado de diversas maneiras pelos estudiosos islâmicos e comunidades muçulmanas e a burca não é especificamente mencionada no Alcorão, nem nos Hádices.

Para alguns estudiosos, os Hádices falam de cobrir completamente o corpo das mulheres, enquanto outros interpretam que é permissível deixar o rosto, mãos e ocasionalmente pés descobertos.[carece de fontes?]

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Proibições

A burca foi proibida, na França, em 17 de julho de 2010, pela Lei nº 524, que entrou em vigor seis meses após sua promulgação. Foi também proibida em lugares públicos na Bélgica (desde julho de 2011), na Bulgária (desde setembro de 2016), na Itália, e nos Países Baixos (desde maio de 2015).[carece de fontes?] A Dinamarca também proibiu o uso destas vestes em público, cuja medida legal entrou em vigor a partir do dia 1 de agosto de 2018.[5] Foi também banida na Bulgária, Áustria, parcialmente, na Alemanha, e na Holanda.[6]

A República dos Camarões baniu a burca, assim como o véu facial, em julho de 2015, após duas mulheres de burca realizarem um ataque suicida que fez treze vítimas.[7] A burca está proibida no Sri Lanka desde 29 de abril de 2019 como consequência dos atentados de 21 de abril desse ano.[8]

Em 2016, o próprio Estado Islâmico (Daesh) proibiu a burca e o nicabe nos centros de segurança e militares, após o assassinato de alguns dos seus comandantes por mulheres cobertas.[9][10]

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Polêmicas e opiniões diversas

A burca já foi descrita como uma "prisão de pano", um símbolo da opressão das mulheres entre os muçulmanos.[11] O seu uso diário provoca falta de vitamina D, devido à falta de exposição à luz solar.[12]

Em Israel, em meados de 2005, alguns membros dos Haredi (judeus ultraortodoxos) começaram a usar burcas, como símbolo de modéstia e piedade. O movimento junta algumas centenas de seguidores, cerca de seiscentas.[13]

Em agosto de 2018, no Paquistão, após a eleição do Primeiro Ministro Imran Khan, na tomada de posse a primeira dama Bushra Bibi optou pelo uso de uma burca branca. A escolha foi fortemente criticada como "inadequada" para a primeira-dama do país, mas elogiada também por alguns.[14]

No mesmo mês, o ex-Primeiro Ministro britânico, Boris Johnson, envolveu-se em uma polêmica após comparar mulheres muçulmanas de burca a "caixas de correio", e isto fora levado a avaliação judicial mediante sua conduta.[15]

Talibã e decretos envolvendo o uso da burca

O movimento religioso fundamentalista Talibã, que comandou o Afeganistão entre 1996 e 2001, impôs o seu uso no país.[16]

Após retomar o controle em 2021, o Talibã ordenou no ano seguinte que todas as mulheres afegãs passassem a usar burca. O decreto assinala também que é melhor para as mulheres ficarem em casa, se não houver trabalho importante fora dela, e foi endossado por falas do ministro em exercício no chamado Ministério do Vício e da Virtude dos Talibãs, Khalid Hanafi.[17]

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Ver também

Referências

  1. «burqa | Fashion History Timeline». fashionhistory.fitnyc.edu (em inglês). Consultado em 19 de agosto de 2025
  2. Hejzlarová, Tereza; Starostina, Olga Viktorovna; Hejzlarová, Tereza; Starostina, Olga Viktorovna (2021). «Women's Veiling: Everyday and Ceremonial Practices of Central-Asian Peoples». Kulturní studia (em inglês) (2): 17–40. ISSN 2336-2766. doi:10.7160/KS.2021.170202. Consultado em 19 de agosto de 2025
  3. SCHUCK, Elena de Oliveira. A proibição da burca na França: reflexões sobre a justiça a partir de uma perspectiva feminista. 2013. Acesso em 28 jul. 2025. Disponível em: <https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/102189/000930117.pdf?sequence=1&isAllowed=y>.
  4. Slininger, Sara (2014). «Veiled Women: Hijab, Religion, and Cultural Practice» (PDF). Consultado em 19 de agosto de 2025
  5. «Dinamarca proíbe véu integral islâmico em espaços públicos». Diário de Notícias. 31 de Maio de 2018. Consultado em 4 de Agosto de 2018
  6. «Covering the face banned from tomorrow». www.dailymirror.lk (em inglês). Consultado em 9 de fevereiro de 2020
  7. Ernst, Douglas (6 de Setembro de 2016). «ISIS issues burqa ban at Mosul security centers after commanders killed: Report». The Washington Times
  8. Mansfield, Katie (6 de setembro de 2016). «ISIS BANS BURKA: Evil terror group claim THEY are being attacked by women in veils». Express.co.uk (em inglês). Consultado em 10 de fevereiro de 2020
  9. A burca é como uma prisão, uma camisa de forças - disse Fadela Amar, ministra francesa. https://www.alarabiya.net/articles/2008/07/16/53175.html Al Arabiya News, entrevista em 16 de Julho de 2008 (em inglês)
  10. «Mulheres afegãs obrigadas a usar burca em público». CNN Portugal. Consultado em 17 de abril de 2025
  11. «Taliban order all Afghan women to wear burqa» (em inglês). The Guardian. 7 de maio de 2022
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Ligações externas

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