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Caminho de Ferro de Nacala
ferrovia que liga as cidades moçambicanas de Nacala e Moatize, atravessando o centro do Maláui Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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Caminho de Ferro de Nacala (CFN),[2] também chamado de Caminho de Ferro do Corredor do Norte, Caminho de Ferro do Corredor de Nacala e Linha Nacala-Entre Lagos, é uma ferrovia que liga as cidades moçambicanas de Nacala e Moatize, atravessando o centro do Maláui. Possui cerca de 912 km de extensão,[1] em bitola de 1067 mm.[3]
Em toda a sua extensão sua gestão é feita por uma empresa de empreendimento conjunto chamada "Sociedade de Desenvolvimento do Corredor do Norte S.A.", composta por participações da mineradora Vale, da Central East African Railways (empresa privada malauiense) e da Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM).[4]Entretanto, para financiar as suas operações, a Vale vendeu 50% da sua participação no Corredor ao conglomerado japonês Mitsui.[5]
O seu ponto de escoamento principal é o Porto de Nacala.[2]
Esta ferrovia é um dos componentes principais do mega-empreendimento logístico chamado "Corredor Logístico de Nacala", que além de ferrovia, inclui rodovias, portos e aeroportos.[6]
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História
Resumir
Perspectiva
A construção do Caminho de Ferro de Nacala começou em 1915, inicialmente como um projeto de ligação do porto de Lumbo com a vasta hinterlândia até o Protetorado de Niassalândia.[7] Os primeiros 90 km, até Monapo, foram abertos à operação já em 1924, porém o projeto declinou por falta de recursos.[8]
Quando a construção foi retomada, no final da década de 1920, percebeu-se que o porto de Lumbo apresentava uma série de fragilidades projetuais, decidindo-se que Nacala deveria ser o terminal portuário para a linha. O traçado foi alterado e uma ligação entre Monapo e Nacala foi aberta.[8]
Em 1932, a ferrovia alcançava 350 km já conectando Nacala a Mutivasse e, em 1950, estendia-se até Cuamba, a 538 km de Nacala. Partindo de Cuamba, foram construídos 262 km de um ramal até Lichinga.[9]
Em 17 de maio de 1968 o governo do Maláui assinou um acordo com Portugal para abrir uma extensão que partiria da cidade de malauiense de Nkaya, para conectar-se com Cuamba. A estação de Nkaya formaria, assim, uma interconexão do Caminho de Ferro de Sena com o Caminho de Ferro de Nacala. A linha de Nacala é rota mais longa, mas mais direta, de conexão do Maláui ao mar, de maneira que a linha de Sena para o porto da Beira foi preterida, e a maior parte do tráfego de mercadorias malauienses mudou-se para o corredor de Nacala. A extensão Nkaya-Cuamba foi inaugurada pelo presidente malauiano Hastings Kamuzu Banda em 4 de julho de 1970, numa cerimônia conjunta com autoridades portuguesas em Cuamba; suas operações iniciaram em 3 de agosto de 1970.[10][11]
O governo moçambicano iniciou a reabilitação da linha em novembro de 2005,[12] dentro do mega-empreendimento "Corredor Logístico de Nacala", que enseja a hiper-conexão de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.[6]
Em 2010 a mineradora multinacional Vale conseguiu costurar a formação do empreendimento conjunto "Sociedade do Corredor Logístico Integrado do Norte", para administração da ferrovia, tendo liberdade para a construção da extensão do Caminho de Ferro de Nacala até o cinturão carbonífero de Benga-Moatize, onde mineradora possui concessões de exploração mineral.[13] A extensão partiu da estação de interconexão de Nkaya e seguiu até Moatize, sendo concluída em 2017.[14] O projeto incluiu um terminal de exportação e um pátio de armazenamento de carvão no porto de Nacala-a-Velha.[15]
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Estações principais
As principais estações do CFN são:
Ramais
O CFN possui três ramais importantes:
- Ramal de Nacala-a-Velha;[16]
- Ramal do Lumbo (inoperante);[16]
- Ramal Cuamba—Lichinga.[17]
Acidentes
- Em 4 de março de 1991 um comboio desgovernado descarrila em Nacala, causando a morte de 96 pessoas.[18]
- Em 13 de setembro de 1993 um comboio descarrilou no Caminho de Ferro de Nacala, causando a morte de 77 pessoas.[18]
Referências
- Garcia, Ana.; Kato, Karina.. Politicas Públicas e Interesses Privadas: uma análise a partir do Corredor de Nacala em Moçambique. Cadernos CRH. Vol 29. Nº 76. Salvador Jan./Apr. 2016.
- «Linha de Nacala» (HTML). CFM. Consultado em 6 de fevereiro de 2020
- Mozambique Logistics Infrastructure: Mozambique Railway Assessment. Atlassian Confluence. 10 de dezembro de 2018.
- «Race to the coal». Railway Gazette. 1 de setembro de 2008. Consultado em 30 de novembro de 2017
- «Grupo japonês Mitsui & Co investiu em Moçambique mais de mil milhões de dólares desde 1997». Banco Mais. 22 de janeiro de 2018. Consultado em 21 de fevereiro de 2020
- Vale conclui Project Finance do Corredor Logístico de Nacala. Vale. 23 de março de 2018.
- Baia, Alexandre Hilário Monteiro.. Os conteúdos da urbanização em Moçambique: considerações a partir da expansão da cidade de Nampula São Paulo: Universidade de São Paulo, 2016. pp.32.
- Jesus Neto, António Gomes.. Entre trilhos e rodas: fluidez territorial e os sentidos da circulação de mercadorias em Moçambique. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2016. pp.20.
- White, Landeg. Bridging the Zambezi: a Colonial Folly. Springer, 18 de junho de 1993. pp. 107-108.
- Perry, J.W.B.. Malawi's New Outlet to the Sea: Geography. Vol. 56, No. 2 (abril de 1971), pp. 138-140.
- Nkana, Robert.. Malawi Railways: an Historical Review. The Society of Malawi Journal. Vol. 52, No. 1 (1999), pp. 39-45
- Phiri, Patson. Rehabilitation work starts on Nacala railway line. Southern African News Features 06 No 44, Southern African Research and Documentation Centre. Maio de 2006.
- «Railway Gazette: Mining drives African rail plans». Consultado em 2 de novembro de 2010
- Inauguração do Corredor Logístico de Nacala deverá multipicar exportações de Moçambique. Diário de Notícias. 20 de maio de 2017.
- «Nacala Corridor officially inaugurated». Railway Gazette. 16 de maio de 2017. Consultado em 30 de novembro de 2017
- Estudo de Impacto Ambiental do Terminal Portuário e Ramal Ferroviário de Nacala-a-Velha: Relatório. George (RAS), Aurecon. 2010. vol. I.
- «Cuamba-Lichinga» (HTML). CFM. Consultado em 9 de fevereiro de 2020
- Semmens, Peter W. B.. Katastrophen auf Schienen: Eine weltweite Dokumentation. Stuttgart: Transpress, 1996, ISBN 3-344-71030-3. pg. 223, 244.
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