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Centro Logístico da Aeronáutica

organização militar da Força Aérea Brasileira Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Centro Logístico da Aeronáutica
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O Centro Logístico da Aeronáutica (CELOG) é uma organização militar (OM) da Força Aérea Brasileira (FAB) cuja principal incumbência consiste em gerenciar os processos de obtenção e nacionalização de materiais aeronáuticos, de modo a garantir a continuidade e qualidade do suporte logístico necessário à manutenção da operacionalidade das frotas de aeronaves da FAB.[nota 3]

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História

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Perspectiva

Houve uma época em que a FAB possuía o maior complexo industrial da América Latina. Isso decorria do intenso investimento feito pelo então Ministério da Aeronáutica,[nota 4] na década de 40: com a colaboração da base aérea norte-americana de Wright Patterson, elaborou-se o projeto de construção de um complexo industrial militar que se destinaria a apoiar a manutenção de centenas das mais modernas aeronaves militares da época.[5]

O local escolhido para acolher tamanha estrutura foi o Campo de Marte, onde também se encontra o aeroporto Campo de Marte. Assim, em 1941 foi inaugurado o Parque Aeronáutico de São Paulo, atual Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMA-SP): OM do atual Sistema de Material Aeronáutico e Bélico da Aeronáutica (SISMAB) cuja missão ainda hoje é a de prover à Força Aérea Brasileira apoio logístico (materiais e serviços de manutenção) na área de material aeronáutico, em conformidade com as diretrizes estabelecidas pela Diretoria de Material Aeronáutico e Bélico (DIRMAB),[nota 5] de modo a garantir a disponibilidade e operacionalidade de algumas frotas de aeronaves militares da FAB, entre elas a dos caças F-5, para que estejam sempre em condições de treinamento durante tempos de paz e em condições de combate durante tempos de paz ou de conflito armado.[5]

Como na década de 40 o potencial industrial instalado no PAMA-SP excedia as necessidades do então Ministério da Aeronáutica, um grupo de militares e servidores civis vislumbrou a possibilidade de utilizar os abundantes recursos humanos, materiais e tecnológicos existentes para cooperar com a então incipiente indústria nacional. Deste modo, em 25 de março de 1952 o Decreto nº 30.668/52[6] criou a Seção Comercial do PAMA-SP, que fabricava e vendia peças aeronáuticas à indústria brasileira. Com a expansão industrial brasileira nos anos 60, a atividade da Seção Comercial do PAMA-SP prosperou significativamente, registrando, naquela época, inúmeros trabalhos executados para terceiros. Também nessa época iniciou-se a fabricação de peças para uso aeronáutico militar interno, a fim de se conseguir celeridade na substituição das peças que até então eram importadas, economia de recursos e independência tecnológica.[5]

Na década de 70, a dificuldade em obter material aeronáutico norte-americano aumentou. Consequentemente, a "nacionalização" dos materiais aeronáuticos, que até então se resumia a um mero aproveitamento da capacidade industrial instalada, passou a representar uma necessidade estratégica essencial para a continuidade do suporte logístico à Força Aérea Brasileira, pois a maior parte das aeronaves da FAB era de procedência norte-americana. Assim, devido à sua importância, a nacionalização de materiais aeronáuticos cresceu rapidamente. No entanto, como consequência disso ela começou a requerer cada vez mais recursos do PAMA-SP, o que fez surgir a necessidade de se criar um órgão específico para a atividade de nacionalização. Deste modo, em julho de 1977 a parte da Seção Comercial do PAMA-SP responsável pela nacionalização de materiais foi transferida para a então criada Comissão de Nacionalização de Material Aeronáutico (CONMA), instalada na Avenida Olavo Fontoura, 1200-A, São Paulo, SP.[5]

Cinco anos depois, percebendo que as atividades de obtenção e de nacionalização de materiais estavam intimamente relacionadas, o Ministro da Aeronáutica decidiu combiná-las em uma única OM. Assim, no dia 10 de maio de 1982 a CONMA foi desativada e, em seu lugar, foi criada a Comissão Aeronáutica Brasileira em São Paulo (CAB-SP), que ficou incumbida de executar as atividades de nacionalização e de aquisição de material aeronáutico.[5]

Ao longo de pouco mais de duas décadas, as demandas logísticas da FAB não pararam de crescer e, com elas, a importância da CAB-SP. Percebendo isto, o Comando-Geral de Apoio (COMGAP) decidiu integrar, em uma única OM, a logística de transporte da FAB às atividades de nacionalização e de obtenção de materiais no Brasil e no exterior, o que ocorreu em duas etapas:

  1. Em 26 de agosto de 2004 foi criado o Centro Logístico da Aeronáutica (CELOG), pelo mesmo Decreto presidencial[nota 6] que na ocasião modificou a estrutura regimental de todo o Comando da Aeronáutica.
  2. Em 30 de novembro de 2004 a CAB-SP foi então desativada pela Portaria COMAER nº 1.219/GC3/04[7] e todo o seu pessoal e patrimônio foi incorporado ao CELOG.

Após décadas de cooperação da FAB para o desenvolvimento da indústria nacional, atualmente o que se observa é uma inversão de papéis, notadamente quando o CELOG, visando suprir alguma necessidade da FAB referente à nacionalização de materiais aeronáuticos até então originalmente adquiridos de outros países, realiza engenharia reversa nesses materiais aeronáuticos, elabora as especificações mínimas para que esses materiais possam ser produzidos no Brasil e então busca, na indústria brasileira, interessados em produzir esses materiais.[5]

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Ver também

Notas

  1. Vide Decreto 6.834/09,[1] ANEXO I, art. 4º, inciso IV, alínea "a", subalínea 1.
  2. Embora tenha sido criado em 26 de agosto de 2004, o CELOG só entrou efetivamente em operação em 23 de julho de 2005, razão por que comemora seu aniversário em julho.[3]
  3. Regulamento de Organização do Comando da Aeronáutica nº 21-30 (ROCA 21-30), aprovado pela Portaria COMAER nº 600/GC3/08.[4] Esta é uma norma militar e não está disponível na internet.
  4. Atualmente denominado Comando da Aeronáutica e subordinado ao Ministério da Defesa.
  5. Antes denominada "Diretoria do Material do Ministério da Aeronáutica".[6]
  6. Vide Decreto 5.196/04.[2] Este Decreto foi revogado pelo Decreto 6.834/09[1], porém esse Decreto revogador manteve o CELOG na estrutura regimental.

    Referências

    1. BRASIL. Decreto nº 6.834, de 30 de abril de 2009. Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores e das Funções Gratificadas do Comando da Aeronáutica, do Ministério da Defesa, e dá outras providências. Acesso em 13 de novembro de 2013.
    2. BRASIL. Decreto nº 5.196, de 26 de agosto de 2004. Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores e das Funções Gratificadas do Comando da Aeronáutica, do Ministério da Defesa, e dá outras providências. Acesso em 13 de novembro de 2013.
    3. BRASIL. COMAER. CELOG. CELOG Comemora o 7º Aniversário de criação e 35º da Nacionalização na FAB. Acesso em 13 de novembro de 2013.
    4. BRASIL. Diário Oficial da União. Portaria COMAER nº 600/GC3, de 6 de agosto de 2008. Aprova o Regulamento do Centro Logístico da Aeronáutica. Acesso em 13 de novembro de 2013.
    5. BRASIL. COMAER. CELOG. Histórico do CELOG.Acesso em 13 de novembro de 2013.
    6. BRASIL. Decreto nº 30.668, de 25 de março de 1952. Modifica o Regulamento para a Diretoria do Material do Ministério da Aeronáutica.. Acesso em 13 de novembro de 2013.
    7. BRASIL. Diário Oficial da União. Portaria COMAER nº 1.219/GC3, de 30 de novembro de 2004. Desativa a Comissão Aeronáutica Brasileira em São Paulo e dá outras providências. Acesso em 13 de novembro de 2013.
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