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Colapso da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira

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O colapso da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira ou tragédia da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira correu em 22 de dezembro de 2024. A ponte, que cruzava o Rio Tocantins como parte da rodovia BR-226 e BR-010 e ligava os municípios de Estreito, Maranhão, e Aguiarnópolis, Tocantins, Brasil, desabou, matando 14 pessoas e deixando três desaparecidas.[1]

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Situação da estrutura após o colapso da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira
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A ponte em 2008

A ponte, inaugurada em janeiro de 1961 e batizada em homenagem ao presidente brasileiro naquele mês, Juscelino Kubitschek, tinha 533 metros de comprimento e um vão livre de 140 metros, um recorde para a época. Integrava a Rodovia Belém–Brasília, importante via de transporte de cargas no país.[2] Em 2020, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), órgão do governo federal, já havia relatado diversos problemas, como rachaduras e inclinações nos pilares. Em maio de 2024, a própria agência abriu um processo para contratar empresas e reformar a ponte, que acabou não indo adiante.[3] Um vídeo filmado pelo vereadorde Aguiarnópolis Elias Júnior, que tinha ido até a ponte para mostrar as rachaduras, capturou o início do colapso.[1]

Segundo dados do Ministério Público, 727 das pontes administradas pelo DNIT estavam em condições críticas até maio de 2023, o que equivale a 12,5% das 5,8 mil pontes federais monitoradas pelo órgão, sem contar viadutos e passarelas. Entre essas pontes, 130 foram classificadas como extremamente deterioradas e 597 apresentavam condições ruins. A Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira fazia parte da categoria 2, uma avaliação que aponta problemas sérios, mas ainda sem risco iminente de colapso.[4]

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Colapso

O colapso ocorreu em 22 de dezembro de 2024, por volta das 14h50min na hora local. Dez veículos caíram no rio. Além das vítimas fatais, caminhões que transportavam cerca de 76 toneladas de ácido sulfúrico e 25 mil litros de agrotóxico também tombaram, gerando preocupação quanto ao risco de contaminação do Rio Tocantins. A Ponte Ferroviária Estreito-Aguiarnópolis, ao lado da ponte rodoviária que desabou, não foi afetada pelo colapso. [5]

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Consequências

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Vítimas

Em 26 de dezembro, oito corpos foram encontrados pelas autoridades brasileiras após buscas submersas, e de acordo com a Marinha do Brasil, pelo menos 9 pessoas ainda estavam desaparecidas. No dia 02 de janeiro, o 14º corpo foi retirado e no dia 18 seguinte, apesar das buscas, três pessoas continuavam desaparecidas: Salmon Alves Santos, de 65 anos e Felipe Giuvannuci Ribeiro, 10 anos, que eram avô e neto, e Gessimar Ferreira da Costa, de 38 anos. [6] [7]

Jairo Silva Rodrigues, de 36 anos, foi o único a ser resgatado com vida após o desabamento da ponte.[8]

As buscas inicialmente foram prejudicadas devido à possibilidade de derramamento de produtos tóxicos no local e posteriormente devido às chuvas fortes na região, que aumentaram a força das águas do rio e impediram o trabalho dos mergulhadores. [7]

Reações

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Ministro dos Transportes, os governadores do Maranhão e Tocantins, Renan Filho, Carlos Brandão e Wanderlei Barbosa, durante coletiva de imprensa sobre o desabamento da ponte.

O presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva prestou condolências aos familiares das vítimas e afirmou em suas redes sociais: "Acompanho com muita atenção os desdobramentos do desabamento da ponte Juscelino Kubitscheck de Oliveira, entre os estados do Tocantins e do Maranhão".[9]

Ele disse ainda que enviou o ministro dos Transportes, Renan Filho, para acompanhar e dar suporte à situação. O ministro, juntamente com o governador do Tocantins Wanderlei Barbosa, anunciou o investimento de mais de 100 milhões de reais para a reconstrução imediata da ponte.[10]

O governador do Maranhão Carlos Brandão garantiu que não há risco de contaminação das águas do rio.[11] Na manhã do dia 26 de dezembro, ele decretou luto oficial de três dias, por causa do desabamento da ponte.[12]

Em 28 de dezembro, o prefeito de Estreito no Maranhão, Léo Cunha do Partido Liberal, decretou situação de emergência no município por causa da queda da ponte.[13]

Abastecimento de água

Devido a preocupações de contaminação do rio por acido sulfúrico e produtos agrícolas, os governos do Tocantins e do Maranhão recomendaram que os fornecedores de água cortassem os serviços dos municípios e comunidades abastecidas pelo rio Tocantins. Apenas algumas cidades seguiram as recomendações, incluindo Imperatriz,[14] devido às outras serem fornecidas por captação subterrânea. O governo dos estados afetados também alertou contra o contato com o rio.[15] Caco Graça, supervisor da Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, disse que o risco de derramamento foi minimizado depois que a carga de substâncias tóxicas foi encontrada intacta.[16]

Retirada dos veículos

Os trabalhos para a retirada dos veículos iniciaram no dia 21 de janeiro de 2025 e no final da manhã do dia 23 do mesmo mês o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) concluiu os trabalhos para a retirada dos veículos.[17]

Economia

O impacto na economia local foi enorme e alguns setores como de bens, serviços e do agronegócio viram queda de 70% nas atividades no primeiro mês após ao desabamento. [18]

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Implosão e reconstrução

O que restou da ponte foi implodido no dia 02 de fevereiro de 2025, gerando 7 toneladas de entulhos, que foram removidos aos poucos. Uma nova ponte deve ficar pronta até o final de 2025 [1] [19]

Referências

  1. [1]
    «Vídeo mostra implosão da estrutura que sobrou de ponte que desabou entre o Tocantins e o Maranhão». G1. 2 de fevereiro de 2025. Consultado em 30 de março de 2025
  2. [2]
    Leão, Luciana (24 de dezembro de 2024). «EXCLUSIVO: Uma história por trás da construção da Ponte Juscelino Kubitschek». Revista Nordeste. Consultado em 25 de dezembro de 2024
  3. [3]
    «Polícia Federal abre investigações para apurar responsabilidades sobre queda da ponte que liga Maranhão e Tocantins». G1. 24 de dezembro de 2024. Consultado em 25 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 25 de dezembro de 2024
  4. [4]
    Deborah Sena (24 de dezembro de 2024). O Antagonista, ed. «Ponte que cai, alerta que fica: 727 Estruturas em risco no Brasil». Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 26 de dezembro de 2024
  5. [5]
    «Ponte entre MA e TO: o que se sabe e o que falta esclarecer sobre desabamento na BR-266». G1. 24 de dezembro de 2024. Consultado em 25 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 26 de dezembro de 2024
  6. [6]
    «Sobe para 14 o número de vítimas da queda da ponte entre TO e MA». Agência Brasil. 4 de janeiro de 2025. Consultado em 30 de março de 2025. Cópia arquivada em 5 de janeiro de 2025
  7. [7]
    «Quase um mês após queda de ponte entre o MA e TO, Marinha realiza buscas pelos três desaparecidos». G1. 18 de janeiro de 2025. Consultado em 30 de março de 2025. Cópia arquivada em 18 de janeiro de 2025
  8. [8]
    «Saiba quem são as vítimas já identificadas de desabamento da ponte sobre o rio Tocantins». G1. 30 de dezembro de 2024. Consultado em 30 de dezembro de 2024
  9. [9]
    «Lula lamenta mortes em queda de ponte entre TO e MA e diz que governo presta 'toda ajuda' em resgate e apuração». G1. 23 de dezembro de 2024. Consultado em 25 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 26 de dezembro de 2024
  10. [10]
    «Governador Wanderlei Barbosa e ministro Renan Filho anunciam reconstrução da Ponte JK em caráter emergencial e providenciam suporte às famílias das vítimas». Governo do Tocantins. 23 de dezembro de 2024. Consultado em 25 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 25 de dezembro de 2024
  11. [11]
    «"Não há risco de contaminação nas águas do Rio Tocantins"». Agência Brasil. 25 de dezembro de 2024. Consultado em 25 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 25 de dezembro de 2024
  12. [12]
    «Sobe para 8 o número de mortos após desabamento de ponte no Rio Tocantins; 9 seguem desaparecidos». G1. 26 de dezembro de 2024. Consultado em 26 de dezembro de 2024
  13. [13]
    «Prefeitura de Estreito, no MA, decreta situação de emergência, após queda da ponte sobre o rio Tocantins». G1. 28 de dezembro de 2024. Consultado em 28 de dezembro de 2024
  14. [14]
    «Caema suspende captação de água em Imperatriz devido a desabamento de ponte e risco de contaminação - Maranhão». G1. 22 de dezembro de 2024. Consultado em 29 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 23 de dezembro de 2024
  15. [15]
    «Governo pede que população evite contato com água do rio após queda de caminhão com ácido sulfúrico em ponte entre TO e MA - Tocantins». G1. 23 de dezembro de 2024. Consultado em 29 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 23 de dezembro de 2024
  16. [16]
    «Sobe para 8 o número de mortos após desabamento de ponte no Rio Tocantins; 9 seguem desaparecidos». G1. 26 de dezembro de 2024. Consultado em 25 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 26 de dezembro de 2024
  17. [17]
    Luciano Nascimento (23 de janeiro de 2025). «Dnit conclui retirada de veículos da ponte Juscelino Kubitschek». Agência Brasil. Consultado em 23 de janeiro de 2025
  18. [18]
    «Desabamento da ponte entre MA e TO afeta economia na região». Agência Brasil. 22 de janeiro de 2025. Consultado em 30 de março de 2025. Cópia arquivada em 22 de janeiro de 2025
  19. [19]
    «Nova ponte entre Tocantins e Maranhão fica pronta até final de 2025». Agência Brasil. 7 de fevereiro de 2025. Consultado em 30 de março de 2025. Cópia arquivada em 8 de fevereiro de 2025
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