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De Humani Corporis Fabrica

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De Humani Corporis Fabrica
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De Humani Corporis Fabrica Libri Septem ou simplesmente De Humani Corporis Fabrica (Da Organização do Corpo Humano) é um livro de anatomia humana, escrito por Andreas Vesalius em 1543. Considerado um dos mais influentes livros científicos de todos os tempos, De Humanis Corporis Fabrica é conhecido sobretudo por suas ilustrações, algumas das mais perfeitas xilogravuras jamais realizadas.

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Página título de De Humanis Corporis Fabrica
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Ilustração dos músculos na página 178 do De Humani Corporis Fabrica
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A Obra

De Humani Corporis é resultado dos trabalhos de Vesalius como professor da Universidade de Pádua, onde realizou inúmeras dissecações de cadáveres. Nesses estudos, ele refutou grande parte das teorias do médico greco-romano Galeno acerca do corpo humano, expostas por ele nesse trabalho.

Para a impressão da obra, ele não poupou gastos: contratou os melhores artistas — entre eles o desenhista Jan Stephan van Calcar, discípulo de Tiziano, que realizou as gravuras nas duas primeiras partes — e xilógrafos para preparar as gravuras a serem impressas. Para a realização desse último serviço, foi escolhido o impressor Johannes Oporinus, de Basileia, chegando a ir até esta cidade para supervisionar pessoalmente os trabalhos. Graças a isso, esta obra é um magnífico exemplo do que havia de melhor na produção de livros na Renascença, com 17 desenhos de página inteira, além de diversas ilustrações acompanhadas de texto.

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Conteúdo

Composto por cerca de setecentas páginas de fina impressão, a obra é dividida em sete partes, ou "livros", num apanhado completo acerca do corpo humano. São eles:

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Restos mortais

Durante o século XVI, a dissecação de cadáveres humanos era estritamente proibida pela Igreja.[1] Assim, de forma a contornar essa oposição, Versalius teve que obter secretamente corpos de criminosos executados, um processo explicado em De Humani Corporis Fabrica. Este processo de roubo de cadáveres de criminosos foi chave para que anatomistas e artistas pudessem estudar o corpo humano. Um exemplo é o caso de Burke e Hare, de 1828, no qual os indivíduos cujos corpos foram entregues aos anatomistas para dissecação foram assassinados especificamente para ganho financeiro.[2]

Cópias remanescentes

Mais de 700 cópias das edições de 1543 e 1555 permanecem preservadas.[3] Dessas cópias, em 2018, 29 se encontravam em Londres, 20 em Paris, 14 em Boston, 13 em Nova Iorque, 12 em Cambridge, e 11 tanto em Oxford quanto em Roma.[4] A Biblioteca John Hay, na Universidade Brown, detém uma cópia encadernada com pele humana.[5]

Algumas das imagens, mesmo que separadas por diversas páginas de texto, têm um fundo que constitui um panorama, quando colocadas lado a lado.[6]

Em fevereiro de 2024, um leilão online da Christie's vendeu uma cópia da segunda edição por $2.228.000,[7] fazendo deste um dos documentos científicos mais caros já vendidos em um leilão.[8] A cópia, que havia sido vendida pela última vez em 2007 por €13.200, teria sido a cópia pessoal de Versalius. Determinou-se que as diversas anotações nas margens foram escritas à mão pelo próprio autor.

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Legado

De Humani Corporis Fabrica, um documentário de 2022 sobre o corpo humano dirigido por Lucien Castaing-Taylor e Véréna Paravel, foi nomeado em referência à série de livros.[9]

Bibliografia

  • O'Malley, CD. Andreas Vesalius of Brussels, 1514-1564. Berkeley: University of California Press, 1964.
  • Richardson, WF (trad.). On the Fabric of the Human Body: A Translation of De corporis humani fabrica. San Francisco: Norman Publishing, 1998- (em curso). Vol. 1, 1998: ISBN 0930405730. Vol. 2, 1999: ISBN 0930405757. Vol. 3 e 4, 2003: ISBN 0930405838.

Ligações externas

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