Loading AI tools
capital da Inglaterra e do Reino Unido Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Londres (em inglês: London, AFI: [ˈlʌndən]) é a capital da Inglaterra e do Reino Unido. Por dois milénios, foi um grande povoado e sua história remonta à sua fundação pelos romanos, quando foi nomeada Londínio.[2] O centro de Londres, a antiga City of London, também conhecida como The Square Mile ("a milha quadrada") ou The City, mantém as suas fronteiras medievais. Pelo menos desde o século XIX, o nome "Londres" refere-se à metrópole desenvolvida em torno desse núcleo.[3] Hoje, a maior parte dessa conurbação constitui a região da Grande Londres,[4] cuja área administrativa[5] tem seu próprio prefeito eleito e assembleia.[6] A cidade abriga a sede da Comunidade das Nações.[7]
| ||
---|---|---|
Capital | ||
Localização | ||
Localização de Londres no Reino Unido | ||
Mapa de Londres | ||
Coordenadas | 51° 30′ 26″ N, 0° 07′ 39″ O | |
País | Reino Unido | |
Nação constituinte | Inglaterra | |
Região | Grande Londres | |
Distritos | Cidade de Londres & 32 boroughs | |
Gentílico | Londrino (a) (Londriner) | |
Fundação | 42 d.C como Londínio | |
Características geográficas | ||
Área total | 1 737,9 km² | |
• Cidade de Londres | 2,90 km² | |
• Grande Londres | 1,569 km² | |
População total [1] | 8 982 679 hab. | |
• População metropolitana | 14 040 163 | |
Código postal | E, EC, N, NW, SE, SW, W, WC, BR, CR, DA, EN, HA, IG, KT, RM, SM, TW, UB, WD (CM, TN; parcialmente) | |
Código de área | 020, 01322, 01689, 01708, 01737, 01895, 01923, 01959, 01992 | |
Sítio | london.gov.uk |
Londres é uma importante cidade global (ao lado de Nova Iorque, Tóquio e Paris) e é um dos maiores, mais importantes e influentes centros financeiros do mundo.[8][9][10][11][12] O centro de Londres abriga a sede de mais da metade das 100 melhores companhias do Reino Unido (o índice FTSE 100) e mais de 100 das 500 maiores da Europa. Londres possui forte influência na política, finanças, educação, entretenimento, mídia, moda, artes e cultura em geral, o que contribui para a sua posição global.[12] É um importante destino turístico para visitantes nacionais e estrangeiros. Londres sediou os Jogos Olímpicos de Verão de 1908, 1948 e 2012.[13]
Londres tem uma gama diversa de povos, culturas e religiões e mais de 300 idiomas são falados em seu território.[14] Em julho de 2007, a população oficial era de 7 556 900 habitantes dentro dos limites de Londres.[15] Sua área urbana (a segunda maior da UE) tem uma população de 8 278 251 habitantes,[16] enquanto a região metropolitana (a maior da UE) tem uma população total (rural e urbana) estimada entre 12 milhões[17] e 14 milhões de habitantes.[18] O Metropolitano de Londres, administrado pela Transport for London, é a mais extensa rede ferroviária subterrânea do mundo,[19][20][21] o Aeroporto de Londres Heathrow é o aeroporto mais movimentado do mundo em número de passageiros internacionais[22] e o espaço aéreo da cidade é o mais movimentado do que qualquer outro centro urbano do mundo.[23]
A cidade possui quatro Patrimônios Mundiais: a Torre de Londres; os Reais Jardins Botânicos de Kew; o local que compreende o Palácio de Westminster, a Abadia de Westminster e a Igreja de Santa Margarida; e o local histórico de Greenwich (onde o Observatório Real de Greenwich marca o meridiano primário, 0° longitude e GMT).[24] Outros marcos famosos incluem o Palácio de Buckingham, a London Eye, Piccadilly Circus, a Catedral de São Paulo, a Tower Bridge, a Trafalgar Square e o The Shard. Londres é a sede de inúmeros museus, galerias, bibliotecas e outras instituições culturais, como o Museu Britânico, a National Gallery, Tate Modern e a Biblioteca Britânica.[25] O Metropolitano de Londres é a mais antiga rede ferroviária subterrânea do mundo.[20][21]
A etimologia de Londres é incerta. O termo é antigo, pode ser encontrado em fontes do século II. Em 121, a cidade foi registrada como Londinium (Londínio), o que aponta para a sua origem romano-britânica. A primeira tentativa de explicação (agora desconsiderada) para o surgimento do nome da cidade é atribuída a Godofredo de Monmouth em sua obra Historia Regum Britanniae.[26] Monmouth afirma que o nome se originou a partir do hipotético Rei Lud, que havia sido levado para a cidade e a nomeou de Kaerlud.[27]
Em 1898, era comumente aceito que o nome era de origem celta e que significa lugar pertencente a um homem chamado * Londinos; esta explicação já foi rejeitada.[26] Richard Coates apresenta uma outra explicação em 1998, dizendo que a palavra Londres é derivada do termo do antigo europeu pré-céltico *(p)lowonida, ou rio muito largo para vadear, e sugeriu que este era um nome dado para a parte do rio Tâmisa que atravessa Londres; a partir deste termo, o assentamento ganhou a forma céltica de seu nome, * Lowonidonjon;[28] no entanto, isso requer uma alteração bastante complexa. A dificuldade reside em conciliar a forma latina Londinium com a forma em galês moderno Llundain, que deveria exigir a forma *(h)lōndinion (em oposição a *londīnion), a partir de *loundiniom. Até 1889, o nome "Londres" foi oficialmente aplicado apenas para a cidade de Londres, mas, desde então, também se referiu ao Condado de Londres e, agora, à Grande Londres.[3]
Duas descobertas recentes indicam prováveis assentamentos muito antigos próximos ao Tâmisa, na área de Londres. Em 1999, os restos de uma ponte da Idade do Bronze foram encontrados na área costeira ao norte da Vauxhall Bridge. Esta ponte ou cruzava o rio Tâmisa, ou era ligada a uma ilha (perdida) no rio. Técnicas de dendrologia dataram as madeiras ao ano de 1 500 a.C..[29] Em 2010, as bases de uma grande estrutura de madeira, datada de 4 500 a.C., foram encontradas na área costeira do Tâmisa, ao sul de Vauxhall Bridge. A função dessa estrutura mesolítica ainda não é conhecida. Ambas as estruturas estão em South Bank, em um ponto de cruzamento natural, onde o rio Effra deságua no rio Tâmisa.[30]
Embora não haja evidências de assentamentos britânicos dispersos na área, a cidade começou quando foi fundada por volta de 43 com o nome de Londínio, no tempo em que as tropas do exército romano lideradas pelo imperador Cláudio tomaram posse da Inglaterra. Os romanos utilizaram materiais de construção da época para a realização das obras de um porto fluvial na margem norte do rio Tâmisa, que ainda não o era como de hoje. Na verdade, os romanos apontaram esse lugar como propício para a sua construção porque nas margens do rio, a leste desse ponto estratégico, existiam muitas áreas pantanosas. O porto recebeu dos romanos o nome de Londínio, que na língua inglesa quer dizer London e na língua portuguesa pode ser traduzido como Londres.[31]
Esta fase durou cerca de 25 anos até a pilhagem pelos icenos, tribo celta, liderada pela rainha Boadiceia. Londres foi reconstruída, possibilitando um rápido desenvolvimento nos anos seguintes. Acredita-se que se tenha tornado a capital da Britânia no século II, substituindo a antiga capital, Colchester. Nas primeiras décadas do século III, os soldados romanos serviram como pedreiros nas obras do então chamado Muro de Londres ao redor da cidade, cujo objetivo era uma solução para evitar que a área urbana da época fosse destruída. O Muro de Londres, propriamente dito, e as muralhas posteriores serviram como limites da atual capital do Reino Unido há séculos.[31]
Em 410, ocorreu a invasão bárbara em Roma. Naquela época, os soldados da província romana da Britânia foram confiados pela segunda vez para expulsar os invasores, mas nada adiantou. Sua população de aproximadamente 45 000 a 60 000 habitantes acabou diminuindo em virtude do domínio bárbaro. De acordo com os historiadores, o ano de 410 é a data que marca a época em que a Inglaterra deixou de ser governada pelos romanos e passou a ser entregue aos bárbaros. Os ingleses nascidos na própria Inglaterra, que já se transferiram com suas bagagens para Londres, firmaram como sua verdadeira morada e fizeram com que a povoação continuasse sendo um centro comercial. Pouca coisa sobreviveu da Londres romana, menos porções do que era antigamente o Muro de Londres e ruínas de algumas escassas obras da arquitetura romana.[31]
Com o colapso do domínio romano no início do século V, Londres deixou de ser uma capital e a cidade murada de Londínio foi efetivamente abandonada embora a civilização romana tenha se mantido na área de St Martin-in-the-Fields até por volta de 450.[32] Por volta do ano 500, um assentamento anglo-saxão conhecido como Lundenwic desenvolveu-se na mesma área, um pouco a oeste da antiga cidade romana.[33] Em 680, a área tinha sido reavivada o suficiente para tornar-se um importante porto, embora haja pouca evidência de produção em larga escala de produtos. Na década de 820, a cidade entrou em declínio por causa de repetidos ataques de viquingues e a Crônica Anglo-Saxônica registra que o povoamento só foi "refundado" em 886, por Alfredo, o Grande. Pesquisas arqueológicas mostram que esse "ressurgimento" envolveu o abandono de Lundenwic e o renascimento da vida e do comércio dentro das antigas muralhas romanas. Londres então cresceu lentamente até cerca de 950, depois que a atividade humana na área aumentou dramaticamente.[34]
No século XI, Londres era a maior cidade de toda a Inglaterra. A Abadia de Westminster, reconstruída em estilo românico pelo rei Eduardo, o Confessor, era uma das mais grandiosos igrejas da Europa. A cidade de Winchester tinha sido anteriormente a capital da Inglaterra anglo-saxã, mas a partir deste momento em diante, Londres tornou-se o principal fórum para os comerciantes estrangeiros e a base para a defesa da nação em tempos de guerra. Na visão de Frank Stenton: "Ela tinha os recursos e foi desenvolvendo rapidamente a dignidade e a autoconsciência política apropriada para uma capital nacional".[35][36]
Depois de sua vitória na Batalha de Hastings, Guilherme I foi coroado rei da Inglaterra na Abadia de Westminster, recém-inaugurada no Natal de 1066.[37] Guilherme I construiu a Torre de Londres, o primeiro dos muitos castelos normandos na Inglaterra de ser reconstruído em pedra, na parte sudeste da cidade, para intimidar os habitantes nativos.[38] Em 1097, Guilherme II começou a construção do Westminster Hall, perto da abadia homônima, que se tornou a base do novo Palácio de Westminster.[39][40]
Durante o século XII, as instituições do governo central, que até então tinham acompanhado a corte real inglesa enquanto se movia ao redor do país, cresceram em tamanho e sofisticação, tornando-se cada vez mais fixas em um só lugar. Na maioria dos casos essas instituições foram agrupadas em Westminster, embora o tesouro real tenha sido movido para a Torre. Enquanto a City of Westminster desenvolvia-se como uma verdadeira capital em termos de governo, a sua distinta vizinha, a cidade de Londres, manteve-se como a maior cidade da Inglaterra, seu principal centro comercial e floresceu sob sua própria administração, a Corporação de Londres. No ano de 1100, a população da cidade era de cerca de 18 mil habitantes; em 1300 tinha crescido para cerca de 100 mil pessoas.[41] No entanto, um desastre abateu a cidade durante a Peste Negra, em meados do século XIV, quando Londres perdeu quase um terço de sua população.[42] A cidade também foi o foco da revolta camponesa de 1381.[43]
Durante o período Tudor, a Reforma Inglesa produziu uma mudança gradual para o protestantismo, sendo que grande parte de Londres passou das mãos da igreja para a propriedade privada.[44] O comércio de lã não saiu de Londres para as praias vizinhas dos Países Baixos, onde era considerado indispensável.[45] Mas os tentáculos do comércio marítimo inglês dificilmente se estendiam para além dos mares do noroeste da Europa. A rota comercial para a Itália e para o Mar Mediterrâneo normalmente era feita através da Antuérpia e dos Alpes; quaisquer navios que atravessavam o Estreito de Gibraltar com destino ou partindo da Inglaterra eram provavelmente italianos ou ragusanos. Após a reabertura dos Países Baixos para o comércio marítimo inglês em janeiro de 1565, imediatamente seguiu-se uma forte explosão da atividade comercial.[46] A Royal Exchange foi fundada.[47] O mercantilismo cresceu e monopólios comerciais, como a Companhia das Índias Orientais, foram estabelecidos, com o comércio em expansão no Novo Mundo. Londres tornou-se o principal porto do Mar do Norte e recebeu migrantes da própria Inglaterra e do exterior. A população aumentou de uma estimativa de 50 mil habitantes em 1530 para cerca de 225 mil pessoas em 1605.[44]
No século XVI, William Shakespeare e seus contemporâneos viveram em Londres em um momento de hostilidade para o desenvolvimento do teatro. No final do período Tudor, em 1603, Londres ainda era muito compacta. Houve uma tentativa de assassinato contra Jaime VI & I, em Westminster, através da Conspiração da Pólvora, em 5 de novembro de 1605.[48] Londres foi atormentada por uma doença no início do século XVII,[49] culminando com a Grande Peste de 1665–1666, que matou cerca de 100 mil pessoas, ou um quinto da população da cidade na época.[50]
O Grande Incêndio de Londres começou em 1666 em Pudding Lane e rapidamente varreu as construções de madeira da cidade.[51] A reconstrução levou mais de dez anos e foi supervisionado por Robert Hooke.[52][53] Em 1708, a obra-prima de Christopher Wren, a Catedral de São Paulo, foi concluída. Durante a era georgiana novos distritos, como Mayfair, foram formados no oeste e novas pontes sobre o rio Tâmisa incentivaram o desenvolvimento no sul de Londres. No leste, o porto de Londres se expandia.[54]
Jorge III ascendeu ao trono em 1760 e ficou no poder ao longo dos próximos 60 anos. Durante o século XVIII, Londres estava infestada por crimes e os Bow Street Runners foram estabelecidos em 1750 como uma força policial profissional.[55] No total, mais de 200 crimes eram punidos com a morte[56] e até mulheres e crianças foram enforcados por pequenos furtos.[57] Mais de 74% das crianças nascidas em Londres morria antes de completar cinco anos de idade.[57] Os cafés tornaram-se um local popular para debater ideias, com o crescimento da alfabetização e do desenvolvimento da imprensa, que tornou as notícias amplamente disponíveis; Fleet Street se tornou o centro da imprensa britânica.[58]
De acordo com Samuel Johnson:
“ | Não há nenhum homem, entre os intelectuais, que esteja disposto a deixar Londres. Não, senhor, quando um homem está cansado de Londres, ele está cansado da vida; por isso há em Londres tudo o que a vida pode oferecer. | ” |
Londres foi a maior cidade do mundo entre 1831 e 1925.[59] No entanto, a superpopulação da cidade levou a epidemias de cólera,[60] que mataram mais de 14 mil pessoas em 1848 e cerca de seis mil em 1866.[61] O crescente congestionamento do tráfego levou à criação da primeira rede ferroviária urbana do mundo. O Metropolitan Board of Works supervisionou a expansão da infraestrutura da capital e de alguns dos municípios vizinhos, mas que foram abolidos em 1889, quando o Conselho do Condado de Londres foi criado a partir dessas áreas urbanas no entorno da capital inglesa. Londres foi bombardeada pelo Império Alemão durante a Primeira Guerra Mundial, enquanto durante a Segunda Guerra Mundial, a Blitz e outros bombardeios pela Luftwaffe da Alemanha nazista mataram mais de 30 mil londrinos e destruiu grandes áreas e edifícios por toda a cidade. Imediatamente após a guerra, os Jogos Olímpicos de Verão de 1948 foram realizadas no Estádio Wembley original, em um momento em que Londres mal havia se recuperado do conflito.[62]
Em 1951, o Festival da Grã-Bretanha foi realizada na margem sul. O Grande Nevoeiro de 1952 levou ao Clean Air Act de 1956, que terminou aos nevoeiros de poluição pelos quais Londres era conhecida. A partir da década de 1940, a cidade tornou-se o lar de um grande número de imigrantes, principalmente de países da Commonwealth, como Jamaica, Índia, Bangladesh e Paquistão, tornando Londres uma das mais cosmopolitas cidades da Europa.[62]
Principalmente a partir de meados da década de 1960, Londres tornou-se um centro para a cultura jovem mundial, exemplificada pela subcultura Swinging London, associada a King's Road, Chelsea e Carnaby Street. Esse papel de polo cultural foi revivido durante a era punk. Em 1965, os limites políticos de Londres foram expandidos para levar em conta o crescimento de sua enorme área urbana e o novo Conselho da Grande Londres foi criado. Durante os distúrbios na Irlanda do Norte conhecidos como The Troubles, a cidade sofreu a ataques com bombas promovidos pelo Exército Republicano Irlandês (IRA). A desigualdade racial foi destacada pelo motim de Brixton em 1981.[63]
A população da Grande Londres diminuiu de forma constante nas décadas após a Segunda Guerra Mundial, a partir de um pico estimado de 8,6 milhões em 1939 para cerca de 6,8 milhões em 1980. Os principais portos de Londres mudaram-se para Felixstowe e Tilbury, o que tornou a área das Docas de Londres um foco para a regeneração com o desenvolvimento de centro financeiro de Canary Wharf, o que foi consolidado com o papel cada vez maior de Londres como um centro financeiro internacional durante a década de 1980.[64]
A Barreira do Tâmisa foi concluída na década de 1980 para proteger Londres contra as marés do mar do Norte. O Conselho da Grande Londres foi abolido em 1986, que tornou Londres uma das únicas grandes metrópoles do mundo, sem uma administração central. Em 2000, o governo em toda a Londres foi restaurado com a criação da Autoridade da Grande Londres. Para comemorar o início do século XXI, o Domo do Milênio, a London Eye e a Millennium Bridge foram construídas.[65]
Ao longo da década de 2000, a cidade sofreu dois ataques terroristas — um em julho de 2005 e outro em junho de 2007 — efetuados por fundamentalistas islâmicos. Em agosto de 2011, uma série de tumultos e saques tomaram conta da cidade (e depois de toda a Inglaterra) por conta da morte de Mark Duggan, que foi assassinado por policiais. Em 6 de julho 2005, Londres foi escolhida como sede dos Jogos Olímpicos de Verão de 2012, tornando-se a primeira cidade a sediar os Jogos Olímpicos por três vezes.[66]
A Grande Londres é a subdivisão administrativa superior que abrange toda a cidade. Quarenta por cento da Grande Londres é coberta pelo distrito postal de Londres.[67] O código de área do telefone de Londres (020) cobre uma área maior, semelhante em tamanho da Grande Londres, embora algumas zonas exteriores sejam omitidas e em alguns lugares exteriores estejam inclusos. A área contida dentro do anel formado pela rodovia M25 é geralmente conhecida como "Londres".[68]
A expansão da cidade agora é impedida pelo Cinturão Verde Metropolitano,[69] embora a área urbana se estenda além desse limite em alguns lugares, o que faz com que a área urbana da Grande Londres seja definida separadamente. Além disso, há a vasta Área Metropolitana de Londres.[70] A Grande Londres é dividida para alguns propósitos entre Londres interior e exterior.[71] A cidade é dividida pelo rio Tâmisa de norte a sul. As coordenadas do centro original de Londres, tradicionalmente considerado entre as Cruzes de Eleanor, a Charing Cross, próxima a junção da Trafalgar Square e de Whitehall, são 51° 30′ 26″ N, 0° 07′ 39″ O.[72]
A Grande Londres ocupa uma área de 1 583 km2, continha uma população de 7 172 036 de habitantes em 2001 e uma densidade populacional de 4 542 hab./km2. A área maior, conhecida como Região Metropolitana de Londres, cobre uma área de 8 382 km2 (3 236 mi2), tem uma população de 12 653 500 e uma densidade populacional de 1 510 hab./km2.[73] A Londres moderna se estende pelo Tâmisa, sua característica geográfica primária, um rio navegável que atravessa a cidade de sudoeste a leste. O Vale do Tamisa é uma planície de inundação cercada por colinas suaves, como Parliament Hill, Addington Hills e Primrose Hill. O Tâmisa já foi um rio raso muito mais amplo, com extensos pântanos; na maré alta, suas costas atingiam cinco vezes a sua largura atual.[74]
Desde a era vitoriana, o Tâmisa tem sido extensivamente aterrado e muitos de seus afluentes agora correm no subsolo. O Tâmisa é um rio de maré, o que faz de Londres uma cidade vulnerável a inundações.[75] A ameaça tem aumentado ao longo do tempo por causa de um aumento lento, mas contínuo, no nível da água na cidade, elevado pela leve 'inclinação' da Grã-Bretanha (do norte ao sul), causada por ajustes pós-glaciais.[76]
Em 1974, iniciou-se a construção da Barreira do Tâmisa em Woolwich, para lidar com a ameaça de inundação. A construção durou uma década e a barreira foi projetada para funcionar até aproximadamente 2070, mas conceitos para o seu futuro alargamento ou redesenho já estão sendo discutidos.[77]
Os maiores parques da área central de Londres são três dos Parques Reais: Hyde Park e seu vizinho Kensington Gardens no limite oeste do centro da cidade e Regent's Park, no extremo norte.[78] Dentro do Regent's Park está o Zoológico de Londres, o mais antigo jardim zoológico científico do mundo, próximo ao famoso Museu de Cera Madame Tussauds.[79][80]
Mais perto do centro de Londres estão os Parques Reais menores de Green Park e St. James Park.[81] Hyde Park, em particular, é popular para a prática de esportes e às vezes acolhe concertos ao ar livre. Uma série de grandes parques estão fora do centro da cidade, incluindo os Parques Reais restantes de Greenwich Park,[82] Bushy Park, Richmond Park[83][84] e Victoria Park. Primrose Hill, ao norte de Regent's Park, é um local popular para ver o panorama urbano da cidade.
Alguns espaços abertos seminaturais mais informais também existem, como o Hampstead Heath, um parque de 320 hectares no norte da cidade.[85] O parque incorpora a Kenwood House, uma antiga casa senhorial e um local popular nos meses de verão, onde clássicos concertos musicais são realizados à beira do lago, atraindo milhares de pessoas todos os finais de semana para desfrutar da música, cenário e fogos de artifício.[86]
Londres tem um clima temperado oceânico (Köppen: Cfb), similar a grande parte do sul da Grã-Bretanha. Apesar de sua reputação de ser uma cidade chuvosa, Londres recebe menos precipitação (com 601 mm por ano) do que Roma (834 mm), Bordeaux (923 mm), Toulouse (668 mm) e Nápoles (1 006 mm).[87][88][89][90] Os invernos são geralmente frios, com geadas ocorrendo geralmente os subúrbios, em média, duas vezes por semana de novembro a março. A neve geralmente ocorre cerca de quatro ou cinco vezes por ano, principalmente entre dezembro e fevereiro. A queda de neve nos meses de março e abril é rara, mas ocorre a cada dois ou três anos. As temperaturas do inverno raramente caem abaixo de -4 °C (24,8 °F) ou acima de 14 °C (57,2 °F). Durante o inverno de 2010, Londres registrou a sua temperatura mais baixa, -14 °C, em Northolt, e a neve mais pesada vista por quase duas décadas, uma enorme pressão sobre a infraestrutura de transportes londrina.
Os registros de temperaturas extremas em Londres vão de 38,1 °C (100,6 °F), em Kew durante agosto de 2003, até -16,1 °C (3,0 °F) em Northolt, durante janeiro de 1962. Temperaturas abaixo de -20 °C (-4,0 °F) têm sido observados desde antes do século XX, mas a precisão não pode ser validada.[91]
Os verões londrinos são geralmente quentes e, às vezes, o calor é impulsionado pelo efeito urbano de ilha de calor, o que faz com que o centro da cidade fique até 5 °C mais alta do que nos subúrbios e periferias. A temperatura média do verão de Londres é de 24 °C (75,2 °F). Em média, há sete dias por ano com temperaturas acima de 30 °C (86,0 °F) e dois dias por ano acima de 32 °C (89,6 °F). Temperaturas de 26 °C (79 °F) ocorrem semanalmente entre meados de junho e o final de agosto.
Dados climatológicos para Londres (Greenwich) | |||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima recorde (°C) | 14 | 19,7 | 21 | 26,9 | 31 | 35 | 35,5 | 37,5 | 30 | 28,8 | 19,9 | 15 | 37,5 |
Temperatura máxima média (°C) | 8,3 | 8,5 | 11,4 | 14,2 | 17,7 | 20,7 | 23,2 | 22,9 | 20,1 | 15,6 | 11,4 | 8,6 | 15,2 |
Temperatura mínima média (°C) | 2,6 | 2,4 | 4,1 | 5,4 | 8,4 | 11,5 | 13,9 | 13,7 | 11,2 | 8,3 | 5,1 | 2,8 | 7,4 |
Temperatura mínima recorde (°C) | −10 | −9 | −8 | −2 | −1 | 5 | 7 | 6 | 3 | −4 | −5 | −7 | −10 |
Precipitação (mm) | 51,6 | 38,2 | 40,5 | 45 | 46,5 | 47,3 | 41,1 | 51,6 | 50,4 | 68,8 | 58 | 53 | 591,7 |
Dias com chuva | 10,8 | 8,5 | 9,6 | 9,4 | 9 | 8,3 | 8 | 7,6 | 8,5 | 10,7 | 10,1 | 9,9 | 110,4 |
Dias com neve | 4 | 4 | 3 | 1 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 | 3 | 16 |
Umidade relativa (%) | 91 | 89 | 91 | 90 | 92 | 92 | 93 | 95 | 96 | 95 | 93 | 91 | 92,3 |
Horas de sol | 49,9 | 71,4 | 107,1 | 159,8 | 181,2 | 181 | 192,1 | 195,1 | 138,9 | 108,1 | 58,5 | 37,4 | 1 480,5 |
Fonte: BBC Weather (recordes de temperatura, exceto em fevereiro e agosto),[92] NOAA (neve e umidade)[93] e Met Office[94][95] Met Office (demais dados).[96] |
Com o aumento da industrialização, a população da cidade cresceu rapidamente ao longo do século XIX e início do XX, sendo durante este período a cidade mais populosa do mundo, até ser ultrapassada por Nova Iorque, em 1925. A população londrina atingiu um pico de 8 615 245 habitantes em 1939, imediatamente antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial, mas caiu para 7 192 091 habitantes no censo britânico de 2001. No entanto, a população cresceu pouco mais de 1 000 000 entre os censos de 2001 e 2011, chegando a 8,9 milhões na última pesquisa. A área urbana contínua de Londres, porém, se estende além das fronteiras da Grande Londres e era a casa de 8 278 251 pessoas em 2001,[16] enquanto a sua área metropolitana tem uma população de mais de 14 milhões de pessoas.[97][98] De acordo com o Eurostat, Londres é a segunda área metropolitana mais populosa da Europa. Entre 1991 e 2001, 726 mil imigrantes chegaram em Londres.[99]
A região abrange uma área de 1 579 km2. A densidade populacional é de 5 177 hab./km2, mais de dez vezes superior do que em qualquer outra região do Reino Unido.[100] Em termos populacionais, Londres é a 19ª maior cidade e a 18ª maior região metropolitana em todo o mundo. Londres também é classificada como a primeira no mundo em número de bilionários (em dólar),[101][102] além de ser considerada uma das cidades mais caras do mundo, ao lado de Tóquio e Moscou.[103]
De acordo com o Office for National Statistics (ONS), com base em dados do censo de 2011, 59,8% dos 8 173 941 habitantes de Londres são brancos (44,9% brancos britânicos, 2,2% brancos irlandeses, 0,1% brancos ciganos e 12,1% classificados como "outros brancos"). Cerca de 20% dos londrinos são de origem asiática (19,7% de descendência asiática completa e 1,2 descendentes miscigenados de asiáticos). Os indianos representam 6,6% da população da cidade, seguidos por paquistaneses e bengaleses com 2,7% cada. Os chineses representam 1,5% e os árabes 1,3% da população da cidade. Há ainda outros 4,9% de londrinos que são classificados como "outros asiáticos". Os negros e seus descendentes representam 15,6% da população de Londres, sendo 13,3% de ascendência completamente negra e 2,3% de multirraciais. Os negros são responsáveis por 7% da população africana da cidade (4,2% são classificados como "negros caribenhos" e 2,1% como "outros negros"). 5% dos londrinos são miscigenados.[104] Já em 1185, o cronista Ricardo de Devizes queixava-se de que em Londres "se amontoavam homens de todos os países que há debaixo do céu".[105]
As crianças negras e asiáticas superam as crianças brancas britânicas em cerca de seis para quatro nas escolas públicas da cidade.[106] No entanto, as crianças brancas representavam 62% dos 1 498 700 de habitantes de Londres com idade entre 0 e 15 anos em 2009. Segundo estimativas do ONS, 55,7% da população com idade entre 0 a 15 anos é branca britânica, 0,7% é branca irlandesa e 5,6% é de brancos de outras origens da União Europeia.[107] Em janeiro de 2005, um levantamento sobre a diversidade étnica e religiosa de Londres registrou mais de 300 idiomas falados na cidade e identificou mais de 50 comunidades não nativas que têm uma população superior a 10 mil pessoas. Dados do ONS mostram que, em 2010, a população estrangeira de Londres era de 2 650 000 (33%), contra 1 630 000 em 1997.[108]
O censo de 2011 mostrou que 36,7% da população da Grande Londres nasceu fora do Reino Unido.[109] Uma parte da população de origem alemã na cidade é composta por cidadãos britânicos nascidos de pais que servem em bases das Forças Armadas do Reino Unido na Alemanha.[110][falta página] Estimativas produzidas pelo ONS indicam que os cinco maiores grupos de estrangeiros que vivem em Londres, no período de julho de 2009 a junho de 2010, foram aqueles que nasceram na Índia, Polônia, República da Irlanda, Bangladesh e Nigéria.[111]
De acordo com o censo de 2011, os maiores grupos religiosos da cidade são cristãos (48,4%), seguidos por aqueles sem nenhuma religião (20,7%), muçulmanos (12,4%), sem resposta (8,5%), hindus (5%), judeus (1,8%), sikhs (1,5%), budistas (1%) e outros (0,6%). Londres é tradicionalmente uma cidade cristã e tem um grande variedade de igrejas, particularmente no