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Estrada de Ferro Bahia e Minas

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A Estrada de Ferro Bahia e Minas[2] (EFBM), popularmente conhecida como Bahiminas ou Baiminas, foi uma ferrovia brasileira que ligava o Vale do Jequitinhonha, no nordeste de Minas Gerais, ao litoral sul da Bahia. Inaugurada em 25 de janeiro de 1881[3] e desativada em 1966, tinha 578 quilômetros de extensão e conectava o município mineiro de Araçuaí ao distrito de Ponta de Areia, em Caravelas, no litoral Extremo Sul da Bahia, onde os trilhos chegavam a um porto. A ferrovia tinha um papel crucial para a economia da região.[4][5]

Factos rápidos Informações principais, Especificações da ferrovia ...
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História

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Perspectiva

Em 25 de outubro de 1878, a lei estadual de Minas Gerais n° 2.775 e lei estadual da Bahia de n° 1.946, de 28 de agosto de 1879, deram origem à Estrada de Ferro Bahia-Minas, que entrou em operação no ano de 1881. Em 9 de novembro do mesmo ano a ferrovia contava com quase 143 km de linha em tráfego.[3]

Em 1879, o engenheiro Miguel de Teive e Argolo (1851 - c. 1916) recebeu a concessão para construir e explorar a Ferrovia Bahia-Minas, idealizada por ele, e tornou-se diretor geral da Companhia Estrada de Ferro Bahia e Minas. De a 1880 a 1882, Argolo projetou e, como engenheiro chefe, dirigiu a construção de 142 km dessa ferrovia, que partia de Caravelas, no sul da Bahia, e foi inaugurada em novembro de 1883.[6][7][8]

A Estrada de Ferro Bahia e Minas teve como diretriz a ligação do arraial de Ponta de Areia, próximo à cidade de Caravelas no litoral sul da Bahia, à cidade de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, numa extensão de 578 quilômetros. Esse ramal ferroviário foi implantado por volta de 1882, pela Estrada de Ferro da Bahia, em parceria com o Governo de Minas Gerais, tendo como principal objetivo a exploração e transporte de madeira - em especial, de dormentes, para as demais ferrovias, principalmente para a própria Estrada de Ferro da Bahia - e como estratégia a ligação do Vale a um porto de exportação, a ser instalado em Caravelas.

Em 1910, o Governo Federal, encampa a ferrovia e, em 1912, entrega a concessão da EFBM à empresa franco-belga Compagnie des Chemins de Fer Fédéraux de l'Est Brésilien (CCFFEB).[7] A concessão se manteve até 1937.[9] Como o comércio de madeira não teve continuidade, nem o porto de Caravelas foi efetivamente implantado, foram propostas outras atividades econômicas para a viabilização da ferrovia, com ênfase no comércio de café, o que, devido às seguidas crises econômicas, não teve seguimento. A partir dessa configuração a ferrovia foi incorporada pela Viação Férrea Federal Leste Brasileiro (VFFLB), em seguida transferida ao Departamento Nacional de Estradas de Ferro (DNEF) e à Viação Férrea Centro-Oeste (VFCO), e finalmente pela Rede Ferroviária Federal S.A. quando foi desativada e extinta em 1966.[10]

A Estrada de Ferro Bahia e Minas ficaria eternizada no imaginário brasileiro ao ser homenageada na canção "Ponta de Areia", composta por Milton Nascimento e Fernando Brant.[11]

Em 2023, a história da Estrada de Ferro foi retratada no documentário Estrada Natural, de Emerson Penha. O filme apresenta entrevistas com antigos funcionários, passageiros e moradores das áreas ao longo da estrada, mostrando os efeitos do seu encerramento.[12][13][14][15]

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Referências

  1. Giffoni, José Marcello Salles (2006). «Trilhos Arrancados: História da Estrada de Ferro Bahia e Minas (1878 - 1966)» (PDF). Consultado em 18 de novembro de 2024
  2. «DECRETO N. 523 - DE 26 DE JUNHO DE 1890». Senado Federal do Brasil. Consultado em 17 de janeiro de 2013. Arquivado do original em 14 de julho de 2014
  3. Martins, Júlio Eymard Rodrigues. Nanuque/MG e sua posição geográfica
  4. Bacelar, Jonildo. Miguel de Teive e Argollo. Guia Geográfico - História da Bahia.
  5. Novais, Weber Bezerra. A Estrada de Ferro Bahia-Minas e a economia regional, p. 53, museuvirtualvaledomucuri.com.br
  6. Somogyi, Flavio. Chapitre V. Un exemple de la présence économique française au Brésil : « l’empire Bouilloux-Lafont ». In Mauro, Frédéric; Alemany Soline (dir.) Transport et commerce en Amérique latine. 1800-1970. Paris: Éditions de l’IHEAL, 1990, p. 109-123 ISBN 978-2-37154-015-6
  7. «Ponta da Areia -- Estações Ferroviárias do Estado da Bahia». www.estacoesferroviarias.com.br. Consultado em 25 de julho de 2020. Arquivado do original em 6 de novembro de 2023
  8. Carvalho, Victória (12 de março de 2023). «Documentário 'Estrada Natural' destaca importância da linha férrea que ligava Bahia-Minas e a decadência do meio». Portal AMIRT. Consultado em 19 de novembro de 2024
  9. «Filme sobre ferrovia que inspirou Fernando Brant e Milton estreia em BH». www.otempo.com.br. Consultado em 19 de novembro de 2024
  10. «ANCINE». sad.ancine.gov.br. Consultado em 19 de novembro de 2024
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Ligações externas

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