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Jornada de trabalho

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No direito do trabalho, jornada de trabalho ou expediente é o período diário durante o qual o trabalhador está à disposição do empregador.

Com a revolução industrial veio um aumento do tempo de trabalho durante o ano, entre outros fatores pela iluminação artificial e o êxodo rural. Nos Estados Unidos, a jornada média era de 70 horas semanais ao fim do século XVIII, de 60 horas ao fim do século XIX, e de 50 horas no início do século XX. Em 1926, a Ford e outras empresas adotavam uma jornada de 40 horas. Em 1938, o presidente Franklin Roosevelt sancionou uma lei estipulando uma jornada máxima de 40 horas, sendo a média à época de 42 a 27 horas de acordo com o setor. No século XXI, na França a jornada é de 35 horas. No Brasil, a jornada de trabalho é regulamentada na constituição de 88 e pela CLT, sendo o limite normal 8 horas diárias, correspondentes a 44 horas semanais.

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História

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Linha de produção da Ford em 1913

A revolução industrial possibilitou que um segmento maior da população trabalhasse durante o ano todo, porque essa mão-de-obra não estava vinculada à estação e a iluminação [artificial] permitia trabalhar mais por dia. Os camponeses e camponeses mudaram-se das áreas rurais para trabalhar em fábricas urbanas e o tempo de trabalho durante o ano aumentou significativamente.[1]

Em 1800, trabalhadores dos Estados Unidos tinham uma jornada de trabalho de 70 horas semanais ou mais. Até 1890 a jornada média havia sido reduzida para 60 horas, e em 1919 para 50 horas.[2] Em 1926, trabalhadores da Ford tiveram sua jornada reduzida para 40 horas,[3] o que foi seguido por outras indústrias.[2] Em 1938, o então presidente dos EUA Franklin Roosevelt sancionou a Fair Labor Standards Act, lei que estipulava uma jornada de trabalho máxima de 40 horas semanais[4] – à época, a média já estava entre 42 e 27 horas, dependendo do setor.[2]

Após fim da Segunda Guerra Mundial o limite da jornada de trabalho também foi proclamada na Declaração Universal dos Direitos Humanos[5] e Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.[6]

Na França, em 2000, o jornada de trabalho foi reduzida de 35 horas, sendo possíveis horas adicionais com adicional de hora extra.[7] Nos Estados Unidos de acordo com o Bureau of Labor Statistics [en], o horário médio do setor privado não agrícola era de 34,5 horas por semana em fevereiro de 2023, oscilando das 25,5 do sector de lazer e entretenimento às 45,7 do setor mineiro e madeireiro.[8]

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No Brasil

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A jornada de trabalho de oito horas diárias para o comércio foi instituída no Brasil pelo Decreto 21.186, em 22 de março de 1932 e para a indústria em 4 de maio de 1932 por Getúlio Vargas.[9]

O processo de proteção à jornada de trabalho seria reforçado em 1943, a partir da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), criando o teto de duas horas extras diárias e os 30 dias de férias.[10] A Lei 605/1949 traria outro avanço, com o descanso semanal remunerado. A Constituição de 1988, por seu turno, estabeleceu o limite semanal de 44 horas de trabalho. Recentemente, a reforma trabalhista de 2017 trouxe modificações significativas ao modo como é contado o tempo de trabalhadores e trabalhadoras, abrindo margem para que convenções e acordos coletivos modifiquem a jornada de trabalho e estabelecendo critérios para a chamada jornada parcial.[10][11]

Horas in itinere

Nos locais de difícil acesso ou não servidos por serviço público de transporte, o tempo da condução fornecida pelo empregador já é considerado como jornada de trabalho.[12]

Extensão das 8 horas diárias

Este acréscimo de jornada deve ser remunerada em, no mínimo 50% em relação ao horário normal.[13]

Banco de horas

Desde que firmado acordo coletivo de trabalho, podem as horas extras serem dispensadas do pagamento adicional se compensadas pelo período correspondente em outro dia, e desde que não ultrapasse o período de 1 ano.[carece de fontes?]

Escala 6x1

Há uma ampla discussão no país, em diversos setores, e luta de movimentos sociais e trabalhistas pelo fim da escala de trabalho de seis dias semanais com apenas um dia de descanso (6x1), o que culminou na PEC do Fim da Escala 6x1 em 2024 na Câmara dos Deputados, com as assinaturas necessárias para ser protocolado e com apoio do Governo Federal de Lula. Em 10 de dezembro de 2025, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) do Senado Federal aprovou o fim da escala 6x1 em votação relâmpago, enviando o texto para votação no plenário.[14]

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Ver também

Referências

  1. «Hours of Work in U.S. History» (em inglês). Economic History Association
  2. «Fair Labor Standards Act of 1938: Maximum Struggle for a Minimum Wage» (em inglês). U.S. Department of Labor - History - Fair Labor Standards Act of 1938. Cópia arquivada em 15 de agosto de 2013
  3. Trindade, Pedro Mahin Araujo (2017). Ramos, Gustavo Teixeira; Filho, Hugo Cavalcanti Melo; Loguercio, José Eymard; Filho, Wilson Ramos; Giorgi, Fernanda; Lopes, João Gabriel; Agustinho, Thiago; Ertle, Valeir, eds. «REFORMA TRABALHISTA, PRECARIEDADE E EXCLUSÃO: A CONSTITUIÇÃO DE UM EXÉRCITO DE "INÚTEIS PARA O MUNDO"». CLACSO. Narrativas de resistência: 318–322. ISBN 978-85-7917-368-4. Consultado em 28 de setembro de 2022
  4. Súmula nº 90 do Tribunal Superior do Trabalho, artigo 58 da Consolidação das Leis do Trabalho
  5. artigo 7º XVI da Constituição Federal
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Jornada de trabalho
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