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Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

unidade da Universidade de São Paulo Da Wikipédia, a enciclopédia livre

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A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (abreviada como FFLCH-USP, ou ainda, como FFLCH) é uma unidade pública de ensino, pesquisa e extensão universitária sediada na Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, responsável pelas áreas de Filosofia, Letras, História, Geografia e Ciências Sociais. Em 2023, era o instituto com maior número de estudantes da USP a qual oferece os cursos descritos em graduação e pós-graduação.[1]

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Possui uma importante tradição de formação intelectual no Brasil, e seus frutos podem ser conferidos pelo conjunto de contribuições para os pensamentos político, social e artístico brasileiros de seus alunos e professores. Entre as figuras ilustres que já passaram pela instituição, destacam-se: Antônio Candido, Aziz Ab'Saber, Eurípedes Simões de Paula, Fernando Henrique Cardoso, Florestan Fernandes, Gilda de Mello e Souza, João Cruz Costa, Lourival Gomes Machado, Maria Isaura Pereira de Queiroz, Marilena Chauí, Milton Santos, Roberto Schwarz, Ruth Cardoso, Sérgio Buarque de Holanda, entre outros.

Durante o período de redemocratização do país, alguns professores ganharam papel destacado dentro da esfera governamental. Os professores Fernando Henrique Cardoso e Florestan Fernandes foram deputados constituintes no período 1987–1988, sendo que o primeiro também ocupou os postos de Ministro de Estado da Fazenda e das Relações Exteriores no governo de Itamar Franco, e a presidência da República entre 1994 e 2002. No campo da cultura, a professora Marilena Chauí foi secretária de Cultura da Prefeitura de São Paulo durante a gestão de Luiza Erundina e o professor Francisco Weffort foi Ministro de Estado da Cultura na gestão de Fernando Henrique.

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História

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Origens na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL)

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Primeira sede da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL), no distrito da Sé, em São Paulo.

O instituto originou-se a partir da extinta Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL).[2] Foi fundado em 1934 com a finalidade de ser o polo centralizador das atividades da recém-criada Universidade de São Paulo e da formação de um núcleo de pesquisadores brasileiros em diversas áreas do conhecimento. Seus primeiros anos foram marcados pela multidisciplinaridade, oferecendo cursos de ciências exatas, humanas e biológicas, e pela atuação da missão de professores europeus, em sua maioria franceses.[3][nota 1] O objetivo prático de sua criação era a preparação de docentes especializados para o ensino secundário e superior. À medida que a universidade se expandia, muitos departamentos ligados principalmente às ciências exatas e biológicas ganharam autonomia, formando institutos ou escolas próprias, como o Instituto de Física (IF) ou o Instituto de Matemática e Estatística (IME).[3]

Na década de 1960, a faculdade esteve localizada na rua Maria Antônia, no distrito da Consolação, e foi foco de um intenso movimento estudantil, político e intelectual de oposição à ditadura militar brasileira.[4] Muitos dos professores do instituto, como Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, Octavio Ianni e José Arthur Giannotti, foram aposentados compulsoriamente e obrigados a exilar-se, ou a continuar suas atividades intelectuais fora da universidade.

Batalha da Maria Antônia e transferência para a Cidade Universitária

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Prédio da FFCL incendiado após a batalha da Maria Antônia.

Na época, a proximidade entre a FFCL e a Universidade Presbiteriana Mackenzie foi motivo para um confronto aberto entre correntes políticas distintas na rua Maria Antônia. A Faculdade reunia grande parte de estudantes de esquerda de São Paulo,[4] em oposição à Universidade Mackenzie, que possuía, à época, um grupo de estudantes de direita que pertencia ao Comando de Caça aos Comunistas (CCC). A proximidade entre os dois grupos estudantis criou uma tensão que culminou em um sangrento confronto o qual matou o estudante secundarista de 20 anos, José Carlos Guimarães, do Colégio Marina Cintra, que fora apenas ver o que estava ocorrendo, sendo atingido e morto por uma bala perdida.[5] O conflito acelerou o processo de transferência, já previsto, realizado pelo governo militar, da FFCL para a atual Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, localizada no distrito do Butantã.

Greve estudantil de 2002

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Prédio dos cursos de Filosofia e Ciências Sociais da FFLCH-USP, 2023.

Em 29 de abril de 2002, uma assembleia de alunos do curso de Letras aprovou a decretação de uma greve por tempo indeterminado. Eles reivindicaram a contratação de professores para minimizar a superlotação de salas de aulas, alguns docentes chegavam a trabalhar com turmas de 200 alunos.[6]

Depois de 104 dias, em 15 de agosto, a greve terminou após votação feita pelos estudantes, que pediam a contratação de 259 docentes, enquanto a reitoria propôs contratar 92, proposta aceita por alguns professores.[7][8]

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Histórico de diretoria

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Primeiras direções

O primeiro diretor da Faculdade foi o professor Teodoro Augusto Ramos, matemático da Escola Politécnica, encarregado de viajar para a Europa e trazer para a Universidade de São Paulo os professores estrangeiros nas chamadas "Missões Francesas e Italiana". Ramos, no entanto, permaneceu pouco tempo no cargo, sendo então substituído pelo professor Antônio de Almeida Prado, da Faculdade de Medicina, ainda no ano de 1934.

No período de 1934 até 1969, ano da Reforma Universitária que dividiu a FFCL em FFLCH e outros institutos (IME, IF, Instituto de Psicologia, Instituto de Química, Instituto de Geociências e a Faculdade de Educação), os diretores estiveram assim divididos: cinco deles eram professores de outras unidades (Teodoro Augusto Ramos e Luís Anhaia Mello, da Escola Politécnica; Antônio de Almeida Prado e Ernesto de Sousa Campos, da Faculdade de Medicina; e Alexandre Corrêa, da Faculdade de Direito) e sete da própria FFCL. Desses, três eram do curso de História (Alfredo Ellis Júnior, Astrogildo Rodrigues de Mello e Eurípedes Simões de Paula), um da Sociologia (Fernando Azevedo) e três da Biologia (Paulo Sawaya, André Dreyfus e Mário Guimarães Ferri). O professor Eurípedes Simões de Paula, que era diretor quando a FFCL foi dividida, continuou como diretor da nova unidade, a FFLCH, até 1972.

Relação de diretores e vice-diretores

Segundo o sítio oficial da unidade:[9]

Mais informação Período, Diretor ...
Mais informação Período, Diretor ...
Mais informação Período de direção, Diretor(a) ...
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Periódicos

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A FFLCH-USP publica mais de quarenta periódicos. Cada um está associado a um dos doze departamentos da unidade.

Antropologia[10]

  • Cadernos de Campo
  • GIS – Gesto, Imagem e Som – Revista de Antropologia
  • Revista de Antropologia
  • Revista Ponto.Urbe

Ciência Política[11]

  • Leviathan

Filosofia[12]

  • Discurso
  • Journal of Ancient Philosophy
  • Cadernos Espinosanos
  • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade
  • Cadernos de Ética e Filosofia Política
  • Primeiros escritos

Geografia[13]

  • Revista do Departamento de Geografia
  • Geousp – Espaço e Tempo
  • Confins
  • Revista Paisagens

História[14]

  • Revista de História
  • Revista Angelus Novus
  • Revista Epígrafe
  • Intelligere - Revista de História Intelectual
  • Revista Mare Nostrum
  • Revista Ingesta

Letras Clássicas e Vernáculas[15]

  • Filologia e Linguística Portuguesa
  • Linha D'Água
  • Teresa – Revista de Literatura Brasileira
  • Via Atlântica
  • Revista Desassossego
  • Machado de Assis em linha
  • PAPIA - Revista Brasileira de Estudos do Contato Linguístico
  • Literartes
  • Revista Crioula
  • Revista Opiniães

Letras Modernas[16]

  • Pandaemonium Germanicum
  • Caracol
  • Criação e Crítica
  • ABEI Journal
  • Revista de Italianística
  • Non Plus

Letras Orientais[17]

  • Revista Estudos Orientais
  • RUS - Revista de Literatura e Cultura Russa
  • Cadernos de Língua e Literatura Hebraica
  • Estudos Japoneses
  • Revista Vértices
  • 子曰 Zi Yue: Revista de Sinologia da Universidade de São Paulo

Linguística[18]

  • Estudos Semióticos
  • Cadernos de Historiografia Linguística do CEDOCH

Sociologia[19]

  • Tempo Social
  • Plural - Revista de Ciências Sociais

Teoria Literária e Literatura Comparada[20]

  • Literatura e Sociedade
  • Magma

Titulações

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O título de "Professor Emérito" é dado a docentes aposentados com destacados serviços prestados à Faculdade e com elevada qualidade acadêmica. A proposta de concessão do título parte do Conselho Departamental onde o professor estava lotado, deve ser apreciada pela Congregação, e depois aprovada por dois terços de seus membros.[21][22]

Mais informação Data de titulação, Docente emérito ...
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Ligações externas

Notas

  1. No Brasil, não haviam docentes formados em cursos desses tipos. Entre os professores, destacavam-se o antropólogo Claude Lévi-Strauss, o historiador Fernand Braudel, o sociólogo Roger Bastide, o politólogo Paul Arbousse Bastide, o filósofo Jean Maugüé, entre outros.
  2. Único docente externo à FFLCH a receber o título de professor emérito.

Referências

  1. «Anuário Estatístico da USP». uspdigital.usp.br. Acessar "2 - Informações demográficas" > Tabela "2.15 - População de Alunos e Servidores por Unidade". Consultado em 13 de abril de 2025. Cópia arquivada em 11 de fevereiro de 2025
  2. «História da FFLCH». www.fflch.usp.br. Sítio oficial da FFLCH. Consultado em 16 de abril de 2025. Cópia arquivada em 16 de abril de 2025
  3. Rollemberg, Marcello (13 de dezembro de 2024). «A faculdade que ajudou o Brasil a se redescobrir». Jornal da USP. Consultado em 16 de abril de 2025. Cópia arquivada em 13 de dezembro de 2024
  4. «A Batalha de Maria Antônia: "Ecos de 1968 – 50 anos depois"». Instituto de Física de São Carlos. 24 de setembro de 2018. Consultado em 16 de abril de 2025. Cópia arquivada em 16 de abril de 2025
  5. «Revista Veja: Destruição e morte por quê?». Consultado em 15 de junho de 2013. Arquivado do original em 8 de setembro de 2013
  6. «Greve contra a crise na FFLCH começou em abril». Folha.com. 26 de junho de 2002. Consultado em 6 de dezembro de 2013
  7. «Depois de 104 dias, termina greve na FFLCH». Estadão.com. 15 de Agosto de 2002. Consultado em 6 de dezembro de 2013
  8. «Fim de greve ganha força na FFLCH». Folha.com. 6 de agosto de 2002. Consultado em 6 de dezembro de 2013
  9. «Histórico de Diretores». www.fflch.usp.br. Consultado em 13 de dezembro de 2020
  10. «Departamento de Antropologia». Consultado em 28 de janeiro de 2022
  11. «Leviathan». Portal de Revistas da USP. 29 de junho de 2017. Consultado em 28 de janeiro de 2022
  12. «Publicações». Departamento de Filosofia. Consultado em 28 de janeiro de 2022
  13. «Publicações». Departamento de Geografia. Consultado em 28 de janeiro de 2022
  14. «Departamento de História». Consultado em 28 de janeiro de 2022
  15. «Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas». Consultado em 28 de janeiro de 2022
  16. «Publicações do DLM». Departamento de Letras Modernas. Consultado em 28 de janeiro de 2022
  17. «Revistas». Departamento de Letras Orientais. Consultado em 28 de janeiro de 2022
  18. «Periódicos». Departamento de Linguística. Consultado em 28 de janeiro de 2022
  19. «Departamento de Sociologia». Consultado em 28 de janeiro de 2022
  20. «Professores Eméritos | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas». fflch.usp.br. Consultado em 26 de junho de 2017. Arquivado do original em 14 de maio de 2017
  21. «Professores Eméritos». Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Consultado em 22 de dezembro de 2019
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