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Hiponatremia
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Hiponatremia é um transtorno metabólico causado por um desequilíbrio hidroeletrolítico no organismo que leva a uma concentração anormalmente baixa de sódio no sangue.[1][2] Trata-se de um distúrbio geralmente assintomático, com sinais e sintomas presentes apenas nos casos graves.[3][4][5] Os sintomas incluem letargia, apatia, desorientação, câimbras, anorexia, náuseas, dores de cabeça e agitação. Dentre os sinais clínicos clássicos observados no paciente hiponatrêmico estão anormalidades sensório motoras, reflexos profundos diminuídos, respiração de Cheyne-Stokes, hipotermia, reflexos patológicos, paralisia pseudobulbar, convulsões e coma.[3][4][5][6] Os níveis normais de sódio no soro são de 136-145 mEq/litro (136-145 mmol/L).[2][7] A hiponatremia é geralmente definida quando os níveis séricos de sódio são inferiores a 136 mEq/L. Sintomas graves normalmente só ocorrem quando os níveis estão abaixo de 125 mEq/L.[2][8]
O distúrbio é classificado a partir das causas e de acordo com o volume corporal total do paciente.[9] A hiponatremia com contração do volume extracelular ocorre por diarreia, vômitos, sudorese, uso de diuréticos e ingestão excessiva de água. A hiponatremia com volume extracelular normal pode ter como causas o hipotireoidismo, deficiência de corticosteroides, estresse, dor, drogas, síndrome de secreção inapropriada de hormônio antidiurético (SIHAD) e ingestão diminuída de solutos (abuso de ingestão de cerveja ou de dietas com baixo teor de proteínas e excesso de ingestão de água). A hiponatremia com expansão do volume extracelular pode ocorrer na insuficiência cardíaca, cirrose hepática, síndrome nefrótica e insuficiência renal.[1][3] Pacientes com hiperproteinemia, como nos casos de mieloma múltiplo, hiperlipidemia e hiperglicemia podem apresentar exames de dosagem de sódio falsamente baixos (pseudohiponatremia ou hiponatremia fictícia).[10][11]
A abordagem terapêutica consiste basicamente em tratar a causa subjacente e pode variar desde a restrição hídrica até a reposição de salina iso ou hipertônica.[1][3] Nos casos sintomáticos, entretanto, deve-se realizar a reposição salina, independente da causa, especialmente se a hiponatremia ocorreu de maneira muito rápida.[3][1] É importante que a reposição não exceda 8 a 10 mEq/L em 24 horas, para evitar um aumento muito rápido dos níveis de sódio, que poderia causar uma desmielinização osmótica da ponte, condição potencialmente fatal conhecida como mielinólise pontina central.[3][12][11]
A hiponatremia é um dos desequilíbrios hidroeletrólitos mais comuns, afetando cerca de 20% das pessoas admitidas nos hospitais e 10% dos atletas durante ou após um evento esportivo de resistência.[11][5][6][10] Pacientes com hiponatremia adquirida em decorrência da internação hospitalar têm um risco aumentado de morte.[10]
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Sintomas
Os sintomas típicos incluem náusea, vômito, cefaleia e mal-estar. Com a progressão da hiponatremia pode haver confusão, reflexos diminuídos, convulsões, estupor e coma.
Causas
A hiponatremia possui diversas causas. Ela é melhor avaliada se for considerada em conjunto com a osmolaridade plasmática e estado do volume do líquido extracelular do paciente.
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Tratamento
O tratamento da hiponatremia depende da causa subjacente. Em situações de hipervolemia (Insuficiência cardíaca e Cirrose), o esteio o tratamento está na restrição hídrica (habitualmente < 800ml/dia). Noutras situações, se a pessoa apresenta sintomas neurológicos leves como esquecimentos e alterações na marcha, a restrição hídrica e suplementação de sal oral (exceto nos casos de Insuficiência cardíaca) costuma ser suficiente. Sintomas neurológicos intermediários, como confusão e letargia, a administração intravenosa de solução salina a 3% pode ser efetiva. Em casos agudos e graves (convulsões) pode ser administrado um bolus de 100ml de solução salina a 3%.
Referências
- Lee et al 2014, p. E281–E286.
- Rocha 2011, p. 248-260.
- Vieira Neto, Moysés Neto 2003, p. 325-337.
- Williams et al 2016, p. 407-411.
- Ball, Stephen (2015). «Hyponatremia». Endotext (em inglês). MDText. Consultado em 16 de Setembro de 2016
- Henry 2015, p. ITC1-19.
- Kuruvilla 2007, p. 329.
- Gentile et al 2010, p. 159-164.
- «Guidelines para a Prática Clínica no Diagnóstico e Tratamento da Hiponatrémia» (PDF). European Renal Best Practice. 2015. Consultado em 16 de Setembro de 2016
- Filippatos et al 2016, p. 22-25.
- Pfennig, Slovs 2013, p. 1639–1642.
- Barbosa, Sztajnbok 1999, p. s223-s233.
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Ver também
Bibliografia
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