Top Qs
Linha do tempo
Chat
Contexto

José Angelo Gomes Ribeiro

militar brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre

José Angelo Gomes Ribeiro
Remove ads

José Ângelo Gomes Ribeiro (Rio de Janeiro, 5 de junho de 1901Guarujá, 24 de setembro de 1932) foi um aviador e militar brasileiro.

Factos rápidos Dados pessoais, Nascimento ...
Remove ads

Biografia

Resumir
Perspectiva

José Ângelo Gomes Ribeiro nasceu em 5 de Junho de 1901, Rio de Janeiro, filho do general João Gomes Ribeiro Filho e de Maria Eulália Gomes Ribeiro. Tinha como irmãos Maria Flora Lessa, o major Annibal Gomes Ribeiro e do cadete de Aviação Attila Gomes Ribeiro. Era casado com Stella de Azevedo Gomes Ribeiro, com quem teve um filho, Carlos Roberto, nascido em 1932.[1]

Ingressou na Escola Militar em 1919. Ainda acadêmico, manifestou-se contra a revolta de tenentes ocorrida em 1922. Em 1925, é promovido a 1° tenente de artilharia, e nesse posto combateu a denominada “Coluna da Morte”, comandada pelo tenente Cabanas, em Formigas, no Estado do Paraná. Porém, anos mais tarde se transfere para a Aviação Militar do Exército.[1]

Foi contrário a Revolução de 1930, que culminou no golpe de estado que apeou do poder o Presidente da República Washington Luis. Na ocasião, José Angelo, já piloto, realizou um rasante sobre o quartel do 12° Regimento de Infantaria, em Belo Horizonte, para intimidar os revolucionários que sitiavam o quartel. Porém, após aterrar o aparelho foi preso pelo então tenente Adherbal de Oliveira, que em 1932 também integrou o Exército Constitucionalista como aviador.[1]

Thumb
Mário Machado Bittencourt e José Ângelo no Campo de Marte em 1932.

Em 9 de julho de 1932, com a deflagração da Revolução Constitucionalista, foi interrompidas todas as comunicações entre São Paulo e o Rio de Janeiro. José Angelo Gomes Ribeiro, então 1° tenente aviador e instrutor da Escola de Aviação e oficial de largo tirocínio na sua arma, decidiu aderir a causa. Na ocasião, já era tido como suspeito e, assim, era vigiado pelo comando. Porém, de forma clandestina e por meio de um barco, juntamente com o Cel. Basílio Taborda, 1º tenente Orsini de Araujo Coriolano e o advogado Mário Machado Bittencourt, conseguiu evacuar-se para São Paulo para juntar-se ao nascente grupo de aviação do Exército Constitucionalista sediado no aeródromo Campo de Marte.[1][2][3]

Ainda em julho de 1932, integrou ao 1° Grupo de Aviação Constitucionalista 'Gaviões de Penacho' do Exército Constitucionalista do Setor Sul, lá esteve engajado em missões de reconhecimento, propaganda da causa dos rebeldes, além de bombardeios e combates aéreos.[1][4]

Segundo o Dicionário das batalhas brasileiras, de Hernâni Donato, o aviador participou de um combate aéreo nos céus de Capão Bonito, que ocorreu entre 2 aviões do Exercito Constitucionalista contra 3 aviões do Exercito federal, 1 Potez e 2 Waco. José Ângelo pilotava um velho Potez-Toe 212 que tinha como observador Mário Machado Bittencourt e no outro avião estava o líder da missão, o então major-aviador Lysias Augusto Rodrigues. Segundo o Boletim nº 53 do Comando Sul do Exército Constitucionalista, os pilotos paulista tiveram atuação notável ao abater um avião governista que já em chamas no ar veio a se esfacelar na cidade de Buri. Após isso, já sem munição, o avião de José Ângelo tentou chocar-se contra um dos outros contendores do governo federal. Por conta dessa atuação, Gomes Ribeiro e Mario Bittencourt foram promovidos.[4][1][2]

Em 24 de setembro, ele e seu colega, o observador Mário Machado Bittencourt, tiveram ordem para junto com sua esquadrilha bombardear a esquadra da Marinha que bloqueava o Porto de Santos. Levantaram voo por volta do meio dia, em missão liderada pelo major-aviador Lysias Augusto Rodrigues. O local era no litoral do Guarujá, cerca de 2,5km da costa e sobre o canal da Ilha da Moela. A missão visava a liberar o porto, para que fosse possível a entrada de munições, armas e demais equipamentos trazidos pelo navio Ruth para o Exército constitucionalista. O objetivo principal era o cruzador Rio Grande do Sul e contra ele se precipitaram aquela esquadrilha. Após algumas tentativas frustradas de bombardeio, o avião em que pilotava durante um mergulho no ar entrou em chamas e se esfacelou no mar, ao lado daquela ilha. O seu corpo e o do seu companheiro jamais foram recuperados.[1][2][3][5][6][7]

O falecimento dos dois aviadores fez o Comandante Geral da Aviação Constitucionalista, o então major-aviador Ivo Borges, redigir o seguinte comunicado ao então governador de São Paulo, Pedro de Toledo:[8]

O governador então redigiu o seguinte telegramas de condolências ao Gen. Bertoldo Klinger, Comandante Geral do Exército Constitucionalista, e a Gen. João Gomes Ribeiro Filho, pai de José Ângelo:[8]

 

Durante inauguração de monumento em homenagem aos pilotos, realizada em Guarujá, em 1957, um morador das imediações, Atílio Gelsomini, entregou uma luva ao filho de José Ângelo, o também tenente-aviador Carlos Roberto Gomes Ribeiro, que estava presente no ato. O objeto foi recolhido na praia por Atílio após o desastre e guardou consigo por 25 anos, que foi imediatamente reconhecido por Carlos Roberto e ex-combatentes.[3]

Na década de 1980, o mergulhador Gilmar Domingos de Oliveira realizou pesquisa no local em que possivelmente estariam os destroços e restos mortais na tentativa de recuperá-los, porém, não obteve sucesso em suas buscas.[3]

Remove ads

Homenagens

Em julho de 2017, a sucursal da Sociedade Veteranos de 32 MMDC de Itapetininga, a Prefeitura do município e a Polícia Militar do Estado de São Paulo, inauguraram o monumento Gaviões de Penacho em local que durante a Revolução de 1932 foi a pista de pouso da esquadrilha de aeronaves constitucionalistas, da qual pertenceu o José Angelo Gomes Ribeiro, cujo nome está incluso em uma placa de aço junto ao monumento, ao lado de outros nomes de aviadores daquele conflito.[1]

Em Guarujá, na praia das pitangueiras, ao lado do Grande Hotel de La Plage e em frente a Ilha da Moela, local do fatídica queda da aeronave, há um monumento em sua memória de José Ângelo e de Mário Machado Bittencourt inaugurado em 1957 pela Sociedade de Veteranos de 1932 MMDC, que custeou e ergueu o monumento. Anualmente, em 24 de setembro, eram prestadas homenagens aos aviadores em belíssimas cerimônias que contavam com a participação de civis e militares, incluindo familiares dos dois aviadores.[5]

Remove ads

Ver também

Referências

  1. Montenegro, Benedicto (1936). Cruzes paulistas. São Paulo: Civilização brasileira. pp. 683–684
  2. Rodrigues, Lysias Augusto (1934). Gaviões de Penacho: A lucta aérea na Guerra Paulista de 1932. São Paulo: Epopéia paulista. 128 páginas
  3. «50 Anos de Textos » Gaviões de Penacho contra Vermelhinhos». 50anosdetextos.com.br. Consultado em 12 de agosto de 2017
  4. Donato, Hernâni (1996). Dicionário das batalhas brasileiras: dos conflitos com indígenas aos choques da reforma agrária. São Paulo: Livros que constroem. pp. 243–243
  5. Mendes, Carlos Pimentel. «Novo Milênio: Histórias e Lendas de Guarujá: Um avião constitucionalista no fundo do mar- 1». www.novomilenio.inf.br. Consultado em 12 de agosto de 2017
  6. Dois Bravos: Epopéia Paulista. São Paulo: Gráfica Sauer. 1932. 68 páginas
  7. Reservaer. «Aviação Constitucionalista». reservaer.com.br. Consultado em 12 de agosto de 2017
  8. «Banco de Dados Folha - Acervo de Jornais». almanaque.folha.uol.com.br. Consultado em 12 de agosto de 2017
Remove ads

Ligações externas

Loading related searches...

Wikiwand - on

Seamless Wikipedia browsing. On steroids.

Remove ads