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Josefina de Beauharnais

artista francesa, ex-Imperatriz consorte da França e primeira esposa de Napoleão Bonaparte Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Josefina de Beauharnais
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Josefina Bonaparte (nome pessoal em francês: Marie Josèphe Rose Tascher de La Pagerie; Les Trois-Îlets ou Santa Lúcia, 23 de junho de 1763 – Rueil-Malmaison, 29 de maio de 1814) foi a primeira esposa do imperador Napoleão I e, como tal, Imperatriz dos Franceses de 18 de maio de 1804 até a anulação do casamento em 10 de janeiro de 1810. Como consorte de Napoleão, também foi Rainha da Itália de 26 de maio de 1805 até a anulação em 1810. É amplamente conhecida como Josefina de Beauharnais (em francês: Joséphine de Beauharnais) ou simplesmente "Imperatriz Josefina".

Factos rápidos Imperatriz Consorte dos Franceses, Reinado ...

O casamento de Josefina com Napoleão foi o segundo dela. Seu primeiro marido, Alexandre de Beauharnais, foi guilhotinado durante o período do Terror, e ela permaneceu presa na prisão das Carmelitas até cinco dias após a execução dele. Por meio dos filhos que teve com Beauharnais, Josefina tornou-se avó do imperador Napoleão III de França e da imperatriz Amélia do Brasil. Membros das atuais famílias reais da Suécia, Dinamarca, Bélgica, Noruega e do Luxemburgo também descendem dela. Como não teve filhos com Napoleão, ele anulou o casamento e casou-se com Maria Luísa da Áustria. Josefina foi destinatária de inúmeras cartas de amor escritas por Napoleão, muitas das quais ainda existem.

Como patrocinadora das artes, Josefina colaborou estreitamente com escultores, pintores e decoradores de interiores para estabelecer um estilo único (consulado e império) no Castelo de Malmaison. Ela se destacou como uma das principais colecionadoras de arte de sua época, reunindo obras de escultura, pintura e outras formas artísticas.[1] O Castelo de Malmaison também se tornou célebre por seu jardim de rosas, que ela cuidava pessoalmente com grande dedicação.

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Nome

Embora seja frequentemente chamada de "Josefina de Beauharnais", esse não era um nome que ela própria utilizasse. "Beauharnais" era o sobrenome de seu primeiro marido, que ela deixou de usar após o casamento com Napoleão, passando a adotar o sobrenome "Bonaparte".[2] Ela não usava o nome "Josefina" antes de conhecer Napoleão, que foi o primeiro a chamá-la assim, talvez inspirado em seu nome do meio, "Josèphe". Antes de conhecê-lo, ela era conhecida como "Rose", ou "Marie-Rose Tascher de La Pagerie", mais tarde "de Beauharnais". Em alguns momentos posteriores de sua vida, ela chegou a voltar a usar seu nome de solteira. Após seu casamento com o então general Bonaparte, passou a adotar o nome "Josefina Bonaparte".

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Família

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Brasão de armas da família Tascher de La Pagerie, uma família pertencente à pequena nobreza rural, originária de Châteauneuf-en-Thymerais, na região de Perche, França.

Os Tascher eram uma antiga família nobre francesa pertencente à pequena nobreza rural, e o avô de Joséphine, Gaspard-Joseph Tascher de La Pagerie (1705–1767), foi o primeiro a se estabelecer em Le Carbet, na Martinica, em 1726.[3] Ele parece ter vivido em condições modestas, mas conseguiu garantir para seu filho, Joseph-Gaspard Tascher de La Pagerie (1735–1790), o cargo de pajem no séquito casa da delfina da França, Maria Josefa da Saxônia.[3]

Após passar três anos na França a partir de 1752, Joseph-Gaspard retornou à Martinica e casou-se em 9 de novembro de 1761 com Marie Rose-Claire des Vergers de Sannois (1736–1807), cujo avô materno, Anthony Brown, possivelmente era irlandês.[4] Rose-Claire pertencia a uma das famílias europeias mais antigas da ilha, e a casa da família Tascher, próxima a Les Trois-Îlets (uma plantação de açúcar, atualmente transformada em museu),[5] fazia parte de seu dote.

Na Martinica, Joseph-Gaspard sustentava-se como proprietário de uma plantação e tenente das Troupes de marine, além de receber uma pequena pensão por seus serviços anteriores à casa real. Ele vivia quase sempre à beira da falência e sofria de problemas de saúde.[3]

Árvore genealógica de Josefina de Beauharnais

Marie Françoise
Bourreau de la Chevalerie
Gaspar-Joseph
de Tascher de la Pagerie
Rose-Claire
Vergers de Sannois
Joseph-Gaspard
de Tascher de la Pagerie
Marie Euphémie
de Tascher de la Pagerie
Robert Marguerite
de Tascher de la Pagerie
Marie Josèphe Rose
de Tascher de la Pagerie
Catherine-Désirée
de Tascher de la Pagerie
Marie Françoise
de Tascher de la Pagerie
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Aparência e personalidade

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Retrato da Imperatriz Josefina
Firmin Massot, c. 1812

Josefina foi descrita como tendo estatura mediana, corpo esbelto e bem proporcionado, cabelos longos e sedosos de tom castanho-avermelhado, olhos cor de avelã e tez um tanto amarelada. Seu nariz era pequeno e reto, e sua boca bem formada; contudo, mantinha-a fechada na maior parte do tempo para esconder os dentes estragados.[6] Ela era elogiada por sua elegância, estilo e pela voz baixa, suave e belamente modulada.[7]

Sua biógrafa Carolly Erickson escreveu: "Ao escolher seus amantes, [Josefina] seguia primeiro a razão, depois o coração",[8] o que significa que ela era hábil em identificar os homens mais capazes de satisfazer suas necessidades financeiras e sociais. Ela tinha consciência do potencial de Napoleão. Josefina era conhecida por gastar grandes somas de dinheiro e Barras pode ter incentivado o relacionamento com o general Bonaparte a fim de se livrar dela. Josefina era naturalmente bondosa, generosa e encantadora, sendo elogiada como uma anfitriã envolvente.

A imperatriz era conhecida por seus hábitos finos, que incluíam ler romances e fazer compras nas mais seletas lojas de Paris. Josefina também costumava cultivar flores raras[9] e colecionar obras de arte e, até mesmo, relíquias adquiridas durante as campanhas de seu marido. A imperatriz também era obcecada por joias. Sabe-se que ela possuía uma invejável coleção de pedras preciosas em Malmaison.[10]

Nascimento

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Pintura romântica do século XIX que retrata a jovem Josefina visitando uma vidente em sua ilha natal, a Martinica, que prediz seu futuro na França como imperatriz.[11]

Oficialmente, Marie-Josèphe-Rose Tascher de La Pagerie nasceu em Les Trois-Îlets, na Martinica, em 23 de junho de 1763. No entanto, essa informação tem sido contestada por diversas fontes. O registro paroquial de Les Trois-Îlets afirma que Josefina foi batizada ali pelo padre Emmanuel Capuchin, mas não menciona que tenha nascido no local.

O pai de Josefina possuía uma propriedade no distrito de Soufrière, em Santa Lúcia, chamada Malmaison, nome que mais tarde também seria dado à sua famosa residência francesa, o Castelo de Malmaison. Em 1802, Dom Daviot, pároco de Gros Islet, em Santa Lúcia, escreveu uma carta a um amigo afirmando que "foi nas imediações de [minha] paróquia que nasceu a esposa do primeiro cônsul". Ele declarou conhecer bem o primo de Josefina, que era seu paroquiano.[12]

Em The History of St. Lucia (1844), Henry H. Breen afirmou ter se encontrado com "várias pessoas bem informadas" que estavam convencidas de que a imperatriz Josefina nascera ali.[13] Breen apresentou algumas evidências, incluindo um recorte de jornal de 1831 que alegava que os de Tascher estavam entre os primeiros colonos de Santa Lúcia e que a futura imperatriz teria nascido em uma pequena propriedade em uma colina então chamada La Cauzette, mais tarde conhecida como Morne Paix Bouche.[13] Segundo esse relato, a família viveu ali até 1771, quando o pai foi servir como intendente da Martinica.[14] Algumas pessoas afirmaram ter sido companheiras de infância de Josefina, e uma delas contou ter sido "graciosamente recebida" pela imperatriz no Castelo de Malmaison, nos arredores de Paris. Breen também obteve confirmação da ama de leite de Josefina, Dede, uma mulher escravizada, que afirmou tê-la amamentado em La Cauzette.[14]

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O Museu de La Pagerie, localizado em Les Trois-Îlets, Martinica, situa-se na antiga cozinha da família Tascher.

De acordo com os que acreditam que Josefina nasceu em Santa Lúcia, a propriedade da família de Tascher na Martinica servia apenas como pied-à-terre, ou seja, uma residência ocasional, usada quando desejavam hospedar-se junto à sogra. Santa Lúcia alternou o domínio entre a Grã-Bretanha e a França catorze vezes, e não havia registros civis na ilha quando Josefiona nasceu.[15] Essa alternância constante de domínio entre britânicos e franceses pode explicar a ausência de sua localidade de nascimento nos registros, pois isso teria implicações sobre sua nacionalidade.[15]

Independentemente do local de nascimento, Josefina foi a primogênita de seus pais, que tiveram mais duas filhas: Catherine-Désirée, em 1764, e Marie-Françoise, em 1766.[3] Com dez e nove anos, respectivamente, Josefina e Catherine-Désirée foram enviadas a um internato em Fort-Royal, administrado por freiras beneditinas. Lá, aprenderam a ler, escrever, cantar, dançar e bordar durante quatro anos. Após a morte de Catherine-Désirée, Josefina retornou à plantação de seus pais. Sua ama de leite era uma mulher escravizada chamada Marion, cuja liberdade ela garantiria em 1807.[3]

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Primeiro casamento

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A tia paterna de Josefina, Marie Euphémie Désirée Tascher de la Pagerie (1739–1803), foi inicialmente amante e, posteriormente, segunda esposa de um oficial da marinha francesa, François de Beauharnais, governador da Martinica, que pertencia a uma família nobre Beauharnais menos antiga, porém mais rica.[3] Enquanto vivia na Martinica, de Beauharnais teve um filho, Alexandre, com sua primeira esposa, Marie Anne Henriette Françoise Pyvart de Chastullé (1722–1766). Logo após, os pais retornaram à França, deixando o bebê aos cuidados da família Tascher até 1766.[3] Quando Alexandre atingiu a maioridade, a amante do pai, que também era madrinha de Alexandre, decidiu que seria vantajoso para ela que ele se casasse com uma de suas sobrinhas. Com dezessete anos, Alexandre considerou Josefina, então com quinze anos, muito próxima em idade, optando por se casar com Catherine-Désirée Tascher de la Pagerie (1764–1777). Como o pai da noiva estava empobrecido e o noivo se tornaria um homem rico após o casamento, não foi exigido dote.[16]

Quando o pai de Alexandre fez a proposta formal por carta, Catherine-Désirée já havia falecido em 1777. Para não perder o pretendente rico, seu pai ofereceu a filha mais nova, que foi aceita por Alexandre. Marie-Françoise ainda não tinha completado doze anos, e sua mãe e avó não queriam liberá-la. Por fim, Josefina ficou noiva de Alexandre.[8]

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Retrato de Alexandre de Beauharnais, c. 1791– 1794, primeiro marido de Josefina.

Em outubro de 1779, ela partiu para a França com seu pai. Casou-se com Alexandre em 13 de dezembro de 1779, em Noisy-le-Grand. Tiveram dois filhos: um menino, Eugênio, e uma menina, Hortênsia, que mais tarde, em 1802, casou-se com o irmão de Napoleão, Luís Bonaparte. O casamento de Josefina e Alexandre foi infeliz. Alexandre abandonou a família por mais de um ano para viver com uma amante e frequentar bordéis, o que resultou em uma separação judicial, durante a qual Josefina e os filhos viveram às custas de Alexandre na Abadia de Pentemont.

Em 2 de março de 1794, durante o período do Terror, o Comitê de Salvação Pública ordenou a prisão de seu marido. Ele foi encarcerado na prisão das Carmelitas em Paris. Considerando Josefina próxima aos círculos financeiros contrarrevolucionários, o Comitê determinou sua prisão em 18 de abril de 1794. Um mandado de prisão contra ela foi emitido em 21 de abril, e ela ficou presa na prisão das Carmelitas até 28 de julho. Durante esse período, Josefina só podia comunicar-se com seus filhos por meio de rabiscos nas listas de lavanderia, o que logo foi proibido pelos carcereiros.[4]

Seu marido foi acusado de ter defendido mal Mainz em julho de 1793, sendo considerado suspeito aristocrata, condenado à morte e guilhotinado com seu primo Augustin em 23 de julho de 1794, na Praça da Revolução, em Paris. Josefina foi libertada cinco dias depois, graças à queda de Maximilien Robespierre, que pôs fim do Terror. Em 27 de julho de 1794, Tallien organizou a libertação de Thérèse Cabarrus e, logo em seguida, de Josefina.[4] Em junho de 1795, uma nova lei permitiu que ela recuperasse os bens de Alexandre.

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Casamento com Napoleão

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Retrato de Napoleão Bonaparte como general em 1796, um ano após seu primeiro encontro com Josefina.

Madame de Beauharnais teve casos com vários importantes personagens políticos, incluindo Paul Barras. Em 1795, conheceu Napoleão Bonaparte, seis anos mais jovem, e tornou-se sua amante. Em uma carta para ela, em dezembro, escreveu: "Acordo tomado de você. Sua imagem e a lembrança dos prazeres intoxicantes da noite passada não deram descanso aos meus sentidos". Em janeiro de 1796, Napoleão a pediu em casamento e eles se casaram em 9 de março. No certificado de casamento, Josefina reduziu sua idade em quatro anos e aumentou a de Napoleão em um ano e meio, fazendo com que os recém-casados aparentassem ter praticamente a mesma idade.[17] Até conhecer Bonaparte, ela era conhecida como "Rose", mas Bonaparte preferia chamá-la de "Josefina", nome que ela adotou a partir de então.[18]

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Pintura romântica do final do século XIX retratando Napoleão e Josefina.

O casamento não foi bem aceito pela família de Napoleão, que ficou chocada por ele ter se casado com uma viúva mais velha e com dois filhos. Sua mãe e irmãs ressentiam-se especialmente de Josefina, pois sentiam-se desajeitadas e pouco sofisticadas na presença dela.[19]

Dois dias após o casamento, Bonaparte partiu de Paris para comandar o Exército da Itália. Durante a separação, enviou-lhe muitas cartas de amor. Em fevereiro de 1797, escreveu: "Você, a quem a natureza deu espírito, doçura e beleza, você que sozinha pode mover e governar meu coração, você que conhece muito bem o absoluto império que exerce sobre ele!"

Josefina, deixada em Paris, iniciou em 1796 um caso com um belo tenente dos hussardos, Hippolyte Charles.[20] Rumores do caso chegaram até Napoleão, que ficou furioso e seu amor por ela mudou completamente.[21] Em 1798, Napoleão liderou um exército francês no Egito. Durante essa campanha, Napoleão iniciou um caso com Pauline Fourès, esposa de um oficial subordinado, que passou a ser conhecida como a "Cleópatra de Napoleão". A relação entre Josefina e Napoleão nunca mais foi a mesma após isso.

Em dezembro de 1800, Josefina quase foi morta na conspiração da rue Saint-Nicaise, uma tentativa de assassinato contra Napoleão com uma bomba colocada em uma carroça estacionada. Em 24 de dezembro, ela e Napoleão foram assistir a uma apresentação da A Criação de Joseph Haydn na Ópera de Paris, acompanhados por vários amigos e familiares. O grupo viajava em duas carruagens. Josefina estava na segunda, com sua filha, Hortênsia; sua cunhada grávida, Carolina Murat; e o general Jean Rapp.[22] Josefina atrasou o grupo enquanto ajustava um novo xale de seda, e Napoleão foi à frente na primeira carruagem.[23] A bomba explodiu quando a carruagem dela passava. A explosão matou vários transeuntes e um dos cavalos da carruagem, além de estilhaçar as janelas; Hortênsia foi atingida na mão por cacos de vidro. Não houve outros feridos e o grupo continuou para a Ópera.[24]

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Imperatriz dos Franceses

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Detalhe da pintura A Coroação de Napoleão (1807), de Jacques-Louis David. Josefina é representada de joelhos em posição submissa, conforme estabelecido pelo Código Civil. Recebe a coroa das mãos de seu esposo, e não do Papa. Suas vestes são de seda, de acordo com um esboço de Jean-Francois Bony.

Napoleão foi eleito "Imperador dos Franceses" em 1804, tornando Josefina imperatriz. A cerimônia de coroação, presidida pelo Papa Pio VII, aconteceu na Notre-Dame de Paris em 2 de dezembro. Napoleão coroou-se primeiro, depois colocou a coroa na cabeça de Josefina, proclamando-a "Imperatriz Consorte dos Franceses". Isso simbolizou sua rejeição do clero como poder na Europa.

No papel de imperatriz, Josefina teve uma corte nomeada para ela e restabeleceu os cargos que compunham a casa da rainha antes da Revolução Francesa, com Adélaïde de La Rochefoucauld como première dame d'honneur, Émilie de Beauharnais como dame d'atour, e as esposas dos próprios oficiais e generais de Napoleão — Jeanne Charlotte du Lucay, Madame de Rémusat, Elisabeth Baude de Talhouët, Lauriston, d'Arberg, Marie Antoinette Duchâtel, Sophie de Segur, Séran, Colbert, Savary e Aglaé Louise Auguié Ney — como dame de Palais.[4]

Pouco antes da coroação, houve um incidente no Castelo de Saint-Cloud que quase destruiu o casamento entre os dois. Josefina surpreendeu Napoleão no quarto de sua dama de companhia, Élisabeth de Vaudey, e Napoleão ameaçou se divorciar dela por ela não ter gerado um herdeiro, já que ele sentia a pressão da família para isso. Contudo, por meio dos esforços de sua filha Hortênsia, os dois foram reconciliados.[25]

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Divórcio

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O Divórcio da Imperatriz Josefina
Henri Frédéric Schopin, 1843

Quando, após alguns anos, ficou claro que Josefina não poderia ter filhos, Napoleão, embora ainda a amasse, começou a considerar a possibilidade de uma anulação. A decisão final foi precipitada pela morte de seu sobrinho (e neto de Josefina), Napoleão Carlos Bonaparte, que havia sido declarado seu herdeiro e faleceu de crupe em 1807. Mais uma vez, a pedido de sua família, Napoleão começou a elaborar listas de princesas elegíveis. Durante um jantar em 30 de novembro de 1809, ele informou Josefina de que, no interesse da França, precisava encontrar uma esposa que pudesse lhe dar um herdeiro. Disse a ela que esse era o desejo de sua família, e que lamentava profundamente essa necessidade. Josefina aceitou o divórcio para que o imperador pudesse se casar novamente, na esperança de gerar um sucessor. A cerimônia de divórcio ocorreu em 10 de janeiro de 1810 e foi uma ocasião social grandiosa, porém solene, na qual ambos leram declarações de devoção mútua.[26] Napoleão marcou a ocasião encomendando para Josefina o Sèvres Egyptian Service como presente de divórcio.[27]

Em 11 de março, Napoleão casou-se por procuração com Maria Luísa da Áustria;[28] a cerimônia oficial foi realizada no Louvre em abril.[29] Napoleão chegou a comentar que, apesar da rápida afeição de Maria Luísa por ele, "Estou me casando com um útero".[30] Mesmo após a separação, Napoleão insistiu que Josefina mantivesse o título de imperatriz: "É minha vontade que ela conserve o título e a posição de imperatriz, e, sobretudo, que jamais duvide dos meus sentimentos, e que sempre me considere seu melhor e mais querido amigo".[31]

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Morte

Josefina morreu de pneumonia em Rueil-Malmaison, em 29 de maio de 1814, pouco depois de caminhar com o czar Alexandre I da Rússia pelos jardins de Malmaison, onde ela teria implorado para acompanhar Napoleão no exílio. Foi sepultada na igreja de Saint Pierre-Saint Paul, próxima dali, na Igreja de Saint-Pierre-Saint Paul.[32]

Napoleão soube da morte de Josefina por meio de um jornal francês enquanto estava no exílio na Elba, e permaneceu trancado em seu quarto por dois dias, recusando-se a ver qualquer pessoa. Em exílio na ilha de Santa Helena, afirmou a um amigo: "Eu amei verdadeiramente minha Josefina, mas não a respeitava."[33] Apesar de inúmeros casos amorosos, da anulação do casamento e de seu novo matrimônio, as últimas palavras do imperador em seu leito de morte, em Santa Helena, foram: "França, o Exército, o Chefe do Exército, Josefina." (France, l'armée, tête d'armée, Joséphine).[34]

Mecenato

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Madame Bonaparte em Malmaison
François Gérard, 1801

A imperatriz Josefina era uma grande amante de todas as formas de arte. Era conhecida por seu interesse em horticultura e por sua paixão por tudo o que fosse artístico. Cercava-se de pessoas criativas cujos trabalhos iam de pinturas e esculturas a móveis e à arquitetura ao seu redor. Josefina sempre teve interesse pela arte, mas foi com seu primeiro casamento que passou a ter mais acesso a obras e artistas. Devido à alta posição social de seu marido, ela frequentemente visitava as casas de pessoas influentes e aprendia a partir das obras que encontrava nesses ambientes.[1]

Após se casar com Napoleão e tornar-se imperatriz, passou a estar rodeada pelas obras contemporâneas de sua época, embora também apreciasse os trabalhos dos antigos mestres. Tinha afinidade por artistas e estilos pouco populares em seu tempo, buscando aqueles que desafiavam os padrões artísticos estabelecidos. Frequentava o salão para estabelecer relações com artistas contemporâneos. Joséphine tornou-se patrona de diversos artistas, ajudando a impulsionar suas carreiras por meio de sua influência. Ao adquirir o Castelo de Malmaison, Josefina encontrou uma tela em branco para expressar sua visão artística e seu estilo. Transformou o local com salões, galerias, um teatro e seu famoso jardim. Tanto o Malmaison quanto o Palácio das Tulherias tornaram-se centros do governo napoleônico, mas também foram reconhecidos como importantes espaços dedicados às artes em todas as suas formas. A corte de Josefina passou a ser considerada a mais prestigiosa da Europa no campo das artes. Ela tornou-se a primeira mulher da realeza francesa a colecionar arte em tal escala, sendo uma figura de destaque na promoção do estilo consulato e do império.[35]

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O Castelo de Malmaison, residência de Josefina perto de Paris.

Os arquitetos Charles Percier e Pierre Fontaine tornaram-se, essencialmente, os decoradores de Josefina e Napoleão. Muitos dos móveis mais conhecidos de Josefina foram criados especialmente para ela por Percier e Fontaine. Os dois arquitetos trabalharam em diversas residências do império, criando ambientes onde a imperatriz pudesse se sentir em casa. Percier e Fontaine tinham um estilo próprio e criaram peças tanto para o imperador quanto para sua esposa, facilmente identificáveis como suas obras, mesmo quando não levavam uma marca com seus nomes. Percier e Fontaine são conhecidos pelo uso do vidro cheval e pela criação de peças com um toque feminino e mais suave, especialmente para o bulevar da imperatriz. Essas peças eram únicas para a época e valorizadas por sua criatividade. Os arquitetos Percier e Fontaine estão associados ao império típico daquele período.[36]

Patrona das rosas

Em 1799, enquanto Napoleão estava no Egito, Josefina comprou o Castelo de Malmaison.[37] Ela mandou paisagear o local no estilo inglês, contratando jardineiros e horticultores da Grã-Bretanha. Entre eles estavam Thomas Blaikie, especialista escocês em horticultura, outro jardineiro escocês, Alexander Howatson, o botânico Ventenat e o horticultor André Dupont. O jardim de rosas foi iniciado logo após a compra, inspirado pelo amor de Dupont pelas rosas. Josefina se interessava pessoalmente pelos jardins e pelas rosas, aprendendo muito sobre botânica e horticultura com sua equipe. Ela desejava colecionar todas as rosas conhecidas, e Napoleão ordenou que os comandantes de seus navios de guerra buscassem plantas em todas as embarcações capturadas para serem enviadas a Malmaison. Pierre-Joseph Redouté foi contratado por ela para pintar as flores de seus jardins. Les Roses foi publicado entre 1817 e 1820 com 168 placas de rosas; entre 75 e 80 dessas rosas cresciam em Malmaison. O viveiro inglês Lee and Kennedy foi um dos principais fornecedores, apesar da Grã-Bretanha e França estarem em guerra, e seus envios foram autorizados a atravessar os bloqueios navais. Especificamente, quando a rosa Hume's Blush Tea-Scented China foi importada da China para a Inglaterra, as marinhas britânica e francesa fizeram acordos em 1810 para que exemplares atravessassem os bloqueios navais para o jardim de Josefina.[38] Sir Joseph Banks, diretor dos Jardins Botânicos Reais, também lhe enviou rosas.

A suposição geral é que ela possuía cerca de 250 rosas em seu jardim quando morreu em 1814. Infelizmente, as rosas não foram catalogadas durante seu tempo no Malmaison. Pode ter existido apenas 197 variedades de rosas em 1814, segundo cálculos de Jules Gravereaux do Roseraie de l’Haye. Havia 12 espécies, cerca de 40 centifólias, musgosas e damascenas, 20 bengalas e cerca de 100 gallicas. O botânico Claude Antoine Thory, que escreveu as descrições para as pinturas de Redouté em Les Roses, observou que a rosa bengala R. indica de Josefina apresentava manchas negras.[39] Ela produziu a primeira história escrita sobre o cultivo das rosas, e acredita-se que tenha organizado a primeira exposição de rosas, em 1810.[40]

A hibridização moderna das rosas, por meio de polinização artificial e controlada, começou com o horticultor de Josefina, André Dupont.[37] Antes disso, a maioria dos novos cultivares de rosas eram mutações espontâneas ou híbridos acidentais, induzidos por abelhas, e apareciam raramente. Com a polinização controlada, o surgimento de novos cultivares cresceu exponencialmente. Dos cerca de 200 tipos de rosas conhecidos por Josefina, Dupont criou 25 enquanto esteve a seu serviço. Hibridizadores franceses subsequentes criaram mais de 1000 novos cultivares nos 30 anos seguintes à morte de Josefina. Em 1910, menos de 100 anos após sua morte, havia cerca de 8000 tipos de rosas no jardim de Gravereaux. Bechtel também acredita que a popularidade das rosas como plantas de jardim foi impulsionada pelo patrocínio de Josefina. Ela foi uma governante popular e pessoas da alta sociedade copiavam seu estilo.

Brenner e Scanniello a chamam de "Madrinha dos rosófilos modernos" e a creditam pelo nosso estilo moderno de nomes populares para cultivares, em oposição aos nomes latinistas e pseudo-científicos. Por exemplo, R. alba incarnata passou a ser chamada de Cuisse de Nymphe Emue em seu jardim. Após a morte de Josefina em 1814, a casa ficou às vezes vazia, o jardim e a casa foram saqueados e vandalizados, e os restos do jardim foram destruídos em uma batalha em 1870.

Jacques-Louis Descemet dedicou a ela a Impératrice Joséphine antes de 1815. De forma semelhante, Jean-Pierre Vibert dedicou a ela a Joséphine Beauharnais em 1823. A rosa Souvenir de la Malmaison apareceu em 1844, 30 anos após sua morte, nomeada em sua homenagem por um grão-duque russo que plantou um dos primeiros exemplares no Jardim Imperial em São Petersburgo.[39]

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Anel de noivado

O anel que Napoleão usou para pedir Josefina em casamento, em janeiro de 1796, foi leiloado em Fontainebleau em 24 de março de 2013 pela casa Osenat, atingindo o valor de 730 mil euros. A joia tem 18 milímetros de diâmetro, é de ouro e decorado com uma safira azul e um diamante. Após o divórcio, Josefina continuou a estimar o anel de noivado, que viria a dar à sua filha, Hortênsia que mais tarde, rainha da Holanda, deixou-o, por sua vez, ao filho, Napoleão III, e à mulher deste, Eugénia, a cuja família a jóia pertencia até ao leilão de 2013.[41]

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Descendentes

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Imperatriz Amélia do Brasil, neta de Josefina.

O filho de Hortênsia, Napoleão III, tornou-se Imperador dos Franceses. O filho de Eugênio, Maximiliano de Beauharnais, 3.º Duque de Leuchtenberg, casou-se dentro da família imperial russa, recebeu o título de Alteza Imperial e fundou a linha russa da família Beauharnais, enquanto a filha de Eugênio, Josefina, casou-se com o rei Óscar I da Suécia, filho da antiga noiva de Napoleão, Desidéria Clary. Por meio dela, Josefina é ancestral direta dos atuais chefes das casas reais da Bélgica, Dinamarca, Luxemburgo, Noruega e Suécia.

A família real sueca possui várias peças de joalheria frequentemente associadas a Josefina, incluindo o Parure de Safiras de Leuchtenberg, um conjunto de joias de ametista dado como presente de casamento à sua nora Augusta, e o Parure de Camafeus, usado pelas noivas da realeza sueca.[42]

Outra filha de Eugênio, Amélia de Leuchtenberg, casou-se com o imperador Pedro I do Brasil no Rio de Janeiro e tornou-se Imperatriz do Brasil. Eles tiveram uma filha sobrevivente, a princesa Maria Amélia do Brasil. Ela esteve brevemente noiva do arquiduque Maximiliano da Áustria, antes de ele se tornar Maximiliano I do México, falecendo prematuramente.[43]

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Estátua

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A estátua de Josefina foi instalada em Fort-de-France, na Martinica, em 1859 e permaneceu no local até 2020. A primeira fotografia conhecida da escultura, datada entre 1906 e 1915, mostra seu aspecto original. Em 21 de setembro de 1991, a estátua foi decapitada, e a cabeça nunca foi encontrada.[44] Em 26 de julho de 2020, a escultura foi totalmente destruída por manifestantes antirracismo.[45]

Em 1859, o imperador francês Napoleão III encomendou uma estátua de Josefina, que foi instalada no parque La Savane, no centro de Fort-de-France, Martinica. Em 1991, a estátua foi simbolicamente decapitada e coberta com tinta vermelha. Os atos de vandalismo ocorreram com base na crença de que Josefina teria influenciado seu marido a promulgar a "Lei de 20 de maio de 1802", que restabeleceu a escravidão no Império colonial francês (incluindo a Martinica). A estátua nunca foi restaurada pela administração municipal, e a cada ano mais tinta vermelha era adicionada a ela. Em julho de 2020, a escultura foi derrubada e destruída por manifestantes durante os protestos motivados pela morte de George Floyd.[45]

Moda

  • John Galliano afirmou que sua inspiração foi vestir a estrela do rock Madonna durante a gravidez — e, então, pensar em "Imperatriz Josefina".[46]

Música

Cinema

Brasões

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Imperatriz dos Franceses
(1804–1809)
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Monograma imperial de Josefina
(1804–1809)
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Duquesa de Navarra
(1810–1814)

Referências

  1. Delorme, Eleanor P. Josephine and the Arts of the Empire. Los Angeles: The J. Paul Getty Museum, 2005, 1.
  2. Branda, Pierre (2016). Josephine: Le Paradoxe du Cygne. Paris: Perrin. p. 9
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  4. Stuart, Andrea: Josephine: The Rose of Martinique.
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Bibliografia

Veja também

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