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Joseph Valachi

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Joseph Valachi
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Joseph Michael Valachi (22 de setembro de 1904 – 3 de abril de 1971) foi um mafioso americano da família criminosa Genovese, sendo o primeiro membro da máfia ítalo-americana a reconhecer publicamente sua existência em 1963. Ele é creditado com a popularização do termo Cosa Nostra.[1]

Factos rápidos Nome, Data de nascimento ...

Valachi foi condenado por tráfico de drogas em 1959 e sentenciado a 15 anos de prisão. Em 1962, enquanto ele e Vito Genovese, chefe da família Genovese, estavam presos juntos, ele assassinou um detento que acreditava ser um assassino de aluguel enviado por Genovese, e foi condenado à prisão perpétua. Valachi tornou-se então informante e testemunha do governo, e no ano seguinte testemunhou perante uma comissão do Senado dos EUA no que ficou conhecido como as Audiências de Valachi. Ele revelou informações até então desconhecidas sobre a máfia ítalo-americana, incluindo sua estrutura, operações, rituais e membros. Seu depoimento foi a primeira grande violação da omertà, o código de silêncio da máfia, e a primeira evidência concreta da existência da máfia ítalo-americana para as autoridades federais e o público em geral. Valachi morreu na prisão em 3 de abril de 1971.

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Vida pregressa

Valachi nasceu em 22 de setembro de 1904 na área do East Harlem, na cidade de Nova York, Estados Unidos, filho de Domenico Villacci e Maria Michela Casale. Seus pais eram imigrantes italianos pobres de Cervinara, na região da Campânia.[2] Seu pai era um alcoólatra violento, e Valachi mais tarde culpou seu passado por ter se voltado para o crime organizado.[3]

Carreira

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Minutemen

A carreira criminosa de Valachi começou com uma pequena gangue, conhecida como Minutemen, assim chamada por realizar roubos relâmpago e escapar em menos de um minuto. Valachi era o motorista da gangue, e sua habilidade de fuga rápida lhe rendeu a reputação de estrela em ascensão no submundo do crime da cidade de Nova York.[3] Em 1921, Valachi foi preso sob a acusação de furto qualificado e, em 1923, foi preso após um roubo mal sucedido. Ele se declarou culpado de tentativa de roubo e foi condenado a 18 meses de prisão em Sing Sing, mas foi libertado após cumprir apenas nove meses.[3] Valachi retornou e descobriu que havia sido substituído por um novo motorista pelos Minutemen, então formou uma nova gangue de ladrões.[3]

Máfia ítalo-americana

Em 1930, Valachi foi iniciado como membro da máfia americana.[1] Ele logo se tornou um soldato (soldado) na família Reina, agora conhecida como família Lucchese, liderada por Gaetano Reina. Valachi se juntou à máfia durante o auge da Guerra Castellammarese, uma violenta luta pelo poder dentro do crime organizado italiano entre as facções de Joe Masseria e Salvatore Maranzano pelo controle das operações nos Estados Unidos. Reina foi assassinado depois de ter mudado de lado, passando de Masseria para Maranzano. Valachi lutou como parte da família Reina ao lado de Maranzano, que acabou saindo vitorioso após o assassinato de Masseria em 15 de abril de 1931. Maranzano se autoproclamou capo di tutti i capi ("chefe de todos os chefes") na máfia ítalo-americana, e Valachi se tornou um de seus guarda-costas. Essa posição durou pouco, pois o próprio Maranzano foi assassinado cinco meses após o fim da Guerra Castellammarese por uma coalizão de seus subordinados, liderada por Charles "Lucky" Luciano. Valachi então se tornou soldado da família chefiada por Luciano, que mais tarde ficou conhecida como a família Genovese, na equipe liderada por Anthony "Tony Bender" Strollo. Em julho de 1932, Valachi casou-se com Carmela Reina, a filha mais velha de Gaetano Reina.

Em 1953, o chefe Vito Genovese teria ordenado o assassinato do mafioso Steven Franse.[4] Genovese havia incumbido Franse de supervisionar sua esposa Anna enquanto ele se escondia na Itália.[4] Indignado com os possíveis casos amorosos de Anna e com o processo que ela moveu contra ele, Genovese ordenou que Valachi armasse o assassinato de Franse.[5] Em 18 de junho de 1953, Valachi atraiu Franse para seu restaurante no Bronx, onde Franse foi estrangulado até a morte por Pasquale Pagano e Fiore Siano (sobrinho de Valachi).[5]

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Depoimento federal

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Valachi foi condenado por violações de leis de narcóticos em 1959 e sentenciado a 15 anos de prisão.[6] As motivações de Valachi para se tornar um informante foram objeto de algum debate: Valachi alegou estar testemunhando como um serviço público e para expor uma poderosa organização criminosa que ele culpava por arruinar sua vida. No entanto, também é possível que ele estivesse esperando proteção do governo como parte de um acordo judicial no qual foi condenado à prisão perpétua em vez da pena de morte por um assassinato que cometeu em 1962 enquanto estava preso por sua violação de leis de narcóticos.[6]

Valachi e Genovese estavam ambos cumprindo pena por tráfico de heroína.[7] Em 22 de junho de 1962, usando um cano deixado perto de uma obra, Valachi espancou até a morte um detento que ele confundiu com Joseph DiPalermo, um membro da máfia que ele acreditava que Genovese havia contratado para matá-lo.[6] Após um período com agentes do FBI, Valachi se apresentou com uma história de Genovese lhe dando um beijo na bochecha, que ele interpretou como um "beijo da morte".[8][9][10] Valachi alegou que Genovese havia oferecido uma recompensa de US$ 100.000 por sua morte.[11]

Quando Valachi decidiu cooperar com o Departamento de Justiça dos EUA, o advogado William G. Hundley tornou-se seu protetor e mais tarde declarou: "Colocávamos óculos escuros e perucas nele e o levávamos ao restaurante Roma. Ele era um cara incrível... Meus dias com Valachi me convenceram de que a Cosa Nostra era a coisa mais superestimada desde o Partido Comunista."[12]

Em outubro de 1963, Valachi testemunhou perante o Subcomitê Permanente de Investigações do Senador do Arkansas, John L. McClellan, do Comitê de Operações Governamentais do Senado dos EUA, conhecido como as audiências de Valachi, afirmando que a máfia ítalo-americana realmente existia, sendo a primeira vez que um membro reconheceu sua existência publicamente.[13][14] O testemunho de Valachi foi a primeira grande violação da omertà, quebrando seu juramento de sangue. Ele foi o primeiro membro da máfia ítalo-americana a reconhecer publicamente sua existência e é creditado com a popularização do termo cosa nostra.[1]

Embora as revelações de Valachi nunca tenham levado diretamente à acusação de nenhum líder da Máfia, ele forneceu muitos detalhes sobre a história da Máfia, suas operações e rituais; auxiliou na solução de vários assassinatos não resolvidos; e nomeou muitos membros e as principais famílias criminosas. O julgamento expôs o crime organizado americano ao mundo por meio do depoimento televisionado de Valachi.[15]

Depois que o Departamento de Justiça primeiro incentivou e depois bloqueou a publicação das memórias de Valachi, uma biografia, fortemente influenciada pelas memórias, bem como por entrevistas com Valachi, foi escrita pelo jornalista Peter Maas e publicada em 1968 como The Valachi Papers,[16] formando a base para um filme posterior com o mesmo título, estrelado por Charles Bronson no papel principal.

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Morte

Em 3 de abril de 1971, Valachi morreu de um ataque cardíaco enquanto cumpria pena na Instituição Correcional Federal de La Tuna, em Anthony, Texas.[17] Marie K. Jackson, de Niagara Falls, Nova York, reclamou o corpo de Valachi e ele foi enterrado quatro dias depois no Cemitério Gate of Heaven, em Lewiston, Nova York.[18][19] Valachi foi apresentado a Jackson por um amigo em comum, e há rumores de que ela era sua amante. Mais tarde, descobriu-se que Valachi a havia nomeado como sua executora e beneficiária. Valachi e Jackson estão enterrados lado a lado.[19]

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Na cultura popular

  • Os Documentos Valachi, livro de 1968 de Peter Maas
  • O Filme "The Valachi Papers" (1972), baseado no livro; Valachi é interpretado por Charles Bronson.
  • Francis Ford Coppola, em seu comentário de diretor sobre O Poderoso Chefão Parte II (1974), mencionou que as cenas que retratam o interrogatório do comitê do Senado de Michael Corleone e Frank Pentangeli são baseadas nas audiências federais de Valachi e que Pentangeli é como uma figura de Valachi.
  • No episódio dos Simpsons "Homie the Clown", há uma cena em que Homer, sequestrado pela máfia por se parecer com Krusty, o Palhaço, tenta explicar que não é Krusty usando um nome falso. Homer acaba mencionando o nome de Joe Valachi, que os mafiosos reconhecem imediatamente como "O mesmo Joe Valachi que dedurou o crime organizado ao Senado".
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Referências

  1. [1]
    «Their Thing - TIME». www.time.com. Consultado em 25 de novembro de 2025. Cópia arquivada em 14 de maio de 2009
  2. [2]
    «"Atos de casamento, Domenico Villacci e Maria Casale (5 de abril de 1897). Registro nº 13"». antenati.cultura.gov.it. Consultado em 25 de novembro de 2025
  3. [3]
    Maas, Peter (1968). The Valachi Papers (em inglês). [S.l.]: Putnam. ISBN 978-0-671-63173-4. Consultado em 25 de novembro de 2025
  4. [4]
    Sifakis, Carl (2006). The Mafia Encyclopedia (em inglês). [S.l.]: Infobase Publishing. Consultado em 25 de novembro de 2025
  5. [5]
    «The Dying of the Light: The Joseph Valachi Story». www.crimelibrary.com. Consultado em 25 de novembro de 2025. Cópia arquivada em 6 de setembro de 2003
  6. [6]
    «History of La Cosa Nostra». Federal Bureau of Investigation (em inglês). Consultado em 25 de novembro de 2025
  7. [7]
    Capeci, Jerry (2002). The complete idiot's guide to the Mafia. Indianapolis, IN: Alpha. ISBN 0-02-864225-2
  8. [8]
    Rudolf, Robert; Rudolph, Robert (1993). Mafia Wiseguys: The Mob That Took on the Feds (em inglês). [S.l.]: SP Books. ISBN 978-1-56171-195-6. Consultado em 25 de novembro de 2025
  9. [9]
    The Everything Mafia Book. [S.l.: s.n.] ISBN 978-1-59869-779-7. Consultado em 25 de novembro de 2025. Cópia arquivada em 11 de janeiro de 2014
  10. [10]
    «"Valachi contará sobre guerra de gangues pelo poder"; Warsaw Times - Union». news.google.com. Consultado em 25 de novembro de 2025
  11. [11]
    Graham, Tim (9 de outubro de 2011). «The rat who started it all; For 40 years, Joe Valachi has been in a Lewiston cemetery, a quiet end for the mobster who blew the lid off 'Cosa Nostra' when he testified before Congress in 1963». Buffalo News (em inglês). Consultado em 25 de novembro de 2025
  12. [12]
    Bernstein, Adam (14 de junho de 2006). «Lawyer William G. Hundley, 80» (em inglês). ISSN 0190-8286. Consultado em 25 de novembro de 2025
  13. [13]
    «Killers in Prison - TIME». www.time.com. Consultado em 25 de novembro de 2025. Cópia arquivada em 16 de maio de 2009
  14. [14]
    «"The Smell of It" - TIME». www.time.com. Consultado em 25 de novembro de 2025. Cópia arquivada em 16 de maio de 2009
  15. [15]
    Raab, Selwyn (2005). Cinco famílias. Nova York: St. Martin's Press
  16. [16]
    «Sua vida e seus crimes». Time. 17 de janeiro de 1969. Consultado em 25 de novembro de 2025
  17. [17]
    «Apr 04, 1971, page 2 - Independent at Newspapers.com™». Newspapers.com (em inglês). Consultado em 25 de novembro de 2025
  18. [18]
    «"Valachi enterrado no interior do estado"; Valachi Buried Upstate (Published 1971)» (em inglês). 8 de maio de 1971. Consultado em 25 de novembro de 2025
  19. [19]
    «Mulher misteriosa reinvidica o corpo de Joe Valachi e o enterra em Lewiston» (PDF)
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